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• Jéssica Narrando •

Deixei as crianças passar o dia e dormir com Matheus, mas confesso que já estou arrependida da minha decisão.

Nunca deixei meus filhos dormirem fora, nunca fiquei tanto tempo longe deles e essa noite vai ser em vão, pois eu sei que não vou conseguir dormir sem meus filhos aqui comigo.

Já liguei dez vezes para a Mariana apenas pra saber se eles estavam bem e tals... Coisas de mãe.

Queria ligar novamente mas me repreendo mentalmente, com certeza, todos já devem estar dormindo e eu não quero ficar ligando de cinco em cinco minutos para incomodar.

— Amor, vamos dormir! Deita aqui — Cadu diz pela milésima vez.

— Acho melhor irmos buscar as crianças... — mordo o lábio nervosa.

— Princesa, prometo que amanhã bem cedo vamos buscar eles tá?

—  Tô com um pressentimento ruim, Cadu... —choramingo.

— São coisas da sua cabeça, anjo. — diz se sentando na cama — Olha, relaxa que eles estão sendo muito bem cuidados lá... Mariana e Larissa estão com eles também. — me puxa para um abraço — Vamos descansar e amanhã cedo buscaremos eles.

— Tá certo! Eu que tô paranóica... — balanço a cabeça negativamente.

Mesmo contra minha vontade me deito na cama ao lado do Cadu que me abraça apertado.

Passo quase a noite toda em claro, por mais que eu esteja com sono, alguma coisa estava me impedindo de dormir e eu apenas pensava nos meus filhos.

Enfim, pego no sono, já estava amanhecendo.

-

Acordo com um barulho de choro, abro os olhos rapidamente e vejo Mariana sentada no chão com a cabeça apoiada no joelho chorando muito.

Me levanto num pulo e a única coisa que penso é nos meus filhos.

— Mariana, o que aconteceu? — pergunto com a voz trémula. Eu ja estava desesperada.

Lentamente, Mariana levanta a cabeça e vejo seus olhos vermelhos por conta do choro. Ela se levanta do chão e me encara em silêncio por alguns segundos.

— O que tá acontecendo? Por que você tá chorando? — pergunto rapidamente.

— Me perdoa, amiga... — me abraça chorando.

Sem reação apenas a abraço apertado, nunca vi Mariana tão abalada e chorando tanto. Acaricio seus cabelos pretos e espero até ela se acalmar um pouco.

— Eu... Eu... —  gagueja e chora ainda mais.

— Calma amiga, respira fundo... Vem, vamos sentar! — seguro em sua mão e caminhamos até a cama — Por favor, me conte o que aconteceu...

Antes que falássemos mais alguma coisa, a porta se abre bruscamente e por ela entra Cadu que para na porta e me encara.

Agora fudeu a porra toda mesmo, não tô entendendo mais nada do que tá acontecendo aqui.

Depois que te conheciOnde histórias criam vida. Descubra agora