Laura: Eu deveria fazer isso, pelo menos preso você pensaria no que você fez, totalmente sem noção de colocar duas crianças numa coisa dessas, ainda mais escondido. - neguei com a cabeça. - Só não vou te entregar por causa da tua mãe, porque ia ser ela que ia descer pra Bangu toda semana pra te visitar. Você que é o frente daqui? - ele fez que sim com a cabeça. - Quero pedir que o Tizil não fique e nem passe perto de mim quando eu tiver pelo jaca.
- Escutou o que a garota disse? Papo da dado e abraça se não ele que vai te abraçar. Assunto encerrado então, tu vai lá no dia, falar nada sobre o que tu sabe da favela, o que te perguntarem tu vai responder. - assenti.
Sai da boca com o Iago e entrei no carro que tava do outro lado da rua, Iago ficou do outro lado conversando com o homem, mas logo entrou no carro, fomos o caminho todo em silêncio até em casa.
Laura: Você sabia disso não era? - Perguntei quando entramos em casa.
Iago: Sabia, mas queria te poupar, tô ligado que se tivesse te falado antes tu ia ficar com isso na mente e ia fazer mal pra tu e pro bebê.
Laura: Teu irmão foi rebaixado de cargo por que mesmo? Vontade era de fuder com a vida dele.
Iago: Fez umas paradas que não posso falar, e ter se metido nesse esquema, pode trazer os cana pra favela por causa disso. - murmurei um "Ah".
Eu estava com uma dor de cabeça insuportável, fiz um chá, bebi, tomei um banho quente, vesti uma roupa leve e deitei, comecei a sentir uma cólica bem leve, mas tava incomodando bastante, mandei mensagem pro Iago que tava lá em baixo pedindo pra ele trazer uma compressa de água quente.
Tava sem forças até pra falar, ele chegou com a compressa, coloquei no pé da barriga, Iago queria que eu fosse pro hospital, falei que não era necessário, que era normal, bofe nem me escutou, ligou pra mãe dele, minha sogra vinha pra cá.
Dona Silvania chegou, juntou ela e o Iago pra me convencer ir no médico, quando fui levantar da cama tudo ficou preto, sorte que o Iago foi rápido e me segurou, fiquei um pouco sentada na cama, minha sogra me deu um pouco de água, levantei novamente, peguei uma roupa e fui pro banheiro.
Tinha um pouco de sangue na minha calcinha, troquei, vesti a roupa e sai do banheiro. Iago me ajudou a descer as escadas, entrei no carro com a minha sogra, e o segurança nos levou pra um hospital da pista, o que eu estou fazendo o acompanhamento da gravidez.
Chegamos, fui direto pra uma sala de atendimento, uma enfermeira perguntou o que eu estava sentindo, falei sobre a manchinha de sangue, em seguida um médio veio me atender, mediu minha pressão e tava baixa, fez uma ultrassom e tava tudo bem com o bebê, retirou sangue pra fazer um hemograma.
Quando o médico saiu uma enfermeira veio colocar soro na minha veia, fiquei uns trinta minutos tomando soro, o resultado do exame saiu e fui pra sala do médico.
- Olá, como a senhora se sente? - perguntou o médico.
Laura: Agora estou me sentindo mais ou menos, só estou sentindo um pouco de sono..
- Ok.. Então, peço que a senhora fique um pouco mais de repouso, a gravidez é muito recente e os estresses que a senhora vem passando tá afetando o bebê e ele não está se desenvolvendo como deveria.. a senhora já teve uma gravidez interrompida, complicações na primeira gestação, tudo isso leva a cuidados redobrados... Não se estresse, não faça esforço, se alimente bem, beba bastante água.. fica de olho nela tá bom? - falou com a minha sogra que assentiu.
Laura: Correto doutor, vou seguir suas recomendações a risca.
Por fora eu estava pleníssima, mas por dentro eu estava desesperada, conversei mais um pouco com o médico e saímos da sala.
Laura: Não fala nada ao Iago por favor... Não quero que ele fique preocupado..
Silvânia: Não concordo com isso e você sabe muito bem.
Laura: Por favor, Sil. Iago já tem bastante coisa pra se preocupar, não quero que ele se preocupe com isso.
Seguimos até o estacionamento e entramos no carro, o motorista guiou pra favela, durante a volta acabei pegando no sono, acordei com a minha sogra me chamando, ainda sonolenta entrei em casa e sentei no sofá.
Iago: Iai, tudo suave? - perguntou descendo as escadas.
Laura: Tá tudo bem, não foi nada de mais. Apenas foi o estresse de hoje. - falei e minha sogra saiu da sala e foi em direção a cozinha.
Iago: Papo reto? - fiz que sim com a cabeça. - Trocar uma ideia com a coroa ali sobre aquele assunto. - foi pra cozinha também.
Subi pro meu quarto, separei uma roupa de dormir e fui tomar banho, liguei o chuveiro e comecei a chorar, chorei com medo de não conseguir prosseguir com a gestação, medo de acontecer algo comigo e deixar meus filhos sem uma mãe...
Orei pra Deus me proteger e proteger a minha família de todo mal, orei pra Ele me dar forças pra conseguir seguir com gravidez, orei pedindo sabedoria na hora do depoimento e que ele colocasse as palavras certas na minha boca.
Sai do banho, me enxuguei, vesti a roupa, escovei os dentes e deitei na minha cama, Iago entrou no quarto se eu queria comer algo, falei que não estava com fome, minutos depois ele entrou no quarto com um prato com canja de galinha, só o cheiro me deu ânsia, tentei rebater com ele e quem disse que eu consegui, tive que comer todo, ainda bebi um suco de laranja que minha sogra fez.
Antes de dormir fiz chamada de vídeo com os meus babys, iam dormir na casa da Irenny hoje, coitada, sofro com duas crianças, imagina com as três juntas, tem que ter muita paciência porque não é fácil não.
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Destino Traçado
Teen FictionNada acontece por acaso, em tudo Deus tem um propósito.