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• Matheus Narrando •

Todas as palavras da Jéssica me atingiram em cheio. Se a intenção dela era foder mais ainda com meu psicológico, ela conseguiu.

Eu sinto meu peito doer em cada palavra que ela me diz e só agora eu entendo tudo que ela sofreu e o quão filho da puta eu fui.

Estávamos em silêncio havia um bom tempo, eu nunca chorei na frente de mulher nenhuma e agora aqui estou eu, chorando feito um bebê.

Eu não culpo a Jéssica, eu não a julgo, pelo contrário, eu entendo ela. Eu no lugar dela, nunca me perdoaria.

Encaro seus lindos olhos e percebo que a Jéssica mudou, realmente, ela não é mais a Jessica de quatro anos atrás. O olhar dela está bem diferente. Continua sendo os olhos que eu tanto amo, mas tem algo de diferente que eu ainda não consegui descobrir o que é.

— Quero beijar você. — digo quebrando o silêncio fazendo com que a Jéssica me olhasse como se fosse a coisa mais anormal do mundo.

Estávamos em silêncio um bom tempo, quando olhei em seus olhos e depois olhei para sua boca, foi inevitável não sentir vontade de lhe beijar. Eu queria muito beijar essa mulher e matar pelo menls um pouquinho da saudade que eu guardo comigo durante quatro anos.

— Você está louco, só pode. — riu sem humor — Eu estou noiva. NOIVA. E você... bem, você esta com aquela mulher!

— Desculpa, mas não posso evitar. Essa é a vontade que eu sinto quando te vejo. Eu queria dizer com outras palavras, mas a vontade é uma só: quero beijar você. Te beijar toda, te beijar inteira. Quero te colocar deitada nessa areia, esticar seus braços e morder seu pescoço devagar. Quero morder seus lábios, te dar um beijo mordido. Cheirar seu rosto. Respirar pela sua pele. Quero beijar você.

Tem pessoas que ativam uma sensação muito louca na gente.

Eu sinto um tesão gigante por ela e pelo seu jeito. Não consigo evitar. Até o seu sorriso provoca alguma coisa em mim que não sei explicar. Parece que o meu corpo quer combinar com o dela.

Mas eu não queria beijar ela só uma vez. Queria poder lhe beijar sempre. Então, eu quero ela comigo.

— Acho melhor irmos embora! — ela diz tentando levantar mas eu fui mais rapido e puxei seu braço fazendo com que ela sentasse novamente.

— Sinto que te perdi pra sempre... — suspiro.

— Matheus... — tenta falar alguma coisa, mas eu lhe interrompi novamente. Ja perdi as contas de quantas vezes eu fiz isso hoje.

— E a culpa foi toda minha, mais uma vez eu estraguei tudo, mais uma vez eu deixei a felicidade escapar das minhas mãos, eu tinha a mulher perfeita ao meu lado, a mais cuidadosa, fez de tudo para que a gente desse certo e eu fui o mais babaca e estraguei tudo. Sei que tudo o que eu fiz foi errado e foi a pior coisa que eu poderia fazer, mas eu me arrependo até o último fio do meu cabelo e se eu pudesse faria tudo diferente amor e se tem algo que eu possa fazer pra ter você de volta, me diga, porque eu estou perdido sem você, tudo está sem cor e sem sentindo sem você do meu lado. Te magoei, eu sei, e eu não me perdoou por isso, pois eu prometi cuidar de você pra que nada nos separasse e eu mesmo acabei fazendo isso, agora estou aqui pedindo, suplicando para voltar. Já não é mais a mesma coisa sem você amor e não quero te esquecer, não faz isso comigo, com nos, com nossos filhos, vamos tentar mais uma vez, me dá mais uma chance, as promessas que eu fiz não eram mentira, eu sei que você ainda sente algo por mim, mas está com medo de se entregar de novo. Só te peço uma coisa, volta pra mim. Vamos tentar de novo, por favor. Eu não consigo mais viver sem você, é como se faltasse um pedaço de mim, como se minha metade fosse você, eu te amo... — suplico.

Jéssica me olhava atentamente, mas não esboçou nenhuma reação.

— Posso te dar um abraço? — pedi.

Jéssica continuou me encarando ainda sem dizer nada. Levantei minha sombrancelha esperando minha resposta e ela simplesmente assentiu. Então me levantei, peguei em sua mão e ela se levantou em seguida me olhando nos olhos. Sem perder tempo a abracei fortemente.

Que saudade que estava do seu abraço. De sentir seu corpo tão perto do meu. Do seu cheiro.

Ficamos um bom tempo abraçados, Jéssica tentou sair do meu abraçou diversas vezes e eu continuei a segurando firme para que ela não fugisse. Se pudesse eu ficaria pra sempre assim...

Peguei meu celular do bolso e coloquei uma música lenta e calma.

Eu só queria aproveitar aquele momento com ela, eu só queria ter certeza de que esse amor ainda não morreu.

— Me diz uma coisa, sincera... — sussurro em seu ouvido ainda abraçado com ela — Você sentiu minha falta?

— Sim... — ela diz apenas e eu não pude conter um sorriso.

— Sinto saudades do gosto dos seus beijos, de você aconchegando no meu abraço, do calor do seu corpo. Preciso de você aqui comigo, bem pertinho. — digo.

Jéssica estava com sua cabeça apoiada em meu peito, com a mão levantei seu rosto e a beijei.

Eu não precisava de muito, apenas a certeza que ela estava aqui comigo, pois é apenas fechar meus olhos e respirar fundo que o perfume dela invade o ambiente e meus lábios sentiam o toque suave do teu beijo.

— Se você quisesse eu te beijaria uns três dias seguidos sem interrupções — digo entre o beijo.

Jéssica continuou de olhos fechados curtindo o nosso momento e ali eu tive a certeza de que ela ainda me amava, ainda existe amor em nós, porra.

Encarei bem seus olhos que agora estavam abertos me fitando.

— Então me diga... Que os seus dias andam triste sem mim, que chora sentindo falta das nossas risadas misturadas com nossos beijos, com o cheiro de amor, que sempre pairava no ar... — digo. Eu queria que ela confessasse que ainda me ama.

Mesmo se ela debater dizendo que não me ama, eu não vou acreditar, porque depois desse beijo eu tive a certeza que o nosso amor está mais vivo do que nunca, e eu vou lutar até o fim por esse amor.

"É possível que lar seja uma pessoa e não um lugar?"

Depois que te conheciOnde histórias criam vida. Descubra agora