Laura ✿
Estou completando seis meses de gestação hoje, minha barriga está a coisa mais linda, tá tão perfeita, mas junto com os seis meses veio uma dor insuportável, é tipo cólica, a diferença é que a dor vem em forma de pontada e é muito mais forte
Hoje nem fui trabalhar e nem tinha como eu ir, não consigo ficar sentada na cama, imagina ficar horas em pé. Minha mãe já fez várias compressas mornas, porém não adianta nada nadinha, a dor não passa, o pior é que não posso tomar nenhum remédio pra dor, apenas chá, e não aguento mais tomar chá, já tomei tanto chá hoje e nenhum faz efeito.
Cristine: Liguei pra Ana Clara, ela tá vindo com a dona Lena aí. - Vó Lena faz aquelas oração contra mal olhado, pra dor, passa aqueles banho, eu não acredito muito não, mais nessas horas eu tô acreditando em tudo.
Não demorou muito elas chegaram, vó Lena começou a orar, passou uns folhinha na minha barriga, as folhas murcharam e a vó não fez uma cara muito boa não, desespero bateu na hora cara, ela saiu do quarto sem falar e eu já comecei a chorar pedindo a Deus pra não acontecer nada.
Ana Clara entrou no quarto e sentou do meu lado.
Ana Clara: Eu liguei pro Pablo pra ver um carro pra te levar pro hospital mas aquele filho da puta não atende, tua mãe tá vendo com teu pai pra ver se ele vem te buscar.
Laura: Eu não quero perder meus filhos, Clara, por favor.
Ana Clara: Você não vai Laura, fica tranquila, vai acontecer nada. - disse com os olhos cheio de lágrimas também.
Minha mãe entrou no quarto falando que meu pai tava vindo me buscar pra levar para o hospital, Ana Clara me ajudou a trocar de roupa, tinha um pouco de sangue na minha calcinha, desespero aumentou, já tava imaginando coisa ruim.
Sentei no sofá me contorcendo de dor, meu pai chegou, fui pro carro com ajuda da Ana Clara, deitei no banco com a cabeça apoiada na Clara e minha mãe tava no banco da frente com minha bolsa, durante o trajeto até o hospital eu olhava pro meu pai pelo retrovisor e o olhar dele não transmitia nada.
Lembrei das palavras que ele me falou e comecei a chorar mais ainda, a dor, o desgosto do meu pai por mim, a hipótese de eu perder meus filhos tava pesando na minha mente e eu já tava ficando confusa.
Chegamos no hospital, me colocaram numa cadeira de rodas e me levaram até uma sala onde me colocaram numa maca, uma enfermeira veio me deixar tomando soro na veia e saiu, não falou nada, e eu também não tinha nem forças pra perguntar alguma coisa, na sala tinha outras mulheres grávidas também.
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Destino Traçado
Teen FictionNada acontece por acaso, em tudo Deus tem um propósito.