12. Ponto de vista

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-PoV Kara-

No outro dia após o evento da Lena, Alex chegou logo cedo no meu apartamento segurando um jornal onde a Supergirl era a notícia da capa.

-Supergirl? Que palhaçada é essa, Kara?

-Não vem gritar comigo, porque eu vou fazer isso, okay? Até a Eliza ligou, ela ficou preocupada, me mandou ter cuidado, mas disse que me apoiava. Infelizmente eu não posso contar com a minha irmã, mas eu tenho outras pessoas que me apoiam nisso.

-Outras pessoas? Quem são essas pessoas, Kara?

-A Lena e o Winn.

-Winn? O baixinho que estudava com você? Você contou a ele?

-Contei e ele vem me ajudando desde então. -respondi e voltei pra bancada da cozinha onde eu tomava meu café da manhã.

-Você tá enlouquecendo, Kara. E essa roupa? -Alex apontava pra o jornal.

-Lena fez pra mim. -tentei me mostrar indiferente a suas reclamações.

-Eu não acredito que essa mulher tá colocando mais minhoca na sua cabeça.

-Diferente de você, ela se importa com os meus sonhos, ela se importa com o que eu sinto de verdade, e você só sabe mandar em mim, vive dizendo o que eu tenho que fazer.

-Aí você acha que pode sair por aí fazendo justiça com as suas próprias mãos vestindo uma fantasia?

Alex tinha os dois braços apoiados na bancada ao meu lado e parecia que estava interrogando alguém numa delegacia.

-Essa cidade anda super violenta, Alex. E se eu posso ajudar enquanto a polícia não chega. Por que não?

-Porque as pessoas podem não aceitar você muito bem...

-As pessoas? Ou você? -encarei ela. -Porque eu acompanho as notícias e National City parece feliz com a ideia de ter alguém cuidando deles.

-As coisas não são tão fáceis quanto parece, Kara. Você pode se machucar fazendo isso, você é minha irmã e eu não quero perder você também.

-Você não vai me perder, Alex. Mas, olha as estatísticas de homicídio da nossa cidade, um monte de gente perde entes queridos por conta da violência. Lena acha que eu posso salvar muitas vidas, e esse tipo de apoio me dá motivação e coragem pra continuar, eu queria muito que você pelo menos tentasse me entender. Só tenta, Alex...

-Lena, Lena, Lena! -minha irmã repetia com desdém. -Que saco, essa mulher! O que ela acha que tá fazendo? Acabou de te conhecer, não sabe os perigos que você corre e pensa que pode te usar como uma super-heroína dela? Eu vi que foi ela quem te deu esse codinome também.

-De quais perigos você tá falando?

-Esquece, Kara. Agora eu preciso trabalhar, mas isso não vai ficar assim, eu vou resolver isso.

-O que você vai fazer? -perguntei, mas Alex já tinha batido a porta na minha cara.

Eu sabia que fazer minha irmã entender a importância daquilo tudo pra mim seria a coisa mais difícil de conseguir, mas parar de ser a Supergirl não era uma opção.

___

Aquela discussão com a minha irmã foi horrível, mas, ao mesmo tempo me fez perceber que eu estava errando com a Lena. Eu basicamente fiz com ela a mesma coisa que a Alex faz comigo, então eu pensei um pouco e fui tentar conversar com a Lena. Eu discuti com ela por causa de suas invenções, ela cria coisas perigosas que podem ser usadas de forma errada por pessoas ruins e eu a tratei como se ela fosse uma dessas pessoas. Eu errei em julgá-la, pra mim é fácil falar quando eu tenho todos esses superpoderes, mas ela precisa de suas invenções pra se proteger e eu não posso agir como se ela estivesse fazendo algo errado.

Chemical Hearts - SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora