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• Jéssica Narrando •

Continuo sentada na cama abraçada com as roupas das crianças, enquanto o Matheus está parado na porta me encarando. Em passos lentos o mesmo se aproxima de mim e se ajoelha em minha frente.

— Eu sei que nada que eu falar vai mudar tudo que aconteceu entre a gente, sei que eu fui um babaca, idiota... Eu só queria mais uma vez, lhe pedir perdão... Eu deveria ter cuidado melhor deles, eles estavam sobre a minha responsabilidade e eu vacilei... Eu não sirvo nem pra proteger meus filhos... Olha — diz pegando em minha mão — Eu prometo que vou trazer eles de volta, e também prometo que assim que eles estiver aqui com você novamente, você pode ir embora, não quero te prender aqui... Eu sou um verdadeiro cuzão e um fracassado.

— Matheus... — tento falar mas ele me interrompe.

— Eu sei... Eu sei... Você cansou de ouvir minhas desculpas e tals, eu sei que minhas promessas não valem mais porra nenhuma, eu só te peço um voto de confiança... Eu vou trazer eles de volta. Pode me xingar, se quiser, pode dizer que sou um incompetente, irresponsável e não dei conta nem de proteger meus filhos...

— Matheus, eu não vou te xingar, nem te julgar. A mesma coisa que eu disse para a Mariana, vou dizer pra você... Você não tem culpa! A única coisa que temos que fazer agora, é deixar as diferenças de lado e focar apenas em encontrar meus filhos.

— Já estamos procurando... Apesar que suspeito de quem tenha sequestrado eles...

— Patrícia? — pergunto.

— Também, mas ela não faria isso sozinha... Ela tem cúmplices, e eu vou torturar todos da pior forma possível. — diz com raiva.

— Se a Patrícia estiver envolvida nisso, eu mesma quero matar ela. — digo.

Matheus me encara incrédulo.

— Você não sabe nem segurar uma arma.

— Não tô nem aí... Se ela estiver envolvida nisso, eu mesma quero matar ela.

— Bom, eu só vim para ver como você estava, deixei Arthur vasculhando o morro atrás de alguma coisa que nos levassem até os filho da puta.

— Eu preciso dos meus filhos aqui comigo — digo com a voz embargada — Eles são tão pequenos, devem estar assustados, com fome, talvez com frio...

Vejo Matheus fechar o punho com força.

— Eu vou trazer eles de volta, nem que isso seje a última coisa que eu faça na minha vida.

Apenas assenti, Matheus levantou e saiu do quarto me deixando sozinha novamente.

Deitei na cama ainda abraçada com as roupas dos meus pequenos e desabei ali mais uma vez.

Sonho on:

Estava numa praça sozinha, quando escutei Alice e Alex pedindo, suplicando por socorro.

Eles estavam correndo perigo.

Corro sem direção atrás deles, caminho em direção às vozes. A cada segundo os gritos deles ficavam mais fortes.

Depois que te conheciOnde histórias criam vida. Descubra agora