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𝐇𝐀𝐘𝐋𝐄𝐘

A porta é aberta calmamente, uma senhora  de pouco mais de cinquenta anos entra e logo fecha a porta atrás de si. Ela mantém a pose firme quando deixa diversas sacolas ao pé da cama e caminha para me desamarrar.

—Eu vou te dar uma dica. Não tente nada, atrás dessa porta tem cinco guardas você sabe muito bem o que acontecerá se desobedecer. — não digo nada, apenas observo enquanto ela me desamarra. — Meu nome é Anne, tudo o que você precisar pedirá para mim, pois você não tem permissão para sair deste quarto até segunda ordem.

Ela se afasta após me libertar indo em direção às grandes cortinas que escurecem todo o quarto, em um puxão o quarto inteiro se ilumina com a luz do sol. Fecho os olhos devido a claridade repentina mas logo me acostumo. Ela caminha até uma porta próxima movendo a cabeça para que eu a siga.

—Você precisa de um banho demore quanto quiser, as toalhas estão ali. — diz apontando para um armário.

Anne saiu me deixando sozinha, fecho a porta atrás de mim e não me surpreendo ao não ver uma chave. Suspiro sabendo que não adianta mais chorar, preciso me recompor. Escapar não é uma opção, talvez seja, mas é arriscado. Preciso conquistar a confiança dela para depois dar o bote.

Olho ao redor notando a janela pequena com grades. Meus olhos pararam no espelho grande na minha frente onde posso finalmente me observar. Meu cabelo um pouco abaixo dos meus ombros em um corte torto, desvio o olhar para o box e logo arranco o macacão laranja do meu corpo me enfiando debaixo do chuveiro quente. Todos os produtos que usava antes de ser presa estão na prateleira, eu quase saltito de felicidade quando começo a ver.Produtos para cabelo, sais de banho, esfoliantes e sabonetes todos de morango.

Fico por horas no banho me limpando ao máximo que posso até ter meu cheiro de volta. Me enrolo em uma toalha assim que saio do box, busco por uma tesoura no armário embaixo da pia e me alegro ao encontrar. Alinho meus fios com a escova e começo a cortar o meu cabelo até que esteja reto acima de meus ombros. Limpo a bagunça que fiz e saio, em cima da cama está um longo e bufante vestido branco de cetim com mangas longas. Anne sai do closet e eu não espero para enchela de perguntas.

—O que é isso. — digo olhando o vestido de noiva.

—Vem preciso medir no seu corpo.

—Porque tem um vestido de casamento aqui? — pergunto ríspida.

—Não encontrará suas respostas comigo, eu apenas recebo ordens. E uma delas é que eu preciso fazer você caber perfeitamente neste vestido até semana que vem. Então caminhe até aqui e experimente este vestido.

Suas palavras rígidas não me afetam, apenas me fazem bufar. Vou para o closet que por si está recheado de roupas novas e caras. Pego a primeira calcinha que vejo e logo volto para o quarto, ainda enrolada na toalha. Meus passos cessam quando encontro Hillary sentada na ponta da cama.

—Cadê a Anne? — sua cabeça gira em minha direção e ela se levanta começando a caminhar para mim. — Fica longe de mim.

—Você não tem direito de me pedir para ficar longe de você depois de tanto tempo. — diz com a voz embriagada, com lágrimas se acumulando em sua linha d'água.

—Sim eu tenho. Sabe por quanto tempo eu achei que vocês estavam presos? Ou pior, mortos. Por quase três fodidos anos dentro daquela solitária. Eu me culpei todos os dias achando que algo tinha acontecido, enquanto vocês estavam vivendo muito felizes pelo visto. — minha voz saiu mais alto do que eu esperava enquanto Hillary engolia todas as palavras raivosas que saíam de mim. — E sabe o que é pior? Vocês me traíram e deram as mãos para o meu inimigo, a troco de que? — grito minha última palavra quase implorando por uma explicação.

—Não tenho permissão para te dizer nada. — diz abaixando a cabeça enxugando as lágrimas, sorri sarcástica com suas palavras, Hillary se vira para a porta mas antes de sair vira para mim. - O vestido na cama é seu Hayley, seu casamento é daqui uma semanas.

A porta bate quando ela sai e eu me mantenho extasiada no mesmo lugar, meu olhar vai para o vestido e meu estômago revira. Eu não vou me casar com ele. Corro para o banheiro pegando a mesma tesoura que cortei o cabelo, em minha mente só tem uma maneira de me livrar de algo e essa maneira e retalhando.

Com o cetim branco em mãos e com os olhos nublados de rancor e raiva arrastei a tesoura por todo o tecido, desfazendo as longas mangas e as costas rendadas por um bordado branco. Quando termino de destroçar o vestido ouço a porta atrás de mim ser aberta, nem preciso me virar para saber que Anne está aqui. Junto o tecido do que um dia foi um vestido e me viro para ela.

—Leve isso ao Jaden, e diga a ele que eu nunca vou me submeter a casar com ele. E diga se ele mandar outro vestido o fim vai ser o mesmo.

Ela segura os retalhos nos braços e olha pra mim movendo a cabeça em discordância. Para minha sorte ela vai embora sem dizer nada. Buscando paciência, minha mão alisa meu rosto. Com o humor à flor da pele, minha opção mais fácil é jogar a primeira coisa que vejo na parede descontando minha raiva.

Eu sei que Hossler não vai desistir, um novo vestido virá eu tenho plena consciência disso, mas se for preciso destruir mil vestidos de noiva desde que eu não me case com ele, então eu o farei.

Eu sei que Hossler não vai desistir, um novo vestido virá eu tenho plena consciência disso, mas se for preciso destruir mil vestidos de noiva desde que eu não me case com ele, então eu o farei

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Capítulo bem mequetrefe pra quem sumida a meses. Perdãooo 💔

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⏰ Última atualização: Jul 19 ⏰

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𝐀𝐒𝐒𝐀𝐒𝐒𝐈𝐍𝐀 𝐕𝐄𝐑𝐌𝐄𝐋𝐇𝐀 | ʲᵃᵈᵉⁿ ʰᵒˢˢˡᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora