Chemical Hearts - Supercorp

60. Lena

-PoV Kara-

Depois da minha discussão com a Lena eu voltei pra casa com uma sensação horrível, eu me sentia traída pela minha própria namorada e ao mesmo tempo culpada pela forma como a tratei e de como eu saí de lá, apenas fugindo do assunto.

A realidade é que ninguém entende de verdade como eu me sinto em relação a kryptonita e ouvir a Lena reduzir meus sentimentos a um complexo de Deus me deixou sem chão. Eu me senti muito humilhada por parecer uma criança mimada como ela mesma disse, mas ao mesmo tempo, como eu poderia agir diferente?

Várias vezes eu pensei em pegar meu celular e explicar melhor como eu me sentia, mas aquele sentimento de traição se sobressaiu em relação a qualquer outro.

No outro dia pela manhã, acordei cedo pra ir trabalhar e não parava de conferir minhas mensagens, eu estava esperando por algum pedido de desculpas da Lena ou pelo menos um pouco de compreensão, mas no fundo eu tinha certeza que não chegaria.

De repente meu celular vibrou em cima da bancada da cozinha e eu corri esperando ver qualquer coisa da minha namorada, mas era a Alex.

Minha irmã mandou mensagem dizendo que estava a caminho da minha casa e perguntou se poderia me acompanhar até a CatCo pra gente conversar no caminho.

Na mesma hora eu topei, sabendo que seria exatamente a distração que eu precisava.

Quando minha irmã chegou no meu prédio eu já estava na frente lhe esperando, a gente se abraçou apertado e eu não pude deixar de notar o quanto ela estava feliz. Parecia uma outra Alex, seu olhar estava diferente, seu corpo relaxado e seu sorriso mostrava dezenas de dentes. Ela estava nos seus melhores dias.

-Você tá tão linda. -disse assim que separamos do abraço.

-Eu não fiz nada. Tô igual a todos os dias. -Alex disse olhando rapidamente suas roupas.

-Igual. Sei. Eu não lembro de você transar todos dias. -brinquei ganhando um tapa da minha irmã que não me fez nem cócegas.

-Eu não tô transando todos os dias, mas é impossível negar que o motivo da minha felicidade não é a Sam.

-E eu fico muito feliz de te ver assim, você merece muito, Alex. Mas eu quero saber de tudo, como estão indo as coisas?

-A gente tá indo... devagar. Estamos nos falando todos os dias e ontem saímos pra jantar com a Ruby. Ela já sabe sobre a gente.

-Jura? Que incrível! Eu não sabia. E como a Ruby reagiu?

-Ela amou a novidade. Sam me disse que até a mãe dela tá sabendo, porque a pivetinha tá espalhando pra todo mundo.

Eu gargalhei só de imaginar a animação da Ruby, mas senti que minha irmã estava um pouco preocupada.

-E você tá bem com isso? Sua futura sogra já sabe sobre você. -perguntei.

-Quanto a isso, sim. O que me preocupa é que a Ruby tem doze anos e ela sabe que eu tô ficando com a mãe dela, mas sem compromisso oficial. Então eu tenho medo que ela pense que eu não tô levando a sério, sei lá. Porque existe a possibilidade da gente não dar certo e optar por terminar.

-Alex. Sério isso? Você e a Sam são duas mulheres solteiras e desimpedidas que podem ficar com qualquer pessoa e estão tentando uma relação. Que bom que a Ruby tá tendo esse exemplo com vocês e que bom que ela entende. Porque vocês duas são exemplos pra ela, então independente se vocês oficializarem ou terminarem, lembrem-se disso.

-É, eu sei. Eu tô me preocupando com bobagem. É só que eu gosto muito da Ruby e eu não quero terminar magoando os sentimentos dela ou dando algum mau exemplo pelo caminho.