-PoV Lena-
Voltar pra National City não foi tão ruim quanto eu pensava que seria. Eu ainda não sabia quanto tempo eu precisava ficar, mas depois de vender o prédio inteiro pra Andrea eu não tinha nem mais uma casa naquele lugar.
Voltei a me hospedar em hotéis e senti uma nostalgia enorme lembrando de quando me mudei de Metrópoles.
O quarto do hotel que eu estava era tão grande que a área de estar e a varanda chegavam a ser maiores que as da minha antiga casa. Era um pouco exagerado, mas a piscina com a água aquecida dentro do quarto valia a pena.
Parte da noite eu passei trabalhando em um dos sofás imensos da varanda, minha caixa de e-mails estava abarrotada de coisas e haviam muitos contratos que eu ainda precisava ler.
Em outro momento eu não saberia nem por onde começar de tanta coisa que eu tinha pra fazer. Mas eu sentia como se não me importasse com mais nada. Então eu ia resolvendo qualquer coisa que surgisse sem nenhuma ordem pré-definida.
Quando cansei. Guardei o notebook e entrei na piscina. Haviam espreguiçadeiras que deixavam meu corpo confortavelmente submerso na água morna.
Estando cansada ou não, acho que não tem como ficar ali sem dormir, então eventualmente eu cochilei. Acordando só após ouvir meu celular tocar várias vezes.
Sai da piscina procurando por uma toalha e assim que encontrei me enrolei nela e peguei meu celular que estava em cima da cama. Haviam várias ligações da Andrea e a primeira havia sido há mais de uma hora atrás.
Por um momento eu cogitei não lhe atender, porque eu estava bem chateada com ela. Mas ao mesmo tempo eu não queria prolongar aquilo.
**ligação
Lena: Oi, Andrea.
Andrea: Tá tudo bem com você? Faz tanto tempo que eu te ligo.
Lena: Eu tava descansando. O que você quer?
Andrea: Que você venha jantar comigo.
Lena: Já são quase onze da noite.
Andrea: Eu sei. Mas eu tô trabalhando até agora, você sabe como é...
Lena: Tudo bem, Andrea. Manda o endereço.
Andrea: Perfeito. Até já.
**off
A última coisa que eu queria naquele momento era sair do meu quarto, mas eu precisava muito conversar pessoalmente com a Andrea, então aceitei.
A gente se encontrou ainda em frente ao restaurante e ela parecia estar vestida pra uma festa enquanto eu usava uma calça, uma camisa de botão e um colete listrado.
Talvez eu estivesse mesmo não me importando com nada, porque a pouco tempo atrás eu era a Andrea.
-Lena!! Que bom que você aceitou meu convite. -ela disse me abraçando apertado e praticamente não retribui, apenas deixei um sorriso de canto sair.
-Daqui a pouco o restaurante fecha, é melhor a gente se apressar. -comentei olhando as horas no meu relógio e ela concordou pedindo uma mesa pra duas.
Andrea sentou com o cardápio nas mãos e pela familiaridade que ela tinha com o local, já tinha ido ali várias vezes. Ele fez o seu pedido que parecia ser o de sempre, carpaccio de peixe e vinho branco.
-E a senhora? -o garçom perguntou olhando pra mim.
-Eu ainda tô escolhendo, daqui a pouco te chamo, pode ser?
-Claro. Fiquem à vontade. -ele respondeu.
-A comida daqui é maravilhosa, o salmão deles é o melhor do mundo. -Andrea comentou.
-Eu odeio salmão. -respondi em seguida.
-Ah. Desculpa. É verdade. Acho que a gente precisa sair mais, passamos tanto tempo separadas que esqueci os seus gostos.
-Você também esqueceu do nosso trato? -fui direta.
-Do que você tá falando? -Andrea me olhou dessa vez um pouco mais séria e meus olhos se estreitaram com a cara de pau dela de agir como se não soubesse do que eu estava falando.
-Eu te pedi 24h até você assumir a CatCo. Mas você desconsiderou isso e entrou lá rebaixando o James na frente de todo mundo. Ninguém sabia dessa venda ainda e você agiu pelas minhas costas.
-Desculpa se isso te aborreceu. Eu não imaginei que algumas horas fariam tanta diferença.
-A gente deveria recomeçar essa amizade com o pé direito, pelo menos é o que eu esperava. A CatCo não é a única coisa que a gente tem a oferecer uma à outra.
-Isso eu concordo, totalmente. -Andrea sorriu, mas não retribui.
-Se nós duas fecharmos algum negócio novamente e eu te pedir pra não divulgar dentro de 24h, eu espero que você me leve a sério. Tudo o que eu faço tem um propósito.
-Okay. Entendido. Você tem minha palavra. -ela respondeu desfazendo o sorriso por perceber que eu não estava nem um pouco pra brincadeiras.
-Então acho que chega de surpresas. -continuei.
-E o prédio que você me prometeu? -ela perguntou com receio.
-É só você comparecer na reunião amanhã às 10h. Diferente de você eu cumpro minhas promessas.
-Como eu já disse antes. Isso não vai se repetir. -ela me garantiu e eu aproveitei pra falar de outro assunto.
-Ah, e por falar em não se repetir. Eu não quero que você tente me beijar de novo, ok?!
Andrea riu com certo desdém revirando os olhos e depois relaxou sua postura encostando na cadeira.
-A gente tava se divertindo, eu achei que você queria. -disse.
-Bom, o recado foi dado. -finalizei me levantando da mesa.
-Pra onde você vai? Você nem pediu sua comida ainda.
-Eu não tô com fome, Andrea. Só vim conversar com você.
-Eu te acompanho então. -ela disse também se levantando.
-Não precisa. Você pode terminar seu jantar.
-Eu nem tô com tanta fome assim. E posso levar pra viagem. Minha intenção era só te fazer sair do hotel um pouco pra você relembrar da cidade. Eu insisto, depois de tudo, posso pelo menos te dar uma carona.
Andrea ainda insistiu mais um pouco, não me deixando outra alternativa além de aceitar sua "gentileza". Eu não sabia exatamente o que se passava pela cabeça dela, mas preferi acreditar que era apenas medo de perder futuros negócios.
O hotel que eu estava não ficava muito longe do restaurante e chegamos em poucos minutos. Me despedi rapidamente da Andrea e subi pra o meu quarto ligando apenas algumas luzes ambiente.
Fui andando até a varanda onde eu conseguia ver o prédio da L-Corp que agora estava com o letreiro apagado e a sensação não foi ruim. Eu tinha ideias pra mim que iam muito além de tentar manter uma empresa que já fez mal pra tanta gente. Delphine tem razão e eu não preciso disso, não preciso me responsabilizar por tudo nem muito menos limpar o nome de quem não quer ser limpo.
Mas eu posso recomeçar, e dessa vez por mim, não pelo sobrenome Luthor.
Peguei meu celular percebendo que já era quase meia-noite e me senti pronta pra mais uma coisa.
Conversar com a Kara.
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Chemical Hearts - Supercorp
Fanfiction"O amor não chega cedo nem tarde, ele é pontual. Ele sempre chega na hora certa, seja ela qual for. O amor verdadeiro não tem prazo de validade, não escolhemos senti-lo, mas sentimos sem querer". Lena Luthor é uma bilionária que está lutando para sa...