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Entrei no carro e o motorista guiou pro jaca, acabei de pegar o exame de DNA, tô nervosa abessa, não pelo resultado, porque até já sei né, tô nervosa mesmo imaginando como vai ser de agora em diante depois tá confirmação, espero que o alecrim dourado não dê showzinho.

Chegamos no jacarezinho, o segurança parou o carro na frente da casa da mãe do Iago, respirei fundo e desci, vi a moto do Iago na frente do portão, bofe tá mais ansioso que eu cara, deve tá aqui desde quando fui buscar o exame, abri o portão e entrei, a porta tava encostada, entrei em casa, tava Iago, tia Sil, e o Ítalo.

Laura: Bom dia. - falei indo sentar ao lado do Iago. - Quem vai abrir? - falei colocando na mesinha de centro.

Silvânia: bom dia filha, deixa que eu abro que daqui a pouco eu tenho um treco de nervosismo. - falou pegando o envelope.

Meu coração só faltava sair pela boca, Iago pegou na minha mão e sussurrou um "fica tranquila vida" e me abraçou de lado, eu olhei para a minha sogra que abria o envelope, o Ítalo olhava fixamente pra Silvânia, aparentemente não expressava reação alguma.

Silvânia: Positivo. Gabriel e Lorena são teus filhos. - jogou o exame pro Ítalo que pegou e ficou olhando. - Agora sentar os dois e conversar como vai ficar a crianção dos meninos, nem pensar em deixar a responsabilidade nas costas da Laura em ítalo, eu que saiba de alguma coisa pra ver se não dou na sua cara. Iago, bora e deixa eles dois conversando aí.

Iago: Pô coroa, vou ficar com a Laura aqui, já é. - falou e a tia Sil olhou serinha pra ele.

Silvânia: Bora Iago, que nesse assunto você não tem no que se meter, se o Ítalo se crescer pro lado dela você tem o direito de descer a porrada nele.

Iago: A coroa deu o papo, então fica ligado. - disse levantando e saindo da sala com a tia.

Ficamos uns dez minutos em silêncio até eu perguntar o que aconteceu no dia da festa, eu não lembrava de nada, e o único que tava "sóbrio" era ele.

Laura: Me fala o que aconteceu... - falei com um pouco de receio.

Ítalo: Fico até sem graça de falar essa parada tá ligada, tu é fiel do meu irmão agora.. e pô, respeito prevalece tendeu.

Laura: Respeito prevalece agora né?! Quando nem queria saber dos próprios filhos não tinha respeito nenhum.. - falei e ele me encarou de uma forma que se pudesse me matar, matava agora mesmo, eu como não devo nada a ele, encarei de volta.

Ítalo: Pô, tu não tava legal tendeu, tinha sentado pra tropa toda.. - falou e eu senti nojo de mim mesma. - tava com um tubo de lança numa mão e um cigarro de maconha na outra, vi que tu não tava legal e fui te ajudar, mas tu veio se jogando pra cima de mim...

Laura: Já entendi. Precisa falar mais nada não. - Eu tava toda arrepiada só de imaginar a cena, tem coisa que a gente faz, que da vontade de apagar da nossa vida.

Mas se isso não tivesse acontecido, eu não teria os meus filhos, e eu não seria a Laura focada que sou hoje, na real, eu não tenho a mínima noção de como estaria minha vida agora se eu não tivesse engravidado.

Ítalo: Pra adiantar o papo, toda semana vou dá uma meta maneira pros menor já é. Qualquer coisa que precisar só entrar em contato tendeu.

Laura: Por mim tudo bem... E você não vai querer ver eles? - perguntei por impulso.

Ítalo: Tenho vocação nenhuma pra ser pai, nunca foi minha meta ter filho...

Laura: Eu não tô perguntando se você vai cuidar deles, eu tô perguntando se você não vai pelo menos ver? Querer conhecer...

Ítalo: Depois a gente desenrola isso aí. Tudo certo então? Toda quarta vou mandar um menor deixar a parada lá onde tu trabalha e tu se vira já é?

Assenti e ele saiu de casa. Fiquei um tempo pensando no que acabou de acontecer, agora meus filhos tem pai né, um pai que não tá nem aí pra eles, mas eu tô com a mente tranquila que pelo menos tentei fazer o contato, ele que adiou, sei que eu não vou tentar mais.

Fui atrás do Iago que tava com a minha sogra no quintal, sentei numa cadeira e entre eles, Silvânia perguntou o que tínhamos combinado, falei, ela queria que conversasse com ele pra resolver a questão da guarda, tipo de passar uns dias com cada, falei que melhor não.

Não acho bom os meus filhos ficar de casa em casa, melhor deixar eles em um canto só, ainda mais que eles estão acostumados com eu, a vó Lena e a Clara cuidando deles, e fora a Lorena que tem que ter um monte de cuidado com ela.

Depois pensamos nisso, deixa ver como as coisas vai se encaminhar a partir de agora. Ainda nem sei como vou falar para a minha mãe, vou esperar um tempo pra depois falar, reagir bem sei que ela não vai, ainda mais agora que meu pai tá fazendo a cabeça dela.

Fiquei na casa da tia Silvânia até umas quatro horas, Iago tinha que resolver umas coisas no manguinhos, antes de ir pra lá pedi pra ele me deixar na casa da minha mãe, passei lá só pra ver como ela e meu pai estava, pra depois não falarem que eu abandonei né.

Se eu soubesse que aquela chata da minha tia evangélica tava lá, junto com a filha piranha dela não tinha ido, não passei mais que dez minutos lá, guiei logo pra casa da vó Lena, render assunto com esse povo não, quero distância.

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