Capítulo 94

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Minho foi escoltado até a ilha e por isso não passou pela Tempestade. O barco que usava tinha um símbolo específico para que os soldados soubessem que quem se aproximava deveria passar e não ser atacado.

Em seguida ele foi acompanhado até a parte submersa da ilha e se assustou com o fato de que não se molhou e pode respirar tranquilamente enquanto um arqueiro o acompanhava até a parte debaixo, mas não demonstrou surpresa em nenhum momento; tinha que parecer calmo e centrado para conseguir enganar a sereia que agora era Tritão.

Ele chegou na cidade embaixo e nem atraiu olhares, os moradores dali já estavam acostumados com humanos agora e não sabiam que tudo investido nos soldados que ali estavam era dele. Seu orgulho ficou um pouco ferido e logo começou a pensar que teriam que colocar alguma fotografia dele pelos cantos.

— O castelo é muito longe? — perguntou a sereia que o acompanhava.

— Não, senhor.

A resposta foi seca e Minho logo guardou na sua mente que iria deixar o seu castigo ao soldado para depois, quando fosse imortal e também Tritão dali.

Realmente, não demorou para chegar ao castelo e ele logo foi recebido por algumas sereias que pareciam trabalhar na cozinha. Aqueles sabiam quem ele era e fizeram reverências. Após, Minho foi levado para a sala do trono, logo recebendo outra reverência de uma sereia que não sabia quem era, mas parecia ser a braço direito da Tritão.

— Senhor, é uma honra o ter aqui em nosso reino!

— É um prazer estar aqui. — Minho sorriu e de certa maneira era sincero em suas palavras. Era um prazer estar diante de tudo aquilo que iria lhe trazer poder e prosperidade. — A Tritão é ainda mais bela do que me foi relatado — proferiu galante quando viu Solar, que se mantinha sentada ao trono de forma imponente, nem imaginando os planos que tinha para a sereia.

Yongsun deu um fraco sorriso e um gesto contido com a sua cabeça. Ela era a rainha do local, não demonstraria tantas emoções.

— O que devo a honra da sua digníssima visita, senhor Lee?

O homem deu um sorriso.

— Gostaria de discutir um pouco com a senhorita sobre o nosso acordo.

— Qual parte? Achei que o senhor já tinha o suficiente do nosso acordo.

— Claro e eu concordo com a senhorita, mas existem outras partes no escuro que eu gostaria de discutir... — Minho sorriu, com um olhar pacífico. — Podemos sentar e conversar?

Ficou claro no olhar da sereia que ela não gostava daquilo, mas ainda assim ela jogou o cabelo para trás, virando-se para a secretária e falando seriamente:

— Deixe-nos a sós.

Nenhum soldado fez questão de mencionar que seria perigoso para a Tritão ficar a sós com o humano e aquilo apenas demonstrou para Minho que ela não tinha o respeito do povo. Medo, com certeza, mas não o respeito. Seria fácil derrubá-la e tomar o poder para si.

Ela apontou para uma pequena mesa com três cadeiras que tinha próxima ao trono, esta com várias frutas a disposição. Ele olhou rapidamente, mas nada pegou até que a Tritão o oferecesse algumas frutas.

— Vocês não comem carne, certo? — Lee perguntou, mais para puxar um assunto e tentar relaxar a sereia do que qualquer outra coisa.

— Não — ela respondeu secamente. — Diga-me o que você realmente quer aqui, humano. Eu não vou mudar o acordo, você já leva bastante dos nossos recursos e as sereias desobedientes. O que mais você quer?

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