86. Pronta pra o próximo passo?

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-PoV Lena-

O sol já estava perto de nascer quando eu e Kara resolvemos finalmente dormir. Nossa madrugada foi intermediada entre sexo e conversas, mas os assuntos foram um pouco mais leves que os anteriores.

Eu não queria passar a noite falando de tragédias e Kara evitava falar sobre a CatCo. Esses dois tópicos sensíveis mereciam uma atenção especial, mas não naquele momento.

Provavelmente eu quem dormi primeiro, nas últimas semanas eu venho me sentindo mais fraca pela falta de apetite e isso me dá muito mais sono do que o normal.

A parte boa é que faz tempo que não preciso lidar com a insônia e nem com muitos pesadelos durante a noite, então uma coisa de cada vez.

O que me fez acordar foi o despertador que coloquei uma hora antes da reunião que me tiraria de vez do controle da L-Corp. Por alguns segundos fiquei desnorteada, mas quando senti a mão da Kara na minha cintura seguido de um beijo no ombro, meu sorriso apareceu, assim como as lembranças da nossa noite.

-Bom dia, meu amor. -falei sentindo sua respiração na minha nuca.

Kara continuou beijando meu corpo e respondeu ao bom dia tão perto do meu ouvido que me fez arrepiar inteira.

-Já tá na hora da sua reunião? -ela perguntou.

-Tá sim. Acho até que já me sinto mais leve.

-Isso é bom. -Kara disse me abraçando por trás e depois puxou meu rosto pra deixar um selinho.

-Te encontro depois? -perguntei.

-Claro, só me avisar quando terminar lá que vou literalmente voando te encontrar.

-Vantagens de namorar a Supergirl...

Kara mostrou um sorriso bobo de canto a canto do seu rosto e quando lhe perguntei o motivo ela disse que não era nada. Como se eu não a conhecesse.

Por conta da hora, tive que correr pra não me atrasar, mas foi bem difícil sair e deixar minha namorada seminua na cama. Tentei pensar que ainda teríamos muito tempo pela frente e me forcei a focar nas próximas 3h de reunião. E principalmente, na conversa que eu teria que ter com meu irmão logo depois.

A reunião no geral foi bem tranquila, alguém lia as cláusulas mais importantes de cada contrato e logo depois cada um dizia se era contra ou a favor do fechamento da empresa. Depois assinamos os documentos em silêncio e não foi necessário nenhum debate, já que tudo havia sido previamente discutido em uma outra reunião.

A única pessoa com quem eu gostaria de ter tido algum diálogo novamente era a Sam. Ela estava visivelmente abatida com o fim da L-Corp, mas sobre isso, não tinha nada que eu pudesse fazer. Nos últimos meses aquela empresa estava sendo tudo pra ela e depois do último documento assinado nada mais existiria.

Eu me sentia completamente responsável pela tristeza da Sam, e isso mexeu demais comigo. Porque ela se tornou uma irmã pra mim.

Quando a reunião terminou, várias pessoas vieram falar comigo, algumas agradeceram o tempo de parceria, outras disseram que esperavam que eu tivesse tomado a decisão certa, mas a maior parte foi embora rapidamente, inclusive a Sam.

No fundo eu sabia que ela não estava chateada comigo, mas ela tinha todo o direito de estar triste e precisar desse espaço.

Mandei uma mensagem pra Kara avisando que a reunião havia finalizado e ela respondeu que chegaria em poucos minutos.

Peguei o elevador pra sair do prédio e enquanto esperava a Kara eu parei na entrada pra dar uma última olhada naquele lugar.

Eu sei que minha vida mudou muito desde que comecei a morar ali, mas naquele momento eu percebi que o meu apego era a cidade, e não aquele prédio. Ele não era mais meu e aquilo fez eu me sentir -bem-.

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