21. Você me ajudaria?

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-PoV Lena-

Já tem muito tempo que eu trabalho sozinha na minha sala, sem nenhum barulho, sem falar com pessoas fora dos horários de reuniões, geralmente bebendo um bom whisky e sentada confortavelmente na minha cadeira. Então, começar a trabalhar na CatCo foi um choque enorme de primeira.

Mesmo que as conversas sejam todas quase uns sussurros entre os colaboradores, todo mundo fazendo isso ao mesmo tempo gera um zumbido que até incomoda um pouco. Aqui todo mundo tem muita pressa o tempo todo, as notícias correm e existem várias outras empresas de mídias sedentas por terem o nosso reconhecimento. Nos primeiros dias eu fiquei mais nos bastidores tentando entender como tudo funciona, mas agora eu estou trabalhando entre eles e impulsionando as coisas a acontecerem ainda mais rápido. Tempo é dinheiro, e a CatCo é uma máquina de fazê-lo, a cada segundo essa empresa tem o poder de gerar uma fortuna, e é isso que eu preciso fazer acontecer.

Aproveitei minha influência como uma Luthor e consegui diversas entrevistas exclusivas, sempre alinhando minhas decisões com os melhores repórteres que temos, inclusive, minha própria namorada.

-Kara! -eu chamei quando a vi quase entrando no elevador. -Eu preciso conversar com você. -ela tinha sua atenção voltada pra tela do celular e parecia nem ouvir o que eu falava.

Eu a chamei mais uma vez e ela pareceu até acordar depois de digitar algo muito rápido no celular.

-Oi, Lena. Você precisa de mim?

-Na verdade mesmo, eu queria só conversar com você.

-Tem que ser agora? Eu tenho uma coisa pra resolver nesse momento, e é meio que importante. -Kara estava visivelmente inquieta.

-O que eu tenho pra te dizer também é importante. -insisti.

-Tudo bem. -ela respondeu e olhou novamente pra o seu celular, pela sua expressão ela precisava mesmo ir naquela hora.

-Vai resolver o que você precisa. Quando você voltar me procura, pode ser?

-Muito obrigada. Eu te amo. -ela me disse e entrou no elevador.

A manhã quase toda se passou e nem sinal da Kara voltar pra CatCo. Eu comecei a precisar de seus serviços como repórter, mas nem minhas mensagens ela respondia. Comecei a ficar preocupada e até falei com o Winn pra saber se ele tinha notícias dela, já que ele sempre a ajuda nos chamados da Supergirl.

Winn me garantiu que ela estava bem e que aquele era um dia atípico bastante agitado, então ela ainda estava combatendo algum crime pelas ruas de National City e trabalhava como repórter externo no meio tempo.

Mesmo com tudo sob controle, eu ainda precisava da ajuda de um repórter, ou melhor, de alguém como a Kara. Eu precisava de uma entrevista que rendesse uma matéria que mexesse com o emocional das pessoas, que fizesse o leitor refletir, mas sem ser tendencioso, como só a Kara sabia fazer. Foi então que eu lembrei da Nia.

Provavelmente eu devo até ter corrido no meio do salão, apenas alguns dias nessa empresa e eu já agia feito eles. Pra quem ficava sentada bebendo whisky, nem água eu tinha mais tempo pra beber.

-Nia! -chamei encostando em sua mesa, mas... ela estava dormindo?

Primeiro, que ela estava no meio do expediente, segundo, ela estava sentada, e terceiro, quem dorme naquele barulho?

-NIA! -chamei um pouco mais alto e ela deu um pulo na cadeira.

-Lena! Me desculpa. -ela disse corando. -Eu só tava... pensando. -quase ri de sua resposta, mas eu tinha outro assunto mais importante pra tratar com ela.

Chemical Hearts - SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora