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𝐇𝐀𝐘𝐋𝐄𝐘

Me olho diante do espelho e enxergo algo que pra mim está distorcido, estou meio pálida e em meu semblante a preocupação e a ansiedade é evidente. Meu peito está angustiado fazendo com que cada parcela de ar que eu respiro meu pulmão reclame, como se milhares de agulhas estivessem o perfurando. Estou vestida simples, meu cabelo solto penteado para trás e pouca maquiagem apenas para disfarçar as olheiras evidentes.

Jaden me avisou que já estava descendo então como se eu estivesse em modo automático pego minha bolsa e começo a caminhar para fora do quarto. Ouço as cordas do elevador balançarem revelando que Jaden acabou de chegar, assim que saio do corredor para a sala vejo a porta do elevador começa a se abrir.

Nossos olhos se prenderam no instante em que a porta abriu por completo, fixos um no outro eu respiro fundo me deixando perder pela última vez em seus olhos mais profundos que o pacífico.

—Você está linda. — meu coração afunda no peito ao ouvir sua voz profunda, mas eu sorrio caminhando até ele.

[...]

Mesmo que estejamos longe do Drai's consigo perceber a fila quilométrica de carros ao redor da boate. Me sinto nervosa e tenho vontade de dizer para irmos para outro lugar, qualquer lugar. Mas eu não posso, lutei por isso e agora não posso deixar que meu esforço seja em vão.

Jaden estaciona o carro em uma rua escura não muito longe da boate. Assim que descemos do carro fomos andando lado a lado até a entrada que estava cheia, mas isso não foi um problema para nós dois. A sensação de ar quente me incomoda, assim que pisei dentro do Drai's, a música eletrônica alta faz minha cabeça latejar a quantidade de corpos se mexendo na pista parece só aumentar mais o calor do local. 

—Vamos para lá para cima. — digo puxando-o.

Ele nem ao menos me questiona antes de me seguir, nós apenas vamos, e quanto mais cedo eu acabar com isso é melhor pra mim.

Entramos no corredor para as escadas, nossas mãos estão entrelaçadas, por instinto aperto sua mão pela aflição, eu sinto que tem alguém nos observando pelas sombras. O corredor não tem quase nada de iluminação então é difícil saber se há alguém aqui além de nós.

De repente a mão de Jaden se separa da minha em um movimento brusco, ouço barulho de soco e de repente algo é posto sobre minha boca, tenho que lutar pois isso não estava nos meus planos. Jogo o cotovelo para trás tentando acertar a pessoa que me segura, mas ao invés de acertar acabo inalando o cheiro forte de clorofórmio devido ao movimento que faço.

Ouço socos, alguns murmúrios e meu nome sendo chamado. Meu corpo amolece e então a pessoa me solta, eu caio no chão de bruços, dá posição em que estou no chão, posso ver Jaden com um saco na cabeça e as mãos sendo amarradas. Caído no chão provavelmente já estando desacordado.

Meus olhos pesam mais que o normal, eu não consigo me mexer nem se eu quisesse, meus olhos sonolentos se fecham perdendo uma disputa que jamais ganharam.

[...]

Meus olhos se abrem em uma enorme lentidão, eu reconheço o lugar assim que me ponho sentada no colchão. Minha cabeça dói, porém isso não me impede de levantar as pressas.

Estou vestida com uma leggin e uma camiseta preta, em meus pés um tênis está posto. Os móveis do meu quarto do chalé não estão aqui, ouço algumas vozes na sala e com pressa eu abro a porta com força. Vinnie, Hillary e Bryce estão sentados no sofá todos com suas máscaras, não muito distante deles eu vejo Jaden preso a uma cadeira por correntes e cordas grossas. Meu peito aperta mas ignoro voltando minha atenção para meus amigos.

𝐀𝐒𝐒𝐀𝐒𝐒𝐈𝐍𝐀 𝐕𝐄𝐑𝐌𝐄𝐋𝐇𝐀 | ʲᵃᵈᵉⁿ ʰᵒˢˢˡᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora