-PoV Alex-
De todas as pessoas que eu imaginei que tentariam me consolar, nenhuma delas era a Sam. Não que eu duvide de suas boas intenções ou de sua generosidade, mas eu não fazia ideia de que ela se importasse comigo a ponto de não querer me deixar sozinha enquanto enfrento o luto.
Pra ser bem sincera, no fundo eu queria de verdade um pouco de privacidade e chorar até dormir, mas ter a companhia dela foi surpreendentemente reconfortante.
Eu não sabia quem tinha contado a ela sobre o que aconteceu com o meu pai ou como contaram, já que algumas coisas precisam ser omitidas, mas ela não estava ali pra matar sua curiosidade do passado da minha família e da família da Lena, ela estava ali realmente pra me fazer companhia.
-Você quer falar sobre alguma coisa? Quer me dizer o que tá sentindo? -Sam perguntou cautelosa.
-Eu não sei. Pras duas perguntas. -respondi e ela sorriu de canto.
-Tudo bem, você não precisa saber de nada por enquanto. Só precisa relaxar. Posso mexer no seu cabelo? Eu não sou tão boa quanto você, mas posso tentar.
Eu olhei pra Sam sem nenhuma resposta conclusiva, eu não queria mais uma vez agir de forma invasiva com ela e nem nada do tipo, mas ela não parecia estar pensando nessa possibilidade.
-Deixa de besteira, deita aqui. -ela insistiu me vendo quase paralisada.
Como eu não estava em condições de decidir nada, apenas obedeci. Rapidamente senti seus dedos no meu couro cabeludo e ela parecia massagear até os fios, por mais que meu cabelo fosse curtinho.
-Você falou com a Lena? -perguntei depois de um tempo.
-Ela tá na minha casa, desde ontem. A gente não conversou quase nada pra falar a verdade, mas Kara me contou o que aconteceu e depois ficou lá com ela. Por isso vim correndo te ver.
-Entendi. Obrigada por isso. E como ela tá?
-Tão triste quanto você, mas é diferente. Você tá enfrentando um luto e ela tá tentando lidar com a culpa.
-Culpa? Que culpa? -perguntei estranhando aquele comentário e Sam procurou as palavras certas antes de explicar.
-Desde que eu conheci a Lena que ela tenta se desculpar com o mundo inteiro pelas atitudes da família dela, eu conheço a minha chefe o suficiente pra saber que ela está nesse momento achando que a culpa da morte do seu pai também é de responsabilidade dela.
-Isso não faz sentido nenhum. -desabafei ainda pensativa.
-Eu sei. Mas é o jeito dela. -Sam continuou. -Lena se preocupa mais do que deixa transparecer.
-Meu pai era um homem bom, e é claro que eu tô sentindo muita raiva do Lionel agora, mas ao mesmo tempo, meu pai escolheu se sacrificar pelo John, e eu entendo isso porque ele sempre me ensinou a cuidar de quem eu amo com tudo o que eu tenho. Meu pai morreu como um herói e se não fosse nessa situação, teria sido em outra. Talvez nem o Lionel seja tão culpado no final das contas, mas Lena definitivamente é a pessoa mais inocente nessa história.
-Pra você é mais fácil pensar assim porque o seu pai foi verdadeiramente um herói, mas a Lena não tem ninguém parecido na família dela. Ela só tem a ela mesma pra se inspirar... então, tenta imaginar a vergonha que ela tá sentindo.
Sam olhava nos meus olhos enquanto falava e a preocupação que ela também tinha com a Lena chegava a ser fofa, ela realmente se importa com as pessoas e isso é algo raro de encontrar.
-Você tem razão. concordei. -Eu tenho que ser grata por só ter tido motivos pra me orgulhar do meu pai, eu nem imagino como deve tá sendo difícil pra ela.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Chemical Hearts - Supercorp
Fanfic"O amor não chega cedo nem tarde, ele é pontual. Ele sempre chega na hora certa, seja ela qual for. O amor verdadeiro não tem prazo de validade, não escolhemos senti-lo, mas sentimos sem querer". Lena Luthor é uma bilionária que está lutando para sa...