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ARTHUR NARRANDO:

Eu não acredito que vim até aqui, se a Larissa souber vai me matar.

Respiro fundo antes de tocar a campainha da casa da Jéssica. Em questão de segundos a porta se abre e Maju me olha sorridente. Ela sabia que eu viria.

"Sou tão previsível assim..."  — penso.

—  Que bom que você veio — Maju quebra o silêncio — Vai ficar ai parado? ENTRE!

Antes que eu respondesse ela me puxa para dentro.

Não queria reparar, mas como não sou cego percebo a rouba que ela está vestindo. Está praticamente nua.

— Gosta do que vê? — ela sorri.

— Pelo amor de Deus, Maria Júlia — lhe repreendo — Olha sinceramente, se você quiser que eu fique aqui e a gente converse como dois adultos e amigos que somos, troque de roupa.

— Eu estou na minha casa... — resmunga.

— Você sabia que eu viria e eu não quero acreditar que voce colocou essa roupa propositalmente.

Maju revira os olhos.

— Ta bom, Arthur. Como você quiser! — ela diz se virando para subir as escadas.

Que saco!

Enquanto a Maju não volta, estou ansioso para quando a Larissa acordar. Vamos conversar e colocar todos os pontos no i. Mas antes eu sinto que tenho que resolver minha pendência com a Maju para seguir em frente ao lado da minha mulher e do meu filho.

Observo a Maju se aproximando novamente, agora sim com uma roupa adequada para se ter uma conversa séria.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, um silêncio constrangedor.

— Bom...

— Então...

Falamos juntos.

— Pode falar. — dou liberdade pra ela falar primeiro.

— Eu acho que acabei levando nossa relação um pouco mais séria do que deveria... — suspira.

Ergo meu olhar e antes que eu falasse qualquer coisa, Maju continua:

— Eu sei, eu sei... Você nunca me deu falsas esperanças. Você sempre deixou claro que amava outra, eu sei ta bom? Mas o que eu posso fazer se sempre me entrego totalmente? Sempre me apego demais, amo demais...

— Olha, antes de ficarmos a gente conversou e estabelecemos uma simples regra. NÃO SE APAIXONAR MARIA JÚLIA. — digo firme.

— Eu sei, mas que culpa eu tenho? — ela pergunta e vejo seus olhos marejados. Que merda.

TODAS.

— Como você deixou isso acontecer? Digo... — passo aos mãos nervoso pela minha cabeça — Se você sabia que estava começando a sentir algo, deveríamos ter parado ou nem teríamos que ter começado.

Depois que te conheciOnde histórias criam vida. Descubra agora