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Laura


Minha vida parece que virou aquelas histórias malucas do Wattpad, papo reto. Eu tinha uma vida normal, era casa, escola, escola, casa, final de semana ia pra baile, churrasquinho, pagodinho, mas tudo mudou.

Tudo começou em um bendita festa num sítio no meio do mato, pra chegar lá era maior burocracia, quatro horas de carro do Rio pra esse sítio. 

Na festa só tinha envolvido, o erro maior, entrei no local e dei de cara com bandidos que eu já tinha visto na TV, tudo procurado pela justiça, na hora eu quis ir embora, mas tinha nem como.

O cara com quem eu tinha ido pro tal sítio, só podia me levar de volta pro Rio no outro dia. A merda no outro dia já tava feita e não tinha mais volta.

Minha amiga com quem eu tinha ido a convite dela, me ofereceu um copo de whisky, bebi um, dois, três, quatro, cinco, vinte e poucos copos, misturei outras bebidas, usei lança, maconha e drogas que eu nem sei o nome, não sei como não tive uma overdose naquele dia.

Transei, transei pra caralho, dei tanto que nem sentia mais a minha xota, transei até com mulher, logo eu que nunca tinha transado com uma.

Pra mim e pra minha amiga a festa tinha sido tranquila, mas o resultado veio depois de dois meses.

Depois de dois meses descobri que estava grávida, poderia ser uma doença, mas glória a Deus não foi nenhuma doença, aborta pra mim nunca foi uma alternativa, mesmo criando o bebê sozinha eu nunca que abortaria.

Na hora de dizer aos meus pais que eu estava grávida não foi difícil, difícil foi dizer que eu não sabia quem era o pai do meu bebê.

Minha mãe na hora passou mal, pressão subiu mas logo normalizou, já o meu pai, ele que nunca tinha levantado a mão pra mim deu um tapa na minha cara e me deixou mais baixa que o chão, me chamou de tanta coisa, mas o que mais me machucou foi quando ele disse que eu era marmita de traficante e a gravidez só é o começo do meu inferno.

De verdade, nunca esperei escutar aquelas palavras do meu pai, até pensei que ele ia me expulsar de casa, mas pra glória de Deus não expulsou.

Imagino o desgosto que eu dei para ele, a filha única, grávida aos dezeseis anos e não sabe quem é o pai do filho que espera.

Mas desde que descobri que tava grávida fui fazer meus corre pra ter o que comprar pro meu filho, fiz sobrancelha, trabalhei como atendente no salão daqui do bairro, me virei no que pude. Atualmente tô trabalhando numa lojinha de bijuterias lá em Bonsucesso.

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Cheguei da escola cansada real, minha vontade é de comer e dormir, ultimamente se eu pudesse só fazia isso, comer e dormir, meu corpo só pede cama, também, tô com barrigão, e olha que tô só com cinco meses.

Várias pessoas já me perguntaram se eram gêmeos pelo tamanho da barriga, mas eu nego e repreendo, não tô tendo condições de criar uma criança imagina duas.

Papo reto, tô ansiosa pra caralho pra saber o sexo do bebê, já fiz uma ultra mas não deu pra ver nada, nadinha, Deus queira que dessa vez dê pra ver.

Aínda não comprei muita coisa pro bebê não, tô esperando saber se é menino ou menina pra comprar, o pouco que tem foi a minha mãe que comprou e a maioria é cor clara, cor que dá pra usar os dois sexo.

Meu pai não está falando comigo, não fica no mesmo cômodo que eu, isso me machuca muito, tento não dá importância pra isso, mas é em vão.

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Laura: Tô muito ansiosa. - mordo meu lábio inferior. - será que é menino ou menina mãe? - olho pra ela que está sentada ao meu lado.

Cristine: Menina, pra eu encher de lacinhos. - rir. - se parecer com o pai Lau? - Olha apreensiva pra mim.

Laura: Não vou poder fazer nada né mãe. - respiro fundo encostando a cabeça na parede. - Que pelo menos o pai do meu bebê seja bonito, imagina meu bebê nascer feio por causa do pai que ele nem conhece. - Rimos

Cristine: Só você mesmo viu Laura, rir da própria desgraça.

A recepcionista avisou que era a minha vez, entramos na sala e a obstetra mandou eu deitar na maca e levantar a minha blusa, minha mãe sentou numa cadeira ao meu lado.

Obstetra: Tudo bem mãe? - olhou pra mim. - nervosa?

Laura: Eu estou bem, tô um pouco nervosa. - ela mexeu no computador e veio até mim.

Obstetra: Relaxe, pro seu bebê relaxar e abrir as perninhas. - passou o gel gelado na minha barriga.

A obstetra começou a passar o aparelho na minha barriga e o barulhinho do coração do meu bebê ecoou pela sala.

Como sempre comecei a chorar de emoção, sério, toda vez que escuto o coraçãozinho do meu bebê eu choro.

Obstetra: Seu bebê está forte, tamanho está certinho. - olhou pro visor.

Laura: Glória a Deus. - olhei pra tela e só vi uns borrão preto.

Obstetra: Tem preferência? Já escolheu algum nome mãezinha?

Laura: Não tenho preferência, mas se for menina vai se chamar Lorena e se for menino Gabriel. - ela sorrir olhando pro visor.

Laura: Então temos aqui...

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Lorena ou Gabriel?

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Beijos de luz.

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