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Luana...

Quando eu me afasto do Gv e encaro o homem que acabou de me ajudar, eu perco totalmente a cabeça.

Parece que o mundo parou pra mim, não só pelo fato de está vendo meu pai ali,mas também pela dor que estou sentindo depois do que o Gv tornou a fazer.

Ele nunca vai deixar de ser agressivo, ele sempre vai estragar o que é bonito entre a gente e sempre vai acabar com a nossa chance de da certo.

Volto a realidade, está Gv e meu pai encarando um ao outro, eu não sei qual é o pior, acho que os dois.

Otávio: eu pedi pra tu cuidar da minha filha Gv, é assim que tu cuida dela desgraça? - ele fala, sem emoção.

Gv: Foi só um deslize pô, ela que tava fazendo cú doce.

- cú doce o caralho, não é a primeira vez que você me agride.- digo a verdade, sem medo, tô cansada também.

Gv me encara com a pior cara do mundo, se pudesse tenho certeza que ele pularia no meu pescoço.

Gv: pô Conrrado, é complicado pra caralho tiw - meu pai concorda sorrindo.

Conrrado: complicado vai ficar agora filho da puta, tá achando que teu poder vai te ajudar nessas horas? Tu sabe da lei da favela, cobrança tá pra todo mundo, tu não é melhor que ninguém.

Gv: cobrança de quê, tu tá maluco? - ele se aproxima e os dois começa a se desentender legal.

Conrrado: tá achando que eu tenho medo de tu só pq tô dentro da tua favela? Pra mim entrar em uma contigo é daqui pra li porra.

Gv: então entra cuzão, bora vê se tu é tudo isso que cê mostra.

- Eu vou embora pq eu tô cansada dessa vida. - me pronuncio, minha voz sai carregada de mágoa.

Conrrado: Tu vai vim comigo Luana, tenho um lugar pra tu.

Gv: lugar porra nenhuma, ela vai ficar comigo. - falou sério todo autoritário.

- com você eu não fico nem mais um segundo Gustavo, cansei de ser feita de trouxa na sua mão, cara eu nunca te fiz nada...- nem comecei a falar direito já estava chorando, me sentindo destruída por dentro.

Gv: Tu é minha Luana, já dei o papo. - nego com a cabeça indo pro lado do meu pai.

- É melhor assim Gv, somos muito diferentes um do outro, eu quero viver em paz eu quero ser feliz, já vi que não vou conseguir isso com você.

Gv: tu quer que eu faça o que caralho? Fala pô.

- me deixa em paz, do dia que eu cheguei aqui a minha vida é sofrer e chorar, e a culpa é sua, você não tem paz, não tem amor e nem carinho, você é uma pessoa amarga Gv, sem consideração eu não sei o que você pensa da vida, sério. - limpo minhas lagrimas e pego meu celular pra chamar a Bruna e avisa que estou indo embora.

Meu pai me arrasta com ele, eu subo na moto e ele arrasta dali, eu não olho pra trás, tô decidida a da um ponto final nessa história, que começou de um jeito errado, e não tem como terminar certa.

Conrrado para a moto na frente de um barraco, suspiro sabendo que ainda não acabou, só vou está em paz quando estiver longe daqui, só assim pra mim descansar dessa merda toda.

Conrrado: você tá bem? - encaro ele nos olhos, depois de tanto tempo agora eu estou aqui encarando meu pai, em um momento totalmente aleatório e diferente do que eu imaginei que aconteceria, eu já estava planejando tudo que falaria pra ele quando o encontrasse, mas agora vejo que não vale a pena.

- É impossível está bem. - falo desviando o olhar pra baixo.

Conrrado: tenho um parceiro meu, ele vai descolar um lugar pra tu, Demorô? - assinto.

- tudo bem - sorrio fraco.

Conrrado: Tô ligado que não vai mudar nada, mas pô, desculpa por te meter nisso. - olho pra ele e vejo sinceridade em suas palavras, pela primeira vez desde de quando eu nasci e ele é meu pai.

- Tá tranquilo, agora eu só quero sair daqui. - falo prendendo meu cabelo no alto.

Conrrado me convida pra entrar, eu entro totalmente sem graça, encaro encima do sofá e vejo uma mamadeira, sinto uma pontinha de curiosidade pra saber de quer é, será que eu tenho uma irmã ou um irmão?

Meu pai volta, com uma mochila nas costas, radinho na mão e o celular no ouvido.

Ele troca umas palavrinhas no celular e eu só de canto calada observando.

Uma mulher branca baixinha surge com um neném no colo e eu sorrio involuntariamente.

Xxx: oi você deve ser a Luana. - assinto tímida, toda com vergonha. - eu sou Ingrid mulher do seu pai.

- então eu tenho uma madrasta - sorrio pequeno e ela assente.

Ingrid: E um irmãozinho também. - ela balança o neném em seu colo, ele me olha e sorrir me arrancando uma risada.

- qual o nome dele? - me aproximo, abro a mão e o neném segura meu dedo, sentir sua mãozinha pequena em contato com a minha fez meu coração se aquecer.

Ingrid: Luan - sorrio pelo fato dos nossos nomes ser parecidos.

- É lindo, quantos anos ele tem?

Meu pai passa pela gente indo lá pra dentro, o neném solta meu dedo e vira pra trás caçando meu pai com os olhos.

Ingrid: 2 anos, daqui dois meses ele faz três. - assinto.

Conrrado: Da o Luan pra Luana segurar, vai arrumar tuas coisas - meu pai fala pra mulher dele.

Ingrid: tu segura ele pra mim ? - concordo pegando o neném.

- oi coisa linda - falo sorrindo e dou logo um monte de beijinhos nele.

Ingrid some e meu pai também, eu fico na sala brincando com o meu irmão e pensando nas coisas que me aconteceu, e nas que irão acontecer daqui pra frente.

Próximo capítulo
Vai ter uma passagem de tempo,  espero que gostem, tô querendo terminar esse livro lá pelo capítulo 89 por aí , já vão deixando o voto de vcs.

🔫~P R E S A  A  U M  T R A F I C A N T E~🔫 ( Em Revisão )Onde histórias criam vida. Descubra agora