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𝐉𝐀𝐃𝐄𝐍

As coisas estão erradas, eu sinto isso. Como um sexto sentido, minha mente alerta sobre perigo mesmo sem saber o que é. Mas eu estou como uma mariposa atraída pela luz. O perigo me excita, a garota que está à minha frente me faz imaginar coisas sujas.

Algo está errado, eu sei disso, sempre tive mulheres aos meus pés implorando por mim, mas ela não. Lana cheira a perigo, adrenalina a mentira é os piores sentimentos que um homem pode ter juntos são raiva e excitação.

Eu não confio nela, a pistola presa no cós de trás da minha bermuda prova isso. Ela mentiu pra mim, desviou o olhar e inventou qualquer desculpa. Linguagem corporal é uma dádiva quando você sabe usá-la e nesses casos é melhor eu estar em alerta. Não a conheço, sei que estou em risco desde o momento em que aceitei vir para cá, desde o momento em que decidi morar por uma semanas com ela.

Caminhamos por uma trilha, não conversamos e nem trocamos uma única palavra se quer. Meus olhos estão presos nela, em seus movimentos. De repente ela para e eu faço o mesmo logo atrás dela, Lana observa como se tentasse lembrar o caminho de seja lá onde está me levando. Ela aponta com a cabeça para entrarmos a fundo na mata, apenas sigo em silêncio, meus passos vão ficando lentos a cada vez que nós nos aproximamos de uma caverna.

-Onde estamos? - pergunto firme parando de andar enquanto ela caminha em direção a entrada.

Merda. No que eu estava pensando, ela é uma completa desconhecida pra mim, nem mesmo me importei para onde estávamos indo mal falei para onde eu estava vindo, se ela for uma inimiga eu posso considerar de acabei de cair em sua armadilha. Porém não irei para a cova sem lutar.

-Quando eu era criança eu amava cavalgar sem rumo pela mata, foi quando eu encontrei esse lugar. - diz sem olhar para mim.

Seu olhar está fixo na entrada da caverna, a garota à minha frente parece estar sendo bombardeada por lembranças, ela dá um passo para frente e então se vira olhando pra mim.

-Vamos lá comandante, não vai me dizer que está com medo do escuro. - pela primeira vez um sorriso divertido curva seus lábios. A pestinha está me desafiando.

-Pode ter certeza que não moranguinho. - suas sobrancelhas arquearam enquanto seu sorriso se alarga um pouco mais.

Lana se vira para frente andando adiante sendo engolida pela escuridão, eu a acompanho com as mãos para trás, qualquer movimentação suspeita terei como me proteger. Tudo estaria um breu se não fosse pelo flash do celular da garota.

-Cuidado, tem alguns degraus à frente. - ela alerta.

Subimos com calma os poucos degraus que haviam, até que passamos por um tipo de passagem rochosa. Meu queixo quase caiu quando eu vi a piscina natural da caverna, a água azul fluorescente, que quase parece mentira.

-Como? - pergunto olhando para a água.

-Tem um rio do outro lado, acredito que deva haver uma fenda por onde a água possa entrar. O sol bate na água lá fora e reflete aqui dentro, por isso o efeito florescente.

O flash é desligado e a água iluminada serve como um tipo de luminária, Lana tira o short que vestia e joga no chão. Caminha em direção a água ainda de camiseta, meus olhos se prendem na bunda firme redonda enquanto anda para dentro, até que ela mergulha. Quando ela emerge sobre a água, suas mãos puxam seu cabelo para trás e então ela me olha.

-Você não vem? - pergunta nadando um pouco mais para o fundo.

Ela mergulha novamente e eu aproveito para arrancar meu short e camiseta e esconder a arma entre os tecidos. Lana sobe novamente para a superfície e assim que me vê andando para água seus olhos percorrem por todo o meu ser até que seu olhar se prende em minha sunga preta. A garota afunda novamente na água assim que percebe o que encarava.

𝐀𝐒𝐒𝐀𝐒𝐒𝐈𝐍𝐀 𝐕𝐄𝐑𝐌𝐄𝐋𝐇𝐀 | ʲᵃᵈᵉⁿ ʰᵒˢˢˡᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora