32. Falhas existem

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-PoV Kara-

As luzes fortes no meu rosto me fizeram abrir os olhos com dificuldade, eu me sentia cansada e ao mesmo tempo desorientada, achei que eu estivesse no conforto da minha cama, mas o teto do D.O.E me fez saltar assustada. Por que eu tinha dormido ali?

No mesmo instante Lena estava ao meu lado e parecia preocupada, seus olhos estavam fundos e avermelhados como se estivesse a dias sem dormir. Ela me disse que fiquei desacordada por um pouco mais de 24h e perguntou se eu lembrava o que havia acontecido, tentei me forçar a recordar de qualquer coisa e aos poucos minha mente foi clareando e trazendo tudo de volta, a sensação de estar caindo era tão ruim quanto a dor causada pela kryptonita e quando eu fechava os olhos ainda conseguia sentir aquela sensação, mas afastei aqueles pensamentos tentando entender melhor tudo o que havia acontecido comigo.

John e Alex apareceram na sala de repouso em que estávamos e depois de me examinarem e eu dizer mais de dez vezes que me sentia bem, eles começaram a me contar tudo do início, inclusive sobre o ciborgue que me atingiu e sobre o projeto Cadmus. Alex quem me explicava tudo, ela dizia que também ficou sabendo do projeto a pouco tempo porque John só lhe contou quando eles capturaram o Metallo. Ele explicou que era um assunto sigiloso do Departamento e que para evitar problemas nunca contava a ninguém, por isso ele apenas extinguiu o laboratório assim que assumiu a liderança do D.O.E, mas não fazia ideia de que o Cadmus continuava existindo fora dali. Durante toda a conversa, Lena se encolhia cada vez mais no canto da sala, principalmente quando me contaram da possibilidade de ser a Lillian Luthor a continuar com o projeto. Eu mesma a encorajei a se aproximar da mãe e agora ela parecia envergonhada, como se sentisse culpa por tudo o que estava acontecendo.

Depois de alguns minutos eu parei totalmente de ouvir a Alex, ela não estava mais explicando nada sobre o ocorrido, ela apenas dava ordens sobre o que eu deveria ou não fazer dali pra frente, eu sabia que minha irmã estava assustada pelo o que aconteceu e muito preocupada, mas minha atenção estava na Lena, sua aflição me deixava angustiada e eu queria fazer com que aquilo passasse, ela não deveria carregar culpa sem ser responsável por absolutamente nada do que aconteceu.

-Você tá me ouvindo, Kara? -Alex perguntou quando percebeu que eu não a olhava já fazia um tempo.

-Claro que sim. -menti. -Será que eu posso falar com a Lena a sós agora?

Minha namorada tinha o olhar baixo e quando ouviu meu pedido ela levantou a cabeça olhando em minha direção, tentei mostrar um sorriso tranquilo, avisando que estava tudo bem, mas não sei se saiu como eu esperava.

John tirou minha irmã da sala quase arrastando pelo braço, ela não parava de me passar instruções e eu ri por ainda ouvi-la mesmo depois deles saírem e fecharem a porta -e eu nem usava minha audição-. Lena também riu da minha irmã super protetora, mas seu sorriso logo ficou mais sério ao me olhar nos olhos.

-Você tá bem mesmo? Não tá sentindo nada? -ela perguntou ainda sem se aproximar de mim.

-Eu tô ótima, prometo. E você?

Lena deu de ombros e mexia nas unhas de tanta ansiedade.

Eu ainda estava sentada na cama quando estendi uma mão minha pra ela pedindo para que se aproximasse um pouco mais. Nossos dedos se tocaram delicadamente e aquela mãozinha tão linda e frágil foi capaz de fazer tudo dentro de mim se sentir melhor.

-Você parece cansada. -falei. -Há quanto tempo você tá aqui? -Lena arqueou uma sobrancelha sem me responder e eu já havia entendido tudo. -Você não saiu daqui, saiu?

-Claro que não. -ela me respondeu como se fosse a coisa mais óbvia e natural do mundo. Sendo que ela tem uma companhia bilionária e uma empresa de mídia gigantesca que consome a maior parte de seu tempo.

Chemical Hearts - SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora