34. Eu dobro aço com as mãos

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-PoV Lena-

Nossos dias pareciam cada vez mais sufocantes, pelo menos pra mim. Kara fingia que nada estava acontecendo, todas as notícias na CatCo e em todos os outros jornais e revistas falavam sobre a Supergirl e sobre o acidente que fez um segurança ser baleado. Pouco se falava sobre quem estaria por trás da criação do Metallo, a mídia estava muito mais preocupada em direcionar sua morte ao culpado que eles queriam -que nesse caso era a Kara- e que dava muito mais views do que a ideia de um culpado que nem a polícia sabia onde procurar.

Com exceção dos dias em que a Kara ia treinar com o John, ela quase não voltou a usar seu uniforme. Winn ficava o dia inteiro atrás da amiga lhe passando chamados e ela sempre dizia que estava muito ocupada escrevendo matérias e participando de reuniões, o que não era mentira, mas ela sempre dava um jeito de fazer os dois.

Além disso, Nia sempre vinha até mim tentar saber porque a amiga estava tão ranzinza nos últimos dias, mas eu não podia contar nada a ela, não cabia a mim, então sempre era alguma desculpa diferente que uma hora ou outra ela pararia de acreditar.

Aos poucos Kara se livrava da Supergirl totalmente e eu, Alex e Winn não sabíamos mais o que fazer. No momento, só tinham duas coisas que ela vinha focando: em seu trabalho como repórter e em sexo. Nossa rotina mudou de "pra quando a gente tiver tempo de dormir juntas" pra "todos os dias". Kara exigia meu corpo de uma maneira que eu seria dela todas as vezes, nem precisaria pedir pela segunda vez, transamos em todos os lugares possíveis das nossas casas, em seu escritório, no meu laboratório, no banheiro da CatCo, dentro da minha limousine, dentro do meu carro no estacionamento de um shopping e só não aconteceu dentro do provador de uma loja porque fomos interrompidas. Não sei se a vendedora ouviu algo, mas com certeza eu não volto naquele lugar tão cedo.

Não que eu esteja reclamando de fazer sexo, muito pelo contrário, todos os orgasmos foram incríveis, principalmente aqueles que tiveram uma dose de adrenalina a mais. Mas, Kara estava usando o sexo pra mudar o seu foco de uma outra coisa que ela adorava fazer, mas que decidiu se afastar.

Enquanto ela trabalhava sem parar na CatCo, eu saciava todas as suas vontades, resolvia o problema da Andrea com a minha mãe, aguardava impaciente que a mesma me ligasse, trabalhava dia e noite com o Brainy e com o James pra continuar aumentando o número de leitores e consequentemente de lucro da CatCo, além de estudar o projeto do Jack pra reunião que eu teria com ele em alguns dias e ainda tentava pensar junto com a Alex em formas de conseguir com que a Kara quisesse voltar a trabalhar no D.O.E. Por isso eu volto a dizer, os dias ficavam cada vez mais sufocantes.

Uma outra coisa que eu e a Alex vínhamos conversando em paralelo, era sobre as imagens do dia do assalto. Elas mostram exatamente o momento em que o Corben foi baleado, mostra a bala sendo ricocheteada do braço da Kara, mas não mostra de fato que é a mesma bala que atravessa seu corpo, porque havia um ponto cego entre uma câmera e outra. A perícia ainda vinha fazendo toda a reconstrução do acidente, mas não restavam muitas dúvidas de que era a mesma bala, até porque não existiam cápsulas nem balas sobrando ou faltando, tudo se encaixava perfeitamente.

Meus dias trabalhando mais próximo do James vinham sendo bastante tranquilos, ele já havia notado a "frieza" da Kara e no seu desejo súbito por trabalhar sem parar, com certeza ele tinha curiosidade em saber o que estava acontecendo, mas não entrou nesse assunto comigo nem uma única vez. Talvez finalmente ele tenha percebido que quanto mais ele tenta se meter entre mim e Kara, mas a gente briga e se distancia. O ruim de ter essa aproximação boa dele é que fica cada vez mais difícil desconfiar que ele esteja por trás do meu atentado, quando os números da CatCo começaram misteriosamente a baixarem, eu pensei comigo mesma que ele queria de alguma forma me prejudicar, mas trabalhando ao seu lado eu pude comprovar o quanto ele é bom no que faz, ele só precisava de um empurrãozinho de alguém de "fora" de sua sala e da visão probabilística do Brainy, nós três juntos com a ajuda do Winn na coordenação de sistemas internos, conseguimos alavancar a CatCo em poucos meses.

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