36. Medo ou autoridade

780 83 52
                                    


-PoV Lena-

Depois do fiasco que foi a surpresa que fizemos pra Kara no D.O.E, ninguém ousou tocar no assunto novamente, ela disse que não queria vestir o uniforme nem tão cedo porque não se sente pronta, então não seria legal da nossa parte continuar insistindo naquilo sem entender melhor o que se passa pela cabeça dela e principalmente em seu coração. Eu e a Alex ainda continuamos tentando conversar com ela pra saber onde a gente poderia ajudar e como, mas Kara se fechou completamente pra nós duas e ela sempre corta qualquer assunto que esteja relacionado a Supergirl, ela nos garante que está bem, que apenas não quer mais falar sobre isso e que está muito satisfeita com sua decisão.

Claro que ninguém comprou aquela desculpa, mas forçar a situação poderia facilmente piorar as coisas. Só queríamos que tudo acontecesse da forma mais natural possível.

Aos poucos, as notícias sobre o acidente com a Supergirl ia diminuindo e a procura pela super-heroína de National City começou a ganhar destaque nas capas de jornais e revistas. Os crimes na cidade aumentavam a cada dia mais e todo mundo começava a sentir falta da segurança que a Supergirl proporcionava, mas ainda assim, Kara não fazia nenhuma menção de querer voltar a vestir a capa.

Mesmo depois dessa decisão de desaparecer com a Supergirl, Kara ainda vem ajudando a evitar alguns acidentes de acontecerem, mas ela é sempre muito cuidadosa em não deixar que ninguém lhe veja e some do local logo depois. Eu acredito que usar seus poderes está fazendo a Kara ter outras crises de pânico ou de ansiedade como ela já teve na minha frente, mas agora ela virou uma mestre em esconder o que sente e pouco conseguimos fazer por ela. Quanto mais tentamos saber como ela está lidando com tudo, mais ela se afasta da gente.

Enquanto isso, o Winn continua trabalhando sozinho pra o D.O.E -sem a amiga super-heroína- e eu continuo sem ninguém na T.I. da CatCo, James me avisou que já estava trabalhando nas seleções, mas que talvez tivesse um pouco de dificuldade em encontrar alguém tão bom quanto nosso antigo funcionário. Mas, estamos ficando sem tempo, por isso deixei essa tarefa com ele e avisei que meu pré-requisito era que pelo menos fosse o melhor profissional disponível.

Um ponto muito negativo nessa história é que a Kara verdadeiramente não está bem, ela pode fingir o quanto for, mas eu sei que ela está passando por mais uma fase escura. Ela agora vive triste, desanimada, desmarca todas as noites de jogos e qualquer coisa a deixa extremamente estressada. É até por isso que nós duas andamos discutindo por coisas bobas mais do que o normal, mas como eu entendo que é uma situação atípica, eu deixo passar, mesmo que vez ou outra magoe um pouco.

Apesar de tudo, uma coisa que talvez seja boa é que a Kara vem tentando "investir" no nosso relacionamento, contanto que eu não toque no assunto Supergirl, ela sempre me traz café, me chama pra almoçar, me leva pra casa dela quase todas as noites e finais de semana, programa vários jantares românticos e como vem acontecendo desde o início de tudo, ela continua fissurada em sexo. Eu posso ter tido várias experiências sexuais no passado, mas nada se compara a esse momento, Kara está insaciável e mesmo não concordando tanto com seu motivo pra querer preencher nosso tempo transando, eu não consigo ser tão madura a ponto de dizer um não pra ela, meu desejo pela Kara só se intensifica todos os dias e cada partezinha minha pertence a ela.

Como a Samantha agora está com meu escritório, eu e a Kara tomamos café e almoçamos no meu laboratório ou na minha casa, isso quando não ficamos passeando pela cidade. Essa rotina pra mim já é tão natural que não consigo me lembrar de como eu fazia minhas refeições antes da Kara aparecer na minha vida. Por mais clichê que seja, ela me completa e é como se nunca houvesse existido uma Lena sem a Kara.

Já na hora do almoço, recebi uma mensagem da Kara pedindo para que eu a encontrasse na minha casa, como eu havia acabado de sair de uma reunião, fui direto pra lá. A casa estava vazia, mas depois de alguns minutos ouvi umas batidas na porta e ela entrou.

Chemical Hearts - SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora