Depois que te conheci

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MATHEUS NARRANDO:

Enfim, chegamos no morro.

Arthur deu sinal para os vapores que estavam na barreira e subiu para o meu barraco.

Eu não vou mentir e dizer que eu tô feliz. Eu não tô feliz. Nessa minha situação não tem como estar feliz não. Mas tô ansioso para ver meus pequenos. Saudades a milhão aqui.

Arthur parou o carro em frente minha casa e saiu junto com a Jéssica para tirar essa bendita cadeira de rodas do porta malas. Na real mesmo? Eu não consigo aceitar isso não.

Jéssica abre a porta do carro pra mim e ela juntamente com o Arthur me colocam na cadeira de rodas. Papo reto, Jéssica é um mulherão da porra mesmo. Eu sei que sou pesado pra caralho e ela ta fazendo questão de ajudar em cada detalhe.

Arthur empurrava minha cadeira enquanto a Jessica estava com as malas. Minha dona abriu a porta de casa e logo meus ouvidos foram tomados por um grito uníssono: SURPRESA.

Olho ao redor e vejo minha sala toda "enfeitada" com balões, faixas e o diabo a quatro.

Eu não queria ser chato, mas na minha atual condição eu só queria chegar na minha goma e ficar de boa. Apenas eu, minha mulher e meus filhos.

— Bem vindo de volta, irmão. — Mariana se aproxima de mim me abraçando.

Mariana, Larissa, Maju, André todos estavam me rodiando perguntando um monte de coisas, mas meus olhos estavam procurando pelos meus filhos. Peito até dói de saudades.

— Cadê meus filhos? — pergunto para a Mariana que não parava de falar.

— Tá com saudades né? Vou buscar eles, calma o coração. — ela diz sorrindo.

Mariana se afasta e vai buscar meus filhos. Logo ela aparece e eles estão tão grandes. Os três estavam com uma camisa escrita bem vindo de volta papai. E eu chorei assim que bati meus olhos neles. Eu não sou de chorar na frente dos outros não, mas pô, tava com mó saudade dos meus filhos. E eu nem poderia correr para abraçar meus pequenos.

— Vem crianças, abraçar o pai de vocês. — Jessica diz como se estivesse lendo meus pensamentos.

E não precisou pedir duas vezes. Alice e Alex correram com tudo pra cima de mim me abraçando. Abracei eles tão forte que Alice até reclamou! Jéssica colocou nosso pequeno Victor em meu colo e fiquei abraçado com meus três filhos. As lágrimas caíam livremente sobre meu rosto e eu não tinha vergonha de chorar não. Só fiquei curtindo o momento com minhas crias. Uma semana longe parecia uma eternidade pra mim.

— Papai o que é isso? — Alice pergunta apontando para a cadeira de rodas.

— Meu novo possante. Quer ver?

Ela assentiu com os olhos brilhantes. Minha cadeira de rodas era um estilo mais moderna, toda elétrica e tals. Eu ainda não sei mexer direito nesses bagulho, mas logo logo ja vou me adaptar. Jéssica ajeitou as crianças em meu colo e eu andei com eles por toda a sala. Eles riam como se fosse a coisa mais divertida do mundo.

— E aí gostaram? — perguntei.

— Sim. Eu quero de novo! — Alice diz animada.