Antes Da Era Das Trevas

O prólogo do fim. Parte 1. Capítulo 0.

Parte um: introdução ao massacre.

"O som das mortes parou, será que conseguimos?" Pensava um garoto de cabelos vermelhos estirado ao chão de uma alta torre olhando para um campo de batalha aonde diversos seres, que a pouco se degladiavam brutalmente, estavam parados contemplando um único ponto.
Com sua visão tomada por um vermelho escarlate de seu próprio sangue que escorria de sua testa ferida, o garoto olhava para o ponto, tendo agora sua visão assolada por um brilho preto absoluto que se estendia até os céus. O brilho transformara o dia em noite e as nuvens em sangue. Uma lua azulada tomava o lugar dos dois sóis, tingindo o céu preto e vermelho com uma terceira cor, um azul brilhante.
Nesse céu caótico podia se ver uma fissura se abrir aonde a lua havia surgido. Uma quebra na propria realidade, distorcendo a visão do garoto perante a lua, fazendo ela parecer estar derretendo. Da fissura aberta um abismo se formou nos céus, e dele diversos seres de outra dimensão surgiam, descendo do abismo ao mundo junto de um líquido preto viscoso, que se proliferava por todo o campo de batalha.

"Isso é real...?"

O garoto se arrastava, deixando um rastro de líquido vermelho por onde passava, até próximo a cratera, usando apenas seu braço esquerdo para se locomover, pois o outro não estava mais lá.
Ver aquilo, era como ver o inferno descendo à terra, e o jovem humano cheio de feridas de antigas e recentes batalhas não poderia acreditar em sua própria visão. Não poderia acreditar que tudo o que passara ressaltou naquilo.
A morte havia chegado. O inferno havia se proliferado. A era das trevas havia começado.

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"Lembre-se que é mortal" é uma bela frase, não? Ela ressalta tanto a inferioridade de seres mortais que a luta constante como a "dele" contra a própria morte, e a morte dos seus próximos, se torna cômica.
Enfim, venho até você para contar a jornada do ser que foi o catalizador para o início dos horrores da guerra... Para o início da era das trevas.
Tudo tem origem em um lugar muito distante. Em um mundo aonde deuses não passam de seres fictícios. Um mundo aonde magia e seres mágicos sequer existem. Um mundo comum e simplório.
Nesse mundo, mais especificamente em uma escola no interior de um país chamado Brasil, o catalizador estava lá.

Não esqueça, "tudo requer um sacrifício".

Aproveite a jornada.

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- AYATOOOO!!! - Exclamava um jovem garoto de curto cabelo castanho, olhos cor esmeralda e feição animada, enquanto corria.

Esse garoto vestia um longo moletom roxo velho, calças Jens que dificultavam sua corrida, luvas pretas com desenhos de ossos que ele balançava junto de suas mãos enquanto corria e tênis pretos sem marca.
Em resposta ao grito do jovem, um garoto de cabelos vermelhos se virava desanimado em sua direção.

- O que foi agora? Já disse para parar de aparecer gritando.

O garoto apelidado de "Ayato", tinha uma cabelo de tamanho médio e franja, olhos castanhos calmos com uma pinta localizada logo a baixo do olho esquerdo. Ele vestia uma camisa de gola alta vermelha, por cima um longo casaco cinza de lã, além de usar calças e sapatos pretos. Seu físico era comum de um adolescente de por volta de 17 anos e sua voz, apesar de ser comum, era muito gentil e confortável de se ouvir.

- Ah, você sempre está no mundo da lua, guri. O único jeito de tu me escutar é assim.

O garoto de cabelos castanhos, por sua vez, tinha uma voz um tanto desconfortável e um sotaque notável da regiãoaonde morava. Além de seu porte físico comum, ele parecia ter por volta de 16 anos.