Depois que te conheci

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CADU NARRANDO:

Dói no fundo, sabe?! Uma dor impalpável, você sente ela atravessar o peito, sente ela rasgar, e nada pode fazer. Está lá... sempre estará lá. Ela sempre estará aqui.

Em cada segundo nesses anos ela estava aqui, meu pensamento diário.

Eu estive a beira da morte e meu único pensamento era ela.

Meu irmão, me salvou da morte. E agora eu tenho uma dívida eterna com aquele cuzão.

Ele quer que eu MATE o amor da minha vida.

Mas antes, quer trazer o Matheus aqui para concretizar nossa vingança.

Eu tô tentando ganhar tempo para criar coragem, então falo pra ele do meu pivete. Assim que eu tiver com o menino, eu vou matar ela.

Se ela não ficar comigo, também não vai ficar com mais ninguém.

Cê eu to errado? Foda-se!

Ela é a mulher da minha vida e eu não posso imaginar ela nos braços de outro.

Entro no nosso barraco vendo o Cezar carburando um.

— E aí — me jogo no sofá.

— Bagulho é o seguinte, tu sabe, to mo na seca e amanhã vou ter que pegar aquela gostosa da Jéssica. — falou simplesmente.

Sinto meu corpo tenso. Tenho ódio só de imaginar esse pau no cu com as mãos na Jéssica.

— Namoral mano, deixa baixo isso aí. — peço.

— Qual foi? Ta com dó da piranha? — ele pergunta.

— Claro que não! — minto.

— Se liga que tu me deve tua vida em — apontou pra mim.

— Tem nem como esquecer, você me lembra isso a cada dois segundos.

— Bom mesmo, vacilão! — se levantou e foi pro teu quarto.

Desgraçado.

Eu preferia ter morrido do que ter que fazer o que estou preste a fazer com a Jessica.

Como em todas as noites passo em claro eu e meus pensamentos, pensando nela.

— Pensando em que? — Cesár se senta do meu lado.

— Apenas na brisa — minto.

— Tu mente mal em filho da puta, tu ta pensando na vadia que eu sei.

— Lê pensamentos agora? — pergunto irônico.

Cesár riu e foi na cozinha comer alguma coisa. Logo voltou comendo uma maçã.

— Ai, já vamo lá pro esconderijo! É hoje que eu tiro a seca. — riu.

Desgraçado.

— Bora — digo apenas me levantando.