Chemical Hearts - Supercorp

33. Faça isso por você

-PoV Lena-

Cheguei em casa com a certeza de que conseguiria dormir bem, uma parte minha queria ter ficado com a Kara no D.O.E, mas meus olhos nem conseguiam mais se manterem abertos, eu já estava acordada há horas seguidas e com certeza não aguentaria outra parte da noite em claro. Além de que, eu ainda precisaria estar na palestra do Jack no outro dia, então eu realmente deveria dormir pelo menos um pouco.

Quando Kara foi finalmente descontaminada pela kryptonita e acordou, fiquei tão feliz que até cheguei a esquecer sobre minha mãe e sobre meu pai. Mas, essa felicidade não durou muito, como eu iria olhá-la nos olhos sabendo que meus pais eram de alguma forma responsáveis pelo seu acidente?

Meu maior medo era receber indiferença em seu olhar quando ela soubesse a verdade, por isso, não consegui disfarçar meu semblante preocupado, eu estava aterrorizada, eu não sabia o que eu faria caso ela quisesse ficar longe de mim. E o mais preocupante era que eu queria muito acreditar na minha mãe, eu estava com toda a kryptonita do meu pai, como ela teria criado aquele ciborgue? Mas... e se ela estiver mentindo pra mim desde o início e só vem me usando pra ter ainda mais kryptonita? Será que minha mãe está mesmo doente? E por que fazer esses experimentos tão desumanos?

Quando o John e a Alex me chamaram pra conversar eu menti dizendo que não tinha contato algum com a minha mãe, provavelmente eles sabem que eu menti, apenas não quiseram insistir. Mas, eu não tinha outra escolha, eu não poderia entregar minha mãe a eles sem antes falar com ela. Saí do prédio do D.O.E as pressas e disquei seu único contato que tinha em meu celular, ela atendeu quase na mesma hora e eu disse que a gente precisava conversar. Sua voz parecia tranquila e ela inventou uma desculpa de que estava muito ocupada no momento com seu novo tratamento, talvez até fosse verdade e eu desejava muito que fosse, porém, por mais que eu quisesse confiar em suas palavras, eu não deveria, se ela realmente tentou matar a Kara, eu não poderia ser tão descuidada.

Como eu já imaginava, minha mãe não me deu nenhuma pista de onde estava, apenas disse que voltaria a entrar em contato comigo depois, eu não sabia o tempo que aquilo levaria, mas não arrisquei em insistir, se tem uma coisa que a Lillian Luthor é, essa coisa é esperta. Mas, enquanto ela não entrasse em contato, eu deveria continuar escondendo de todos que falei com ela? Será que a Kara entenderia o meu lado de querer ter esse momento a sós com a minha mãe antes de qualquer coisa? Eu não quero deixá-la indecisa sobre guardar meus segredos e ter que esconder informações do D.O.E e principalmente de sua irmã. Não seria justo com ela...

Era tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, tanta informação solta e desconexa que faziam meus neurônios fritarem, além do mais, eu estava acordada a tempo demais pra conseguir raciocinar sobre qualquer coisa direito.

Depois que a Kara soube de tudo quando acordou, eu me surpreendi ao ver amor em seu olhar no lugar da indiferença que eu tanto temia, não que eu espere coisas ruins dela, mas já discutimos feio por conta de kryptonita antes e algo parecido poderia acontecer de novo. Mas tudo o que eu recebi foi amor e confiança, mais um motivo pra não esconder dela que falei com minha mãe.

Minha cabeça caiu com força no travesseiro, parecia que eu não tinha mais controle nenhum sobre ela, mas antes de dormir, primeiro mandei mensagem pra Andrea me desculpando por ter desmarcado nossa reunião que a tiraria das garras da minha mãe, mas garanti que muito em breve marcaria um outro dia com ela, enquanto isso, meus advogados iam fazendo todo o trabalho necessário.

Guardei o celular no criado-mudo ao meu lado e ainda pensava em milhares de coisas ao mesmo tempo, mas como eu havia imaginado, dormi rapidamente depois de me mexer algumas vezes procurando a melhor posição naquela cama que parecia enorme sem a minha namorada. Pelo menos eu sabia que em pouco tempo ela estaria ocupando aquele espaço...