Depois que te conheci

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• Carlos Eduardo Narrando •

Eu, sinceramente, se pudesse escolher, preferiria que não tivesse acontecido. Só que, como é possível não se encantar com aquele sorriso bobo e não achar maravilhoso o som da gargalhada dela? Como é possível não ficar radiante depois de ganhar um abraço seu? Como é possível não ficar hipnotizado com ela, toda linda, toda menina mulher. Como é que faz pra não achar maravilhoso o fato de ela me divertir tanto e ter feito eu dar as melhores gargalhadas dos últimos anos? Como faz pra não se encantar com a sua timidez, que lhe deixa ainda mais apaixonante? Pois é, ela parece ser aquele tipo "perfeita". Sinto muito pelos caras que tiveram ela e há deixaram escapar. Mas e eu nessa história? Bom, não tenho nada de muito bom pra oferecer além do meu carinho e do meu amor. A questão é que me apaixonar por ela não estava nos meus planos, mas... Aconteceu.

No começo, confesso, tudo fazia parte de um plano de vingança do meu irmão, ele sempre foi louco para acabar com o Matheus, e depois que ele ficou sabendo que o Matheus tinha uma mulher e que ele daria qualquer coisa pela mesma, meu irmão ficou irreconhecível. Queria de qualquer maneira atingir o Matheus, com essa tal mina. Eu nunca fui de me meter nesses bagulho do morro, prefiro ficar na minha. Eu tive tudo para tomar um caminho diferente na minha vida, um caminho sem volta, o caminho do tráfico. Mas não era isso que eu queria pra minha vida.

De alguma maneira, o César queria me envolver nessa vingança maluca, se fosse a alguns anos atrás eu com certeza, queria participar dessa vingança, aliás, ele foi responsável pela morte da minha família. Até antes de conhecer a Jéssica, eu iria participar de tudo, cada segundo. Mas ao ver ela pela primeira vez, aquele sorriso... Ah aquele maldito sorriso... Foi amor a primeira vista.

Comecei a seguir a Jéssica por todos os cantos que ela ia, às vezes, eu deixava ela me ver e até puxava algum assunto. Mas não dava tanto na cara assim, pra ela não desconfiar de nada.

Quando sequestramos ela pela primeira vez, preferi não ficar muito no cativeiro para não ver seu sofrimento, César me cobrava todo santo dia para ir me divertir com ela, mas eu não queria ter ela desse jeito. Até que César ficou fazendo barulho na minha mente e decidimos que iríamos, eu, ele, Diego e mais algum vapor se "divertir" com ela. Para conseguir fazer isso usei todos os tipos de drogas, bebi, quase nem lembrava mais quem eu era.

Flashback on:

Adentramos o quarto em que a Jéssica estava, ela estava deitada no colchão que havia ali. Os caras olharam para ela e riram se olhando. Fecho o punho com raiva, não queria estar aqui presenciando essa cena, mas não posso dar tão na cara que tô amarradão na dela... Talvez, a única coisa que preciso é de uma boa foda com ela, para enfim esquecer que ela exista.

— Como está nossa bela primeira dama? — ele pergunta rindo me tirando dos meus pensamentos.

— Vai se ferrar! — ela diz com raiva.

Em um movimento rápido César puxa Jéssica pra cima, pressionando na parede apertando fortemente seu pescoço.

— Não aprendeu ainda, vadia? Fala direito comigo!

Jéssica permaneceu quieta, ela estava ficando sem ar então me aproximei do César, falando baixo em seu ouvido.

— Desse jeito tu vai matar a mina mano. — digo e ele permaneceu intacto então continuei falando — Quero transar com ela antes, caralho e se você matar ela como fica nossa vingança?