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• Matheus Narrando •

Nesse momento, estou com tanta raiva de mim por ter sido tão trouxa e com muita raiva da puta da Patrícia que me enganou esse tempo todo. Mas com toda certeza do mundo, isso não vai ficar assim! Eu vou procurar ela até no inferno, vou revirar esse Rio de Janeiro de ponta cabeça mas que eu vou achar ela, eu vou. E vou matar ela lentamente, vou fazer ela sofrer até implorar pela sua própria morte. Vou mostrar pra todo mundo o que acontece quando mentem pra mim.

Chego no meu barraco e jogo tudo pro chão.

Eu estou inconformado... Como eu fui tão otário, como eu me deixei levar pela conversa daquela desgraçada? Como eu perdi a mulher maravilhosa que eu tinha ao meu lado por conversinha atoa daquela vadia?!

Sinto alguém tocar meu ombro me viro e vejo Mariana me encarando.

— O que você quer? Veio zoar com a minha cara e dizer: Eu te avisei? — pergunto bolado.

— Não. Eu até poderia fazer isso, porque eu realmente te avisei. Porém eu vim ver se você tá bem, se precisa de alguma coisa.

— Você acha que eu tô bem? — lhe encaro.

— Quer conversar? — ela pergunta.

— Como eu pude ser tão idiota, mano? Como? Eu perdi a mulher que eu amo, eu perdi meus filhos e tudo porque daquela desgraçada.

— Olha, sinceramente, eu odeio ela, mas você não perdeu a Jéssica e nem as crianças por culpa da Patrícia, você perdeu eles por sua única e exclusiva culpa! Como você, o dono do morro pode se deixar levar por qualquer conversinha? Pelo amor de Deus, Matheus.

— E como sempre eu sou o errado da porra toda. — me jogo no sofá.

— Você sabe que quando você tá certo, eu brigo com o mundo e te defendo! Mas cara, você vacilou. Por mais que a Patrícia falasse as coisas na sua mente, você deveria confiar na sua mulher, na mulher que você dizia amar... Por mais que aconteceu aquele negócio entre você e a Jéssica a duas semanas atrás, as crianças não tem culpa. E você nunca perguntou se eles estavam bem ou mal, se precisavam de alguma coisa ou não. Depois que eles chamam outro de pai você acha ruim, mas o único que faz papel de pai é o Cadu não você. Acorda! Pai não é quem faz, pai é quem cuida.

— Se for pra falar bosta pode ir embora! — digo com raiva.

— Você sabe que eu não tô falando bosta... Matt, por mais que você e a Jéssica não tem volta, porque nesse momento ela ainda te odeia, volto a dizer, as crianças não tem culpa! Seus únicos filhos, não te consideram como um pai... Aliás, eles nem lembram que você existe, cara!

Balancei a cabeça positivamente.

— Vou falar com a Jéssica depois sobre as crianças...

— Depois? — arqueia uma sombrancelha.

— Sim, agora vou caçar aquela vadia, eu quero arrancar os olhos dela com minhas mãos.

— Tô indo embora então. — Mariana diz se levantando.

Puxo Mariana pelo braço fazendo ela cair no sofá ao meu lado.

— Dorme aqui hoje... — faço bico.

— Só se você comprar lanche, tô com fome.

— A gente acabou de jantar.

Mariana levanta uma sobrancelha.

— Quando você não tá com fome né?

Mariana revira os olhos e sobe as escadas, quando ela está no último degrau ela grita:

— Traz dois lanches pra mim tá? De preferência o MEC trio.

Encaro Mariana sem acreditar que ela comeria dois Mec trio.

— Valeu, meu melhor amigo lindo.

Dito isso Mariana terminou de subir a escada e saiu do meu campo de visão.

Balanço minha cabeça rindo lembrando da Mariana. Louca, mas eu amo. Nunca me deixou na mão, aquela parceria 10/10, papo reto, Mariana é aquela amiga que ta do seu lado pra tudo mesmo, sem neurose.

Passo um rádio para um vapor comprar quatro Mec trio e uma coca e deixo avisado que se até amanhã eles não encontrar a vadia, muitas cabeças irão rolar nesse morro.

Dez minutos depois o lanche chega, coloco os mesmos na mesa e quando vou chamar a Mariana ela desce animada.

— Até que fim chegou! Tava morrendo de fome! — diz pegando seu primeiro lanche que de tão grande nem cabe em sua boca.

— Não engorda de ruindade. — digo mordendo um pedaço do meu lanche também.

— Nem vou dar a resposta que você merece porque agora tô comendo — diz com a boca cheia de lanche.

— Porca.

Mariana continuou comendo seu lanche e eu claro, fiz o mesmo.

Comemos entre uma brincadeira ou outra, estávamos totalmente cheios. Deitamos no sofá.

— Acho que comi demais! — ela diz passando a mão sobre a barriga.

— Você acha? Mulher, você comeu tudo aquela pratada de comida a uns 50 minutos atrás e agora comeu dois Mec trio e ainda roubou um pedaço do meu.

— Eu tava com fome!

— Tu tem uma solitária ai na tua barriga, ta doido.

— Cuida da sua vida que dá minha fome cuido eu! Agora liga a porra da tv que eu quero assistir minhas séries.

Reviro os olhos e jogo o controle em cima dela subindo as escadas logo em seguida.

Chego no meu quarto e lembro que tem as coisas da vadia aqui ainda, por isso decidi em ficar no quarto de hóspedes pelo menos hoje. Amanhã queimo tudo.

Entro no quarto que era do Murilo e dou uma olhada em tudo.

Apesar de agora sabendo que ele não é meu filho, eu continuo amando esse moleque. Bem dizer, eu criei ele... A primeira palavra dele foi papai, e foi pra mim... Ele era muito apegado comigo, agora quero só ver como vai ser...

Quem será o pai dele?

Vadia, Vagabunda, mentirosa do caralho! Demorou, mas enfim a máscara dela caiu. E quando eu colocar minhas mãos nela, eu tenho até medo das minhas atitudes. Quero fazer ela sofrer tanto. Quero que ela sofra tanto que implore pra que eu a mate e assim acabar com seu sofrimento.

"A melhor vingança é um tiro na cabeça!"

Depois que te conheciOnde histórias criam vida. Descubra agora