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• MARATONA 04/06 •
Cristine

Tenho total consciência de que se hoje em dia eu e a minha filha estamos afastadas a culpa minha, quando aconteceu aquilo tudo não tive pulso firme para convencer a Laura a permanecer no lugar de onde ela nunca deveria ter saído.

Aqui é e sempre será a casa dela, sempre será bem vinda aqui. Tenho muito o que agradecer a ela, sempre me ajudou da forma que podia, sempre se esforçou para dar o seu melhor para mim e no momento que ela mais precisava de mim, virei as costas para ela.

Tenho orgulho da mulher que ela se tornou, soube criar os filhos muito bem, fez a faculdade dela, trabalha, fico muito feliz mesmo pelas conquistas dela. Única coisa que não aprovo é o relacionamento da Laura, nenhuma mãe quer um genro desses não é, eu não consigo ficar tranquila sabendo que ela dorme ao lado de uma pessoa que já matou, ainda tem os meus netos que crescem em meio disso, não gosto e não aprovo.

Cristine: Só você mesmo para fazer eu vim aqui...

Lena: Vai tomar no cu! Tô te trazendo na casa da tua filha e você me diz isso, o que eu vou falar agora é do fundo do meu coração, a Laura não merece você como mãe e nem o Rafael como pai, a melhor coisa que aconteceu na vida dela foi ter se afastado de vocês dois. Quer ir embora vá, eu não vou obrigar a ninguém entrar.

Tive nem reação mais para falar, entrei na casa muito bonita por sinal, as crianças apareceu correndo chamando a Lena de vó e a abraçando. Pelo visto eu perdi muita coisa me afastando da minha filha e dos meus netos.

Fui até o quarto da Laura, tava muito abatida, magra, essa gravidez não tá fazendo nada bem a ela, que ela passe por isso logo e que possa esbanjar saúde para que o meu neto nasça bem.

Conversamos pouco, não temos muito o que falar na verdade, desci e encontrei com a sogra dela e o marido da sala, comprimentei eles e chamei a Lena para ir embora.

Silvânia: Posso conversar com a senhora um instante? - assenti e a mulher me levou até a área dos fundos. - Não nos conhecemos bem, não temos intimidade, mas eu como mãe e avó não fico nada contente em ver a Laura e a senhora assim tão distantes uma da outra.. não só dá Laura, mas como da Lorena e do Gabriel também.. eles são umas crianças tão doce e meiga que eu tenho certeza que você iria se apaixonar por elas..

Cristine: Eu não quis me afastar da minha filha e nem dos meus netos.. eu queria muito ser próxima deles, mas não dá pra conviver nesse meio, não me sinto bem..

Silvânia: Do tráfico? Ninguém aqui vai te obrigar a usar ou vender droga não. Meu filho é traficante, eu não tenho orgulho disso não, mas eu vou fazer o que? Renegar ele só porque entrou nessa vida? Meu marido era traficante e morreu nessa vida. Eu não vou te julgar porque eu sei o que a senhora tá sentindo como mãe, mas não faz isso com a Laura não, minha mãe também se afastou de mim porque eu casei com o pai dos meus filhos, ela morreu e a gente não voltou a se falar, até hoje trago a dor disso comigo, não faz essa história se repetir com a Laura, é uma mãe pedindo pra outra mãe.. quando puder volta aqui, vamos te receber se braços abertos, mas venha sem o preconceito, independente da vida que o meu filho leva ele é um ótimo marido e pai para as crianças.

Voltei pra casa pensando na minha conversa com a sogra da Laura, ela parece ser uma boa pessoa e aparentemente deu uma boa criação para os filhos, mas nada me faz esquecer das coisas que o marido da Laura faz, eles tratam isso como se fosse uma coisa normal e isso nunca vai ser..

Quero muito me reaproximar da minha filha e o que eu puder fazer pra isso acontecer eu vou!!

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