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JÉSSICA NARRANDO:

Cazuza que me perdoe, mas não existe amor tranquilo de um dia para o outro. São duas pessoas diferentes, aprendendo a ser um só, com medos e traumas. O amor tranquilo leva tempo, tem falhas e erros. O que sustenta o amor é o quanto o outro está disposto a lutar pelo que ama e a reciprocidade que ele encontra no decorrer de tudo.

— VOCÊ! — Luiz diz pegando fortemente em meu braço me tirando dos meus pensamentos —  CADÊ A MINHA FILHA? — grita.

O pai da Larissa está furioso, seu rosto está vermelho de tanta raiva. Coloco meu sorriso mais falso do mundo e lhe encaro:

— Senhor, você está me machucando! — puxo meu braço — E eu não sei do que você está falando, assim como vocês, eu estou aqui no hospital o tempo todo! Porém, ao contrário do senhor, eu estou aqui porque estou preocupada com minha amiga e seu bebê.

— Ela está com aquele marginal, não está? — pergunta pegando novamente em meus braços.

Antes que eu pudesse responder, escuto uma voz atrás de mim.

— Solta minha mulher! — Matheus diz firme.

Matheus não está diferente do senhor Luiz, ele também está furioso.

— Ta surdo, porra? — esbravejou.

— Querido... — Dona Solange chama o marido.

Antes que ela pudesse continuar a falar qualquer coisa, o pai da Larissa lhe encara com ódio, no mesmo segundo Solange se afasta com medo.

— Eu não vou pedir de novo! — Matheus diz sem paciência.

Matheus coloca a mão em sua arma que está na cintura. Ele está louco! Quer ir preso esse idiota?

Seu Luiz lhe encara então solta meus braços.

—  Cadê a minha filha? — ele pergunta.

—  E eu lá tenho cara de babá? Se tu não sabe onde tua filha está, eu lá vou saber! — Matheus diz debochado.

— Eu vou acabar com a vida de vocês! — Luiz ameaça.

— VOCÊ SABE COM QUEM ESTÁ FALANDO? — Matheus  se aproximando do Luiz olhando fixamente pra ele.

Percebo que as pessoas ao redor ja estavam em alerta e para os seguranças perceber não demoraria muito.

Seguro o braço do Matheus, fazendo o mesmo me olhar.

— Vamos!

— Eu ainda... — tenta argumentar.

— AGORA MATHEUS! - lhe interrompo firme.

Matheus suspira e se vira pra ir embora, mas antes encara Luiz novamente

— ISSO AINDA NÃO ACABOU, seu comédia!

Sem esperar ele responder puxo o Matheus para fora do hospital.

— Você deveria ter deixado eu dar um jeito naquele velho! — Matheus resmunga.

Depois que te conheciOnde histórias criam vida. Descubra agora