Isabelly
Perguntei para que direção o Tizil tinha ido e me responderam entrou no beco que dá para a outra rua, agradeci e deduzi que ele tinha ido para a casa dele, chamei um moto táxi e guiei pra lá, do início da rua já dava pra escutar os gritos da loira, cheguei na casa, desci e paguei o menino.
Só fui entrando na casa, porta e portão estavam abertos, subi as escadas e fui na direção do quarto que eles estavam, entrei e o Tizil tava quase matando a mulher, fui pra cima dele mas não deu em nada, TZ é muito maior que eu.
Fui na varanda do quarto e o povo tudo na rua olhando.
Isabelly: Engraçado que ajudar ninguém ajuda, mas pra pra ver o barraco todo mundo fica observando. - Falei alto e as pessoas entraram em casa.
Chamei o soldado que fica no beco para me ajudar, garota tava quase desacordada, com ajuda do soldado tentei tirar o Tizil décima da menina e com muito trabalho conseguimos.
Ítalo: Saí daqui Isabelly!! - falou tentando se soltar. - Me solta caralho.
Isabelly: Quero saber se tu vai matar a garota mesmo?! Não sei o que ela fez mas quero saber se tu vai ser covarde a esse ponto. - soltei ele. - Pode soltar e obrigada pela ajuda. - sorri e o soldado saiu.
Fui olhar a garota que já estava com o rosto todo de sangue, algumas marcas pelo corpo e cabelo picotado.
Ítalo: Tá fazendo o que aqui? Ninguém te chamou não.
Isabelly: Ela precisa ir para o UPA. - Falei procurando uma roupa no guarda roupa já que a dela tava toda rasgada. - Por que tu fez isso com a garota? Tu tem duas irmãs, duas sobrinhas e uma mãe, já passou pela tua cabeça algum filho da puta fazer isso com uma delas? Tu ia gostar?
Ítalo: Filha! - ele falou e eu gargalhei. - Fiz porque ela mereceu, fica tirando onda com cara de bandido pô, isso foi pouco.
Isabelly: Tanta barbaridade eu escutei de uma só vez que meus ouvidos até sagram com isso... - achei um vestido e fui colocar na garota.
Depois se muito trabalho consegui vestir nela, procurei os documentos dela, aí vi que o nome da loira era Calile. Ouvi chegar um carro e pouco tempo depois uma mulher entrar no quarto, disse que era a irmã dela, dei os documentos e meu número, falei para levar no hospital na pista que o TZ ia arcar com todas as despesas, um homem entrou e levou a garota, levei a irmã dela até o portão, tranquei tudo e subi.
Quarto estava todo revirado, Tizil tava no canto de cabeça baixa sem falar nada, nem rebateu quando eu falei que ele ia pagar o hospital da garota.
Isabelly: A muito tempo que eu não te reconheço ítalo... Aos poucos você se tornou uma pessoa fria que ninguém quer por perto..
Ítalo: Vai embora Isabelly...
Isabelly: Eu não vou embora até você me falar o que se passa aí dentro. - sentei do lado dele e apoiei minha cabeça em seu ombro. - Você começou a se tornar essa pessoa fria depois que nosso pai foi morto.. eu era pequena mas eu lembro de que no velório dele você passou o tempo todo ao lado do caixão sem derrubar uma lágrima se quer, mas depois do enterro eu te vi chorando no beco que tinha atrás na nossa antiga casa, desde daquele dia você sempre tentou demonstrar que era uma pessoa sem sentimentos, que era uma pessoa má, mas eu sei que você não é uma pessoa ruim...
Ítalo: A vida do crime torna qualquer um sem sentimentos e ruim Isabelly...
Isabelly: Você pode ser ruim e sem sentimentos para a sociedade, não pra mim... Você sente alguma coisa pelo Gabriel e pela Lorena?
Ítalo: Eu não consigo... Até tentei, mas sei lá... - falou com a voz bargada. - Fico felizão de ver que o Guinho tá sendo o pai pra eles igual o nosso pai era pra nós.
Isabelly: Lá no fundo você sente, só não sabe demonstrar... se você fica feliz em ver eles bem você sente alguma coisa, não pode ser afeto de pai, mas é algum sentimento bom. Ainda dá tempo de você tentar ser uma pessoa melhor, não é porque você é bandido que tem que ser escroto, antes de ser bandido você é filho, tio e irmão..
Ítalo: E como que faz pra ser uma pessoa melhor?
Isabelly: Querer mudar já é um começo, mostra que aí dentro ainda existe o Ítalo de bom coração... Mas tem que ter atitudes também, não adianta só querer..
O Ítalo começou a chorar e a minha única reação foi abraçar ele, eu sempre soube que ele não é essa pessoa ruim, ele só não sabe demonstrar o que sente, faz merda e acaba parecendo um filho da puta que não liga pra nada.
De tanto chorar ele acabou pegando no sono nos meus braços, maior luta pra me soltar dele, ficou dormindo no chão mesmo, ele que lute depois. Minha mãe me ligou perguntando o que tinha acontecido, expliquei a ela, falei onde estava e ela ficou mais tranquila.
Fui pra outro quarto, coloquei uma roupa de cama limpa e deitei, dia foi bem agitado, acabou real com o meu clima pra role, deitei e apaguei.
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Destino Traçado
Teen FictionNada acontece por acaso, em tudo Deus tem um propósito.