Capítulo 37

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Seokjin estava fraco. Ele sentia todo o corpo cortado, o rosto queimado e mal conseguia respirar, mesmo com o pano envolto do seu rosto. Passar do chalé para a floresta foi difícil, mas de alguma maneira, dentro da mata, estava tão ruim quanto; galhos e pedras o atingiam a todo momento, quando não era a própria areia. A situação não estava nada boa e mesmo minutos depois, não tinha noção alguma de onde estaria o namorado e a filha.

Ele então continuou a procurar, mesmo que se sentisse mais fraco a cada segundo que passava. Mas, nunca iria desistir. Poderia morrer na metade do caminho, mas desistir não era algo que aconteceria.

Então, o tempo foi passando e a tempestade não melhorava, contudo pelo menos não aumentava. Pelos registros históricos que as sereias tinham, provavelmente aquela era uma das piores que já tinha ocorrido. O comandante somente pedia em sua mente que Namjoon tivesse conseguido algum esconderijo e que estivesse junto de Jinju.

— NAMJOON! JINJU?!

De vez ou outra, Seokjin gritava, mesmo que sentisse que seu corpo reclamava cada vez mais desse tipo de esforço. A areia que toda vez entrava no seu sistema respiratório era o maior motivo por isso.

A sereia e continuou a andar e quando chegou perto de algumas rochas, apoiou-se nelas, tentando respirar fundo, mas sem conseguir realmente. Ele precisava de água, pelo menos um pouco. Estava desidratando rápido demais por causa da areia contra o seu corpo. Porém, o lago mais próximo estava longe e mesmo se alcançasse algum, duvidava que ele estivesse limpo. Quando aquela tempestade chegasse ao fim, teriam problemas com o abastecimento de água doce. Mais um problema, como se não tivessem o bastante.

Porém, não podia se preocupar com tal coisa naquele momento. Precisava encontrar quem procurava.

— NAMJOON! JINJU?! — Ele gritou outra vez, fechando os olhos por um momento. — NAMJOON! JINJU?!

Seokjin manteve os olhos fechados, tentando se recuperar minimamente e então, ele ouviu.

— AQUI!

Seokjin sentiu como se uma corrente elétrica passasse por todo o seu corpo. A voz era longe e somente a ouvira com a sua audição melhorada, mas nada aquilo importou quando ele correu, sem nem pensar duas vezes.

O comandante sabia que tinham galhos batendo em seus braços e pernas, pedras lhe machucando os pés e a areia parecia ainda mais forte contra suas escamas e seus olhos, porém nada daquilo importava, pois, a voz de Namjoon lhe chamava.

— NAMJOON!

O som propagou pela floresta e quase um minuto depois, Seokjin escutou a resposta:

— AQUI! ESTOU AQUI!

A sereia percebeu que ainda estava um pouco longe e correu ainda mais, buscando toda a força que tinha para chegar o mais rápido possível até o seu namorado.

— NAMJOON!

— AQUI, NO BURACO!

A resposta veio poucos segundos depois e então Seokjin acelerou ainda mais, estava perto.

— NO CHÃO!

A voz estava extremamente próxima e Seokjin quase passou direto, seus pés seguiram, mas seu coração ficou. Ele parou de supetão, quase batendo em uma árvore e então virou para o lado, vendo uma mão acenando para o nada, vindo de um buraco no meio de uma rocha.

— Namjoon... — Seokjin murmurou baixo, sabendo que o outro não escutava por causa do barulho intenso da tempestade, mas sentindo o peso de mil quilos saindo dos seus ombros.

Seokjin então foi até o buraco e colocou o rosto, quase levando um dedo no olho quando Namjoon não o percebeu ali. Então, o humano arfou para em seguida choramingar, dando espaço para a sereia entrar no apertado local.

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