Parte quatro: Relacionamentos.
Após os últimos acontecimentos, Ayato, enquanto encarava aquela figura idêntica a si, mesmo com o rosto completamente distorcido, confuso e assustado indaga:
— Quem é você... Ou melhor, o que é você?!
— Nossa... Assim você me ofende... — Diz o ser, com a mesma voz de Ayato, só que totalmente distorcida, variando entre tons. — Eu sou o Vazio...
— Hã? O que isso significa?! — pergunta Ayato cada vez mais confuso. — Por que eu estou aqui?!
Neste momento, o Vazio se levanta e fala:
— Me diga você... Eu estou apenas aqui, como sempre estive... Eu sempre estive ao seu lado...
— Porra, para com esses enigmas, aonde eu estou?! Eu morri?
— Como eu já falei, eu não tenho como saber. Eu sou apenas a manifestação do seus sentimento...
Ayato indignado aperta seu peito e exclama:
— MERDA, ISSO NÃO AJUDA EM NADA!
O garoto então larga o seu peito e olha para o chão, enquanto fala com um tom melancólico:
— Aff, pelo menos no final... Eu fui capaz de ser útil, de salvar alguém... Mesmo que eu já tenha morrido, eu sinceramente, não ligo mais... Se eu pude ser mais do que alem um peso morto, já é o suficiente... No final é só isso que importa...
— Sempre botando os outros acima de você, né? — Diz o Vazio, enquanto aparece do nada em frente a Ayato e bota a mão no ombro dele. — Você apenas se destrói, tentando fazer os outros felizes... Você mal liga para si mesmo...
Ayato então olha para o rosto distorcido de si mesmo e fala:
— O importante é que todos saem bem...
— Você é tão idiota, se destruindo e sofrendo, apenas para deixar outras pessoas felizes... Mas pelo visto, no final você falha até nisso...
Após o Vazio falar isso, o vazio branco a sua volta, se torna uma paisagem, uma paisagem em um cemitério, aonde Ayato logo reconhece... Reconhece sendo um de seus traumas do passado...
— Aí, aí, isso me lembra de quando eu nasci... — Comenta o Vazio, enquanto olha para a paisagem do cemitério de uma maneira como se a admirasse.
Ayato extremamente confuso e desesperado, questiona:
— Co... Como eu vim parar aqui?!?!
— isto é apenas uma memória, não fique tão surpreso. Apenas observe.
— Memória?
Neste momento o Vazio começa a, aparentemente, olhar para algo que estava atrás de Ayato. Curioso, Ayato se vira, e, ao olhar para trás, o garoto de cabelos vermelhos, vê uma caixa de vidro, rodeada de flores, com um monte de pessoas chorando a sua volta. Assim então, rapidamente Ayato se lembra desse dia. Essa era uma daquelas lembranças que não desapareciam por nada...
— O... O que a gente está fazendo aqui? — pergunta Ayato, cada vez mais nervoso e ansioso.
— Apenas lembrando do nosso passado... — Responde o Vazio.
Ayato podia jurar que via em sorriso em meio aquela distorção do vazio.
Neste momento, o garoto escuta, vindo das pessoas em volta da caixa de vidro, uma criança dizendo:— Mãe, por que a vó tá em uma caixa de vidro?
Ayato olhar para direção da voz e vê ele mesmo, quando era criança, apontando para a caixa de vidro. Então a sua mãe vai até ele criança e beija sua testa, em silêncio, enquanto chorava. Chorava muito.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Antes Da Era Das Trevas
FantasíaA história que narra todos os acontecimentos que precedem o início da era das trevas, acompanhando um jovem garoto chamado Ayato, que enquanto investigava o desaparecimento de seus amigos é levado para outro mundo, e lá se vê forçado a entrar em uma...