Capítulo 62

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Jungkook correu da cafeteria com Jackson quando escutou um grito.

Eles estavam no hospital fazendo a segurança de Namjoon enquanto Seokjin tinha saído para buscar o remédio, mesmo que não tivesse muita certeza de como o comandante faria tal coisa. Porém, com Jinyoung afirmando que iria fazer alguns exames, tinham feito uma pausa para comer e conversar por uns minutos, enquanto Changkyun cuidaria da segurança do humano. Porém, enquanto tentavam voltar para proteger o biólogo, várias sereias corriam na direção oposta e ficou claro que tinha algo grave acontecendo naquele instante.

Quando viraram o corredor que dava para o quarto de Namjoon, viram Jinyoung parado na porta do local onde o humano se encontrava, contudo ele parecia tenso e olhava para algo dentro do quarto. Os dois se aproximaram e então entenderam em parte o que ocorria.

Changkyun estava próximo a uma sereia que tinha um punhal apontando para Namjoon — que desde que tinha sido drogado não acordara —, e o soldado parecia conversar com ele para evitar que a sereia machucasse o biólogo como tinha o machucado, afinal Changkyun estava com um profundo corte no braço, provavelmente de uma luta com a outra sereia.

— Eu vou o matar! Não se aproximem, eu não quero machucar nenhuma sereia!

Jungkook nem pensou em mais muita coisa e entrou com cuidado no quarto.

— Ei, eu sou Jungkook — anunciou a sereia, ganhando a atenção da outra, que parecia claramente perturbada com tudo. — Você não quer fazer isso.

— Quero sim! Não cheguem perto, eu vou o matar! É... é o melhor para o reino!

O soldado mais novo franziu a testa e se lembrou de algo que Seokjin o ensinara anos antes, quando ainda estava na dúvida se tornaria soldado ou não: "Quando um ser parece em desespero, é porque existe algo que a faça temer."

— Matar o humano que nos salvou da fome não trará nada de bom para o reino.

Jungkook deu um passo para frente, mas o homem se assustou e colocou o punhal no pescoço de Namjoon.

— Não se aproxime, eu vou o matar! Eu vou!

— Você não quer o matar.

A sereia parecia na dúvida, seus olhos tão arregalados que Jungkook ficou com um pouco de pena, certamente aquele senhor não estava bem mentalmente naquele instante.

— E-eu tenho m-matá-lo!

E estava ali a brecha que Jungkook precisava.

— Quem ameaçou o senhor? — o soldado perguntou, com cuidado. — Foi isso, certo? Alguém mandou o senhor fazer isso... Quem foi?

O punhal que estava antes apontado para Namjoon passou a ser apontado para Jungkook, mas o soldado não recuou.

— Pode falar comigo... Eu posso ajudar a te proteger...

O senhor piscou nervoso e o punhal na sua mão pareceu prestes a cair no chão; ele tremia dos pés à cabeça.

— M-minha e-esposa... Ameaçaram m-matar minha e-esposa... E-era para e-eu matar o-os amantes d-do Tritão. E-eu só a-achei esse...

— Okay... — disse Jungkook, calmo. — Podemos te ajudar, mas só se você soltar esse punhal e sair de perto do humano...

Ele olhou para todos os pares de olhos e ainda trêmulos, virou o punhal ao contrário e o entregou para Jungkook, que rapidamente pegou a arma e a colocou em suas escamas.

Jackson que estava silencioso para não atrapalhar Jungkook, aproximou-se e segurou os braços da sereia para a tirar de perto de Namjoon.

— Vou levá-lo para delegacia.

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