𝐀𝐒𝐒𝐀𝐒𝐒𝐈𝐍𝐀 𝐕𝐄𝐑𝐌𝐄𝐋𝐇𝐀 | ʲᵃᵈᵉⁿ ʰᵒˢˢˡᵉʳ

04

𝐇𝐀𝐘𝐋𝐄𝐘

O suor desce pela minha testa e os fios rebeldes de cabelo grudam em minha nuca, desvio ágil dos ataques de Bryce enquanto busco em minha mente um movimento certeiro para acertá-lo e ganhar a luta. Ele vem para cima de mim e eu desvio, mas dessa vez me agacho em seguida dando uma rasteira no mesmo, ele se desequilibra, me levanto rapidamente aproveitando a situação para acertar um chute em seu peito fazendo-o cair, em seguida, coloco meu pé em cima de seu pescoço levemente. Mas é claro que se fosse um inimigo pisaria com mais força o que resultaria em um pescoço quebrado ou uma asfixia.

A porta da sala de luta é aberta, minha atenção se volta para Hillary e Hacker que entram juntos, eles veem até nós com um computador em mãos.

-Nós estávamos conferindo se estava tudo certo para as drogas saírem amanhã, só que a polícia está bloqueando todas as saídas e aeroportos de Los Angeles depois do desaparecimento da mãe do comandante. - Hillary conta assim que chega ao lado do ringue.

-Além de atualizaram e modificaram todo o sistema do departamento policial. Acessar o site está sendo quase impossível. - Vinnie diz enquanto tenta logar. - Então nós dois pensamos em uma coisa.

-O que. -Bryce pergunta logo depois de eu o ajudar a levantar.

-Um de nós precisamos nos infiltrar, porque se for colocar algum daqueles idiotas isso tudo vai por água abaixo. - todos presentes no local me encaram e então eu simplesmente sei o que estão pensando.

-Não. Eu não vou fazer isso. - digo convicta.

-Hayley, não tem outro jeito, se qualquer um de nós nos aproximarmos dele é bem provável dele juntar as peças, já você não. Vocês se conhecem, vamos dizer assim, logo você pode dizer qualquer coisa, como, me desculpe por aquele dia, eu apenas queria esquecer meu passado. - diz tentando imitar minha voz e eu faço careta pela tentativa falha. - Não sei, você é boa com as palavras, não eu.

-Vou achar outro caminho para isso. - Digo saindo do ringue - Sempre tem outra saída. - digo para mim mesma enquanto saio da sala.

[...]

Deitada de bruços em minha cama eu reviro minha mente procurando qualquer outra saída para meu problema, mas não encontro. Afundo meu rosto no travesseiro e solto um rosnando alto, me levanto pisando firme pegando uma calça jeans azul escura, camiseta branca e um tênis, me observo no espelho e tenho vontade de chorar pelo desgosto.

Não acredito que vou fazer isso.

Apanho a escova de cabelo começando a pentear meu cabelo em um rabo de cavalo firme enquanto faço uma nota mental de cada coisa que terei que me limitar a fazer enquanto estiver perto dele. Assim que termino pego a chave de um dos meus carros, saio do quarto, passo pela sala e vejo todos sentados conversando. Eles não me perguntam nada, apenas me olham enquanto saio com uma cara nada boa.

Estaciono o carro na porta da cafeteira, meu relógio de pulso marca seis e vinte, horário exato de todas as quartas feiras. Entro no estabelecimento sem nem mesmo olhar ao redor. Peço um chá gelado no balcão, me viro para me sentar em uma das mesas então o vejo e ele parece que já me olhava antes.

Luto para não respirar fundo demais ou tencionar os músculos, em passos leves eu caminho até ele, revendo minha nota mental.

Me mostrar vulnerável para não tornar uma suspeita.

Um passo.

Me mostra inocente para dissimular minhas verdadeiras intenções.

Mais um passo.