62. Você está segura

354 53 4
                                    


-PoV Lena-

-Noite da fuga do Lex Luthor-

Depois de ler a carta da minha mãe, voltei a trabalhar como se nada tivesse acontecido. Pra mim, aquele dia era um tudo ou nada, eu estava decidida a me colocar em perigo para vê-la, e dessa vez, Kara poderia desconfiar de mim com razão, já que eu havia prometido sempre lhe contar caso minha mãe voltasse a entrar em contato. Porém, depois daquela nossa discussão, não havia mais nenhum laço de confiança entre a gente.

Brainy chegou a me perguntar se estava tudo bem, já que eu não falei uma palavra sequer enquanto trabalhávamos, mas realmente estava tudo bem, eu só me sentia um pouco mais pensativa do que o normal.

Quando terminamos nosso trabalho, eu saí daquele prédio sabendo que estava indo a uma provável missão suicida. Ir sozinha a um endereço num local deserto a pedido da minha mãe é no mínimo falta de amor próprio. Mas eu estava exausta de quase morrer... eu só queria acabar com aquilo de uma vez. Seria mais fácil pra todo mundo.

No caminho até aquele endereço eu pensei muito na Kara, ela estava me odiando, isso era fato, mas eu sei que ela ainda se preocupa comigo assim como eu também me preocupo com ela. Por outro lado, eu não tive a mínima vontade de contar pra onde estava indo, já que não mereço sua confiança, eu também não preciso compartilhar minhas coisas. Mas ainda assim, eu não consigo não me preocupar, existe alguém por aí que não está só tentando me matar, mas sabe que a Kara é a Supergirl e algo me diz que essa pessoa é a minha mãe.

Na parte da carta onde dizia que eu tinha que ir ao local sozinha, eu posso apostar que era uma armadilha pra Supergirl. Minha mãe sabe que eu não levaria a polícia comigo, mas levaria a Kara. Pelo menos é isso que ela espera, mas dessa vez ela só terá a mim, o que me deixa bem mais tranquila. Eu não suportaria colocar a Kara em risco outra vez.

O que também me fazia pensar tanto na minha namorada, era que eu sabia que não estávamos nada bem, se eu não voltasse mais pra casa, nosso último diálogo teria sido uma discussão. Mesmo estando brigada com ela, eu preferia que minha última frase tivesse sido um "eu te amo", porque é a mais pura verdade, apesar de sua falta de confiança em mim, eu a amo incondicionalmente.

Quando chegamos ao endereço, o taxista perguntou se eu tinha certeza de que era ali, o local era muito escuro e as ruas estavam vazias. No final da rua existia uma espécie de quadra de basquete um pouco mais iluminada, então paguei minha corrida e fui caminhando devagar até lá.

Naquele momento comecei a sentir uma culpa ainda maior por não ter falado com a Kara antes, por estar indo a um lugar que nem sei se volto e não deixá-la saber que ela era a única coisa que me doía em estar deixando.

Até meu último passo em direção a quadra antes de ser apagada com clorofórmio, eu só pensei nela. Eu posso dizer com toda a certeza do mundo que a amei em todos os momentos.

(...)

___

Uma dor aguda na cabeça me fez despertar e eu me sentia enjoada por conta do clorofórmio que inalei. A tontura quase não me deixava abrir os olhos, mas eu lutei contra aquilo e vi a imagem da minha mãe e do meu irmão lado a lado. Ao fundo, o som das hélices do helicóptero quase explodiam minha cabeça de tanta dor, e o balanço irregular do voo me causava ainda mais tontura.

-Isso só deve ser um pesadelo. Eu preciso acordar. -pensei comigo mesma.

Logo depois tudo escureceu novamente e aquelas imagens e sons sumiram.

(...)

___

Assim que fui retomando minha consciência, eu ouvi as vozes do meu irmão e da minha mãe conversando. Mesmo sem abrir meus olhos eu sabia que aquilo não era um sonho e eu não queria ter acordado, mas não dava pra fingir que estava dormindo por muito mais tempo.

Chemical Hearts - SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora