Depois que te conheci

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MATHEUS NARRANDO:

Ela é diferente de todas as mulheres que eu já conheci. Ela me entende quando eu preciso ser entendido. Ela entende até o meu silêncio e sabe a hora de só ficar ao meu lado. Ela tenta me descomplicar quando eu mesmo me complico. Ela é diferente. Eu não sei se é a maneira como ela fala comigo, como se nos conhecêssemos desde sempre. Eu não sei se é a maneira como ela me cuida de um jeito como ninguém nunca me cuidou antes. Ou se é o bico que ela faz pedindo beijo. Mas ela é diferente das outras mulheres. Eu vi nela o que eu nunca tinha visto em alguém. Ela sabe o momento certo de me fazer sorrir. E ela sabe o que dizer para me fazer abrir um sorriso enorme. Ela é a única mulher que me aguenta bravo e com ciúmes. Ela não faz o tipo grudenta, mas ela sabe a hora de me dar carinho. Eu me apaixonei até pelos defeitos dela. Ela é a mulher que eu sinto vontade de casar. Ter mais filhos. É com essa mina que eu idealizo cenas na minha cabeça de nós dois juntos. Ela me cuida tão bem. Ela deve saber que ao meu lado é o lugar certo pra ela estar. E é por isso que eu não posso deixar ela ir embora. É por isso que eu preciso dela comigo. É como se ao lado dela eu estivesse completo. É como se nada mais me faltasse. Mas se ela ficar longe, falta tudo.

— Oh folgado — Jéssica  joga uma roupa em mim — Vai se arrumar pra gente ir embora.

Hoje é domingo e estávamos arrumando as mochilas para irmos embora do chalé. Foram dois dias. Mas vou falar pra vocês, foi dois dias tão intensos que eu vou lembrar pra sempre de cada segundo desses dias.

Só fortaleceu ainda mais a certeza que eu tenho que ela é a mulher da minha vida.

— Vem tomar banho comigo — digo manhoso — Uma despedida no chalé?

—  Ja nos despedimos três vezes, Matheus. — ela cruza os braços.

— Chata — resmungo pegando minha toalha indo até o banheiro tomar um banho.

Tomo um banho rápido porque a dona encrenca está pistola comigo.

Enrolo a toalha na cintura e saio do banheiro. Jéssica colocou minha roupa em cima da cama.

— Ta bolada ainda? — pergunto.

— Eu? — se faz de desentendida — Nunca nem vi. — continua arrumando a bolsa — Terminei.

— Hum. — resmungo — E nossa despedida no chalé?

— Amor você não cansa nunca ne? Mas a resposta é não. Eu tô com saudades das crianças, quero ir embora logo. — ela diz decidida.

— Nossa quer se livrar de mim mesmo em?! — faço drama.

— Não é isso... Eu só quero ver as crianças.

— Ta bom — me dou por vencido.

Jéssica me entregou às mochilas e descemos as escadas. Fechei a porta e fomos até meu carro. Guardei a mochila no banco de trás do carro e sentei no meu banco.

— Posso dirigir? — Jéssica pergunta fazendo um bico.

— O que eu ganho? — lhe encaro.

— Nada ué.

— Então não.

— Por favor, amor.