Destino Traçado

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Guinho: Sabia disso não pô, coé, não tá falando porque tu tá de barriga?

Laura: Hunhun. - deu pra perceber que o Guinho tinha ficado bolado com isso, falei pra ele que isso era problema meu e que não precisava ele ficar assim.

Conversamos mais um pouco e depois ele foi embora, nem comentei sobre mais cedo do "colocar no meu nome" deixar isso pra outro dia, tranquei o portão e entrei em casa com a Ana Clara, meu pai tava na sala com o maior carão, cheinho de ódio deve tá.

Rafael: Laura! - me chamou quando eu ia passando pelo meu quarto, até me assustei.

Laura: Pois não. - olhei pra ele.

Rafael: Não quero mais esses traficantes na porta da minha casa, essa foi a primeira e a última vez, quer se envolver com eles vá pra rua, mas na minha casa, não. Basta você tá grávida de um e nem saber quem é o pai, daqui a pouco tá morta por tá se envolvendo com chefe do tráfico. Você sabe que ele homem é frente do Manguinhos não é? Imagina se a polícia resolve invadir aqui e ver aquele traficante aqui, Laura? Se quiser continuar nessa casa corte relações com todos eles. E se possível com essa daí também, coitada da dona Lena, não merece essa neta que tem.

Laura: Você nunca mais vai ver eles aqui, pode ter certeza disso. - falei seria. - E não vou cortar ligações com nenhum deles, sabe por que? Eles que não são nada meus e não tem obrigação nenhuma e mesmo assim estão me ajudando e me apoiando só contrário de você que virou a cara pra mim quando eu mais precisei, e eu nem faço questão de morar aqui mesmo, ainda só não fui embora porque não tenho outro lugar pra ficar. E quem não me merece é você, por maior que foi o meu erro eu corri atrás do meu em quanto foi tempo.

Rafael: Eu tô te dando teto, quer ajuda maior que essa? Eu podia muito bem ter te expulsado de casa, mas não, aceitei você grávida de traficante dentro da minha casa, quando você estava quase morrendo quem foi que te levou pro hospital? Eu, se isso não foi ajuda eu não sei mais o que é então.

Laura: Você não fez mais do que sua obrigação como pai! Eu entendo toda essa sua raiva, era pra eu ter morrido né? Não a Lara, ela era tua filha preferida, não eu. - eu já estava com os olhos cheios de lágrimas. - Ela foi a filha desejada, tão esperada, eu vim só pra salvar ela e mesmo assim falhei na missão, por isso tanto rancor por mim. - falei e fui pro meu quarto.

Eu não tinha mais estruturas pra nada, já estava chorando abessa, Ana Clara tentava me acalmar, minha mãe entrou no quarto com um copo de água com açúcar e eu já estava soluçando de tanto chorar.

Cris: Filha, por favor, se acalma, você sabe que não pode se estressar, seus filhos.

Ana Clara: Lau você tá sangrando de novo. - falou desesperada. olhei pra minha roupa e tava melado de sangue.

Última coisa que eu vi foi isso, apaguei e não lembro de mais nada do que aconteceu ali em diante.

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