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• Jéssica Narrando •

Acordo sentindo todo meu corpo doer, minha cabeça está latejando demais.

Abro meus olhos lentamente com um pouco de dificuldade e percebo que estou novamente num galpão abandonado. Só espero que eu não viva aquele pesadelo novamente.

Olho ao redor tentando neutralizar minha visão e percebo que esse quarto em que estou está todo sujo. Comida por toda a parte. Parece que mais alguém esteve aqui o que me leva a pensar que talvez meus filhos ficaram nesse quarto também. Mas agora, devem estar seguros com o pai.

Escuto a porta sendo aberta, e me encolho ainda mais no canto da parede.

Ao ver aqueles homens entrando no quarto, vivi rapidamente um flashback de alguns anos atrás. Aonde eu fui espancada, abusada, aonde eu vivi todos os tipos de maus tratos e violência física e psicológica.

— Eu não disse que iriamos nos reencontrar? — esse doente pergunta se aproximando e então eu pude ver de quem se tratava.

— Cadu? — pergunto sem acreditar.

Não. Não pode ser.

— César. — ele diz apenas.

Continuo olhando para ele assustada, esse homem se parece tanto com o Cadu. Todos os traços. A voz...

— O que você quer comigo? Cadê meus filhos?

— Da outra vez não consegui por um fim em você, mas dessa vez ninguém irá me impedir! — diz rindo irônico, me fazendo sentir um arrepio na espinha. Esse cara é louco. — Você quer seus filhos?

— O que vocês fizeram com eles? Você disse que era eu por eles... — digo entrando em desespero.

— Alguém já te disse que você não deve confiar nas pessoas? Coitada... Tão inocente.

— Cadê meus filhos, seus desgraçados?! — grito.

— Primeira regra, fica caladinha que não vou ficar aturando você dando seus chiliques não. Tragam aquelas crianças nojentas. — ele diz para uns caras que estavam parados perto da porta.

— Nojentas é você, seu verme! — cuspi em seu rosto.

Sinto um tapa me atingir em cheio no rosto.

— A conversa com você acabou, ou você faz tudo que eu mandar e me obedece certinho, ou coloco um fim naqueles pivetes.

Engulo seco e fico olhando pra ele com raiva. Desgraçado!

Escuto novamente a porta sendo aberta e vejo dois homens empurrando meus filhos que estavam com sacos preto na cabeça.

— Meus filhos — digo me levantando rapidamente, mas sinto meu corpo bater contra a parede. César me empurrou.

— Se não quiser ficar acorrentada, fica quietinha aí.

Dito isso, ele saiu junto com seus capangas me deixando sozinha com meus filhos.

Espero eles saírem por completo e corro até aonde meus filhos estavam. Tiro rapidamente o saco preto de seus rostos e abraço os mesmos. Eles estavam tão magrinhos... Abatidos... Devem ter sofrido muito esse tempo todo.

Depois que te conheciOnde histórias criam vida. Descubra agora