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• Jéssica Narrando •

Eu estava completamente desesperada e destruída, não sabia o que fazer.

Matheus colocou a Mariana com cuidado na cama e eu peguei meu celular do bolso. Estava com as mãos trêmulas quase não conseguia segurar o celular, digitar o número então, estava quase impossível. Decidi ligar para o André, eu não sabia muito bem qual era o rolo da Mariana com ele, mas sabia que ali rolava sentimentos.

Depois de minutos tentando procurar o número dele na minha agenda, consegui achar e liguei para o mesmo.

No terceiro toque ele atendeu.

Ligação on:

— Alô? — diz ao atender.

— André? Você está no hospital? — pergunto rapidamente.

— Não, hoje é minha folga. Aconteceu alguma coisa, Jéssica? — ele pergunta.

— Sim! — sinto um nó na garganta e comecei a chorar novamente.

— Calma! Respira e me diga o que aconteceu... — ele diz calmo.

— Preciso que você venha aqui no morro... — digo baixo.

— Tá, mas o que aconteceu? — pergunta novamente.

— A Mariana... — soluço. Pronto, não consegui dizer mais nada, apenas chorar.

— Eu já estou indo. — diz desligando.

Ligação off.

Guardei o celular no bolso novamente e me aproximei da cama, me sentando ao lado da Mariana.

Eu não conseguia acreditar que minha amiga tinha tentado se matar, meu Deus!!!

Pra ela chegar a esse ponto, algo muito, muito sério estava acontecendo com ela.

Eu me lembro que em uma das nossas conversas, quando ela me contou nos mínimos detalhes o que havia rolado com seu irmão, ela me disse que apesar de se sentir a pior das pessoas, de se sentir suja, entre outras coisas, ela nunca pensou e nunca pensaria em tirar sua própria vida. E agora ela faz isso?

Matheus chorava baixinho do outro lado da cama, enquanto acariciava o rosto pálido da Mariana.

Escuto passos apressados e logo a porta foi aberta e Arthur entrou completamente desnorteado.

— Eu pensei... — Arthur respira ofegante enquanto as lágrimas rolavam em seu rosto —  Eu juro, juro que pensei que fosse uma piada de mal gosto da Larissa. — ele diz caindo de joelhos no chão — Por que? Por que ela fez isso?

Realmente, essa era a pergunta que nesse momento todos estávamos fazendo.

Percebíamos que a Mariana estava estranha já fazia alguns dias, sempre perguntava o que ela tinha, se estava acontecendo alguma coisa e a mesma sempre negava e dizia que estava tudo bem. Ela sempre foi fechada com o assunto do coração. Mas, eu deveria ter insistido mais, deveria ter obrigado ela á me dizer o que estava acontecendo, era tão óbvio que ela não estava bem.

Depois que te conheciOnde histórias criam vida. Descubra agora