68. Qual o seu plano?

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-PoV Lena-

-Lena!! Vamos colocar ela no soro. Rápido! -Brainy falou enquanto me via encarar a Lillian completamente desmaiada em meus braços.

A gente tinha feito todo o procedimento no chão e no instante que ela acordou, depositei sua cabeça em meu colo. Mas fiquei paralisada pensando na pergunta dela.

"O que foi que você fez?".

Pra ser bem sincera, eu não fazia ideia do que eu tinha feito. Quando comecei meses atrás os testes em corações de verdade, eles não resistiram por muito tempo. Então na realidade, aquilo não passava de mais um teste que eu precisava que desse certo.

Brainy pegou minha mãe nos braços sozinho vendo que eu era incapaz de aguentar meu próprio peso, e a deitou em uma maca. Colocamos ela no soro e eu ouvi seu coração repetidas vezes, que apesar de um pouco acelerado, batia perfeitamente.

-O que a gente faz agora? -perguntei depois de encontrar o olhar do Brainy e ele me deu a única resposta que eu não queria ouvir.

-Agora a gente espera. -disse ele.

Nós dois revezamos a noite inteira pra garantir a estabilidade da saúde da minha mãe. Eu me sentia envergonhada de precisar tanto da ajuda dele pra salvar uma mulher que não pensaria duas vezes antes de lhe fazer mal. Então mesmo sem saber se era o ideal, eu o agradeci.

-Brainy, obrigada por tudo. Você não tinha que tá fazendo isso.

-Ela é a sua mãe, eu faria o mesmo se fosse a minha e sei que a senhora me ajudaria também.

-Com certeza. De qualquer forma, sua confiança significa muito pra mim.

Meu amigo sorriu fraco assumindo meu lugar na poltrona pra vigiar a Lillian e mais uma vez eu o agradeci.

O sol ainda estava nascendo quando ouvimos minha mãe pedir por água, tentamos chamar algum segurança novamente mas ninguém aparecia. Então não tínhamos muito o que fazer.

A espera se tornava cada vez mais infinita.

-Deu certo? -ela perguntou depositando sua mão na altura do coração e depois me encarou.

-A gente ainda não sabe. Mas as vezes que eu testei esse soro num coração de verdade, ele só bateu por algumas horas. Então você ainda tá dentro do tempo.

-Maravilha. -Lillian respondeu ironicamente e sentou colocando suas pernas pra fora da maca.

-O que você tá sentindo agora? -perguntei.

-Nada, eu tô bem. -sua resposta foi curta e ela não parecia que queria continuar falando sobre aquilo.

-A senhora teve um infarto e agora tem uma substância desconhecida correndo nas suas veias, não é possível que não esteja sentindo nada de diferente. -insisti.

-Eu sei que meu coração já estava bem comprometido, mas eu tenho certeza que não tive um infarto. Aconteceu alguma coisa que fez ele desacelerar abruptamente.

-O café... -Brainy falou e minha mãe riu talvez realmente achando engraçado, mas segundos depois seu riso foi perdendo força.

-Claro que sim. Como eu não pensei nisso antes? É claro que o Lex faria isso. -ela disse com um tom de angústia e seus olhos pareciam perdidos.

A maçaneta da porta fez barulho ao ser destrancada e nós três encaramos meu irmão entrar com um sorriso tão cínico que me fez odiá-lo ainda mais.

-Bom dia! Como estamos?! -Lex perguntou dando alguns passos em nossa direção e eu fiz o mesmo parando a poucos centímetros de distância dele.

-Você quase matou ela. O que você tem na cabeça?? -minha voz saiu um pouco mais raivosa do que eu esperava e involuntariamente eu o empurrei.

Chemical Hearts - SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora