O primeiro cigarro. Parte 6. Capítulo 9.

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Após os últimos acontecimentos, Ayato, que acabara de voltar para a entrada do cemitério, encontra Sakumi escorada em um dos muros floridos, que ficavam na entrada do cemitério, fumando um daqueles cigarros daquele mundo.

- Já terminou? - Perguntava ela, vendo-o se aproximar.

- Aham...

Com um olhar depressivo e melancólico, ela o olha e diz:

- Sinto muito... Eu não pude aju--

Ayato rapidamente a interrompe, pegando seu cigarro e falando:

- Não tem porquê se desculpar, eu... Não... Todos nós sabíamos dos perigos que corríamos. O importante agora é fazer com que a morte deles não tenha sido em vão e que continuemos vivos.

- Você até pode ter razão, mas... Eu poderia ter ajudado vocês... Eu continuo deixando os outros morrer... - Dizia ela enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas.

A semelhança entre o terneiro e a rebelião era grande, até na falta de atitude da mesma. E essa semelhança caía sobre Sakumi, que começava a se culpar por ter cometido o mesmo erro duas vezes... E esse erro custou a vida das pessoas que se importavam com ela e ela tinha algum carinho, mesmo que mínimo.
Neste momento, Ayato solta um sorriso gentil e fala:

- Sabe, Sakumi... Fico feliz que você não tenha ido, eu não iria querer que esse cemitério tivesse mais um túmulo...

Após dizer isso, Ayato dá uma tragada no cigarro e...

- COF, COF!!! COMO CARALHOS VOCÊ GOSTA DISSO?!?!

Sakumi vendo toda aquela pose seria e sabia de Ayato desmoronando e dando as caras seu jeito normal, e até infantil, começa a rir... Rir muito.

- RSRSRSRSRS!!! Você é uma figura, Ayato!!!

- Ah, qualé... Mas, sério, como você gosta disso? - Falava Ayato, enquanto botava a língua para fora em sinal de nojo, enquanto, junto de Sakumi, caminhava de volta para a cabana.

- Você se acostuma.

Assim, do nada, Sakumi lança para Ayato uma pequena caixinha retangular preta com detalhes floridos em dourado.

- Se você quiser, tem mais uns dez aí.

- Isso é um maço de cigarro?

- Sim, use para se acalmar. - Explicava Sakumi enquanto fazia o sinal de dois com os dedos. - Ou para... Melhor nem comentar.

- Suspeito, mas eu aceito, depois de tudo que passei, fumar é o de menos. - Comenta Ayato, tirando um cigarro do maço e botando na boca.

- Oxi, não era horrível?

- Xiu!

Assim, Sakumi pega de seu bolso um cristal avermelhado e bota na ponta do cigarro dele, o acendendo.

- Um isqueiro?!

- Nem sei o que é essa coisa, isso aqui é apenas um cristal de fogo. E nem adianta pedir, paguei mó caro nele! Hm.

- Eu nem ia pedir...

Ayato vendo a presença dos cristais novamente como algo importante, pensa: "Acho que eu preciso estudar mais sobre esses cristais, tô perdido..."
Após isto, Ayato e Sakumi voltam para a cabana. Ao chegarem lá, sem entrar, Ayato para e diz:

- Eu vou para o castelo agora, quero falar umas coisas com o Zeke antes dessa reunião.

- Ah, tudo bem, qualquer coisa estarei aqui. - Dizia ela com um sorriso sem graça.

- Tchau, Sakumi...

- Tchau.

Assim, Ayato parte direto para o castelo, caminhando novamente por aquelas ruas elficas quietas e, agora, parecendo tão perigosas e assustadoras.
Ao chegar no castelo, ele faz o mesmo caminho que havia feito antes, assim, voltando para seu quarto. Ayato seguia a seu quarto e não ao do rei, como havia dito antes, pois achava que aquela não era a hora ideal para falar sobre aquilo e queria dar um tempo para sua cabeça.
Chegando ao seu quarto, ele logo se senta a frente da mesa, que ficava ao lado da janela, botou as mãos para trás, relaxou o corpo e olhou para o teto, pensativo.

Antes Da Era Das TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora