Conversas. Parte 1. capítulo 4.

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Após os últimos acontecimentos, ao se depararem com o jovem garoto de cabelos castanhos, aparentemente, humano, tanto Ayato quanto Akira correram em sua direção emocionados.
Enquanto era atingido por um abraço duplo dos dois, o jovem sorria.

— Espera aí gente, não era pra mim estar emocionado e tals? — Os olhos dele se enchiam de lágrimas junto de suas palavras. — Deixando isso de lado, foco feliz que estejam vivos — ele retribuía o abraço com o dobro de força e agora com a voz trêmula dizia: — Akira, não desapareça assim nunca mais...

Akira tremia e Ayato sorria. Os garotos estavam juntos de novo e todos muito bem. Havia poucos alívios maiores para eles qye superariam aquele momento.
No mesmo tempo que eles se abraçavam, Rudeos que estava em posição de combate, voltava a sua postura normal, aliviando sua expressão e tensão.

— Não há com o que se preocupar, Ranirha — ele levantava a mão —, é um dos amigos daqueles garotos do outro mundo.

Pulando da cratera no teto das ruinas para dentro do templo, Ranirha se postava ao lado de seu líder, os observando diretamente com um olhar afiado.

— Certeza?

— Absoluta. Agora, permita que eles aproveitem um pouco da felicidade que lhes resta.

A cavaleira dava de ombros e se sentava em um dos vários barcos que haviam a volta deles.

— Está na hora de viajarmos para longe dessas terras. Se a profecia for real, os primeiros lugares que serão atingidos serão entre o centro-leste e o centro-oeste, mas não demorará muito para que todo o continente seja apagado, assim como na "terra inicial" — ela direcionava seu olhar Rudeos. — Deixe esses garotos e parta o quanto antes.

— Não adianta fugir, apenas estaremos usando nossos últimos esforços como covardes. Não quero que meu poço, que sempre viveu lutando e foi reconhecido por todos por sua proeza em batalhas, termine sendo lembrado como covardes que fugiram da guerra e depois fugiram da batalha profetizada.

Novamente o teor melancólico o dominava, um sofrimento recente tomava seu coração.

— A sua escolha foi certa, você nos protegeu. Não é certo se culpar por ter nos salvado, ou se arrepende disso? Além do mais, se sacrificar não mudará nada — ela olhava entre a cratera no teto para o céu nublado, adornado por aves que voavam para longe daquele local. — Não importa como seremos lembrados na história,  o que importa é o que fizemos em vida e com seremos lembrados por nossos próximos. Foda-se a história — ela novamente voltava a olhar para ele, agora o vendo com uma expressão surpresa. — Você sempre será meu rei, o rei que sacrificou a própria honra para permitir que vivêssemos depois do fim de nossa nação. O rei bondoso o qual eu ofereci minha espada e minha vida.

O olhos depressivos e melancólicos de Rudeos eram tomados por um breve brilho após a fala dela. O mesmo sentava-se ao lado dela, suspirando.

— Eu compreendo, minha fiel cavaleira. Está bem, partiremos ao sul, mas só após cumprir minha promessa à eles — ele sorria por um breve instante. — Afinal, um rei precisa pôr seu povo e suas promessas acima de tudo.

O goblin a qual ela tanto admirava e amava estava à sua frente e isso fazia seus olhos brilharem freneticamente em alegria.
Ao fim de sua conversa, Rudeos e Ranirha se aproximaram dos três humanos, passando a ouvir a conversa que eles tinham:

Antes Da Era Das TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora