🖍️ Todos os dias...

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Renata Antunes

Ser diferente em um mundo onde todos esperam que sejamos iguais, é bastante complicado. Várias discussões na internet sobre a romantização da obesidade, na realidade toda minha vida, o reflexo do espelho sempre foi uma imagem de uma pessoa acima do peso ideal.

Quando era criança meu sonho sempre foi ser professora, tive os melhores mestres durante minha formação do Jardim até o Ensino Médio. Adorava brincar na parede de ardósia da minha casa, com os pedaço de giz que a professora deixava no quadro. Eu nunca me olhei como corpo como defeituoso, mas sim, diferente das outras pessoas, infelizmente sempre tentamos nos encaixar no padrão. Hoje uma mulher de 28 anos, sei que não sou uma mulher espetacular para sociedade, mas estou realizada comigo mesma e com a minha profissão: Professora da Educação Infantil. Inicialmente era para me formar no curso de matemática na universidade federal, mas infelizmente não consegui pontuação suficiente para ingressar, mas minha cunhada, professora concursada, me informou sobre o curso técnico de magistério.

Depois de uma prova, estava aprovada. Durante 2 anos iria estudar para atuar na Educação Infantil e Ensino Fundamental. Ao longo da minha formação me apaixonei pelo universo da primeira infância, sendo assim, recalculando o rumo dos meus planos.

Segunda-feira, depois de um final de semana....

Quando estava chegando na avenida, o ônibus que costumo pegar todos os dias, indo embora e me deixando para trás. Agora tenho que aguardar 15 minutos. São 05:13 da manhã. Com mochila nas costas e uma bolsa em mãos.

💭 Começou minha semana, Senhor! Agora só um milagre para chegar no horário.

Estou ansiosa, infelizmente o BRT para em todas as paradas, olho no relógio, ainda estou na metade do caminho e preciso pegar outro transporte. A coordenadora vai comer meu fígado. Neste momento, um lugar fica vago, consigo me sentar, aliviando minhas pernas, logo mando mensagem para minha amiga Greice pedindo para comprar dois pães de queijo e um guaraná Antártica para o almoço. Ela responde.

- Comum ou com recheio?🥰

- Comum, por favor, dois grandes. Vou me atrasar, recebe minha turma, por favor! Perdi horário.🫶🫶

- Ok. Amiga. Vou recebendo teus alunos.🥰

- Te dou o dinheiro quando chegar!🤑🤑

Depois de ingressar no ônibus complementar que circula dentro bairro. Ao chegar no desembarque, desço correndo, para amenizar o atraso. Em poucos metros caminhados, paro para respirar e diminuo o ritmo, pois parece que não saio do lugar, visualizo a creche e acabei chegando no momento que o portão está sendo aberto. Passo rapidinho pelo pais, bato o ponto às 07:02 da manhã. Meus alunos estão entrando juntamente comigo.

- Greice, muito obrigada! Ela sorri.

- Acabou chegando junto com as crianças. Coloco minha mochila na cadeira.

- Mas a chata da coordenadora apontou para o relógio quando passei, oh, mulher infeliz! Digo trincando os dentes de raiva.

- Calma, Betinha não vale a pena se irritar com aquela vaca, falando na peste. Greice vai para sua sala.

Enquanto meus alunos organizam os materiais pessoais: agenda, garrafa de água e caderno de Para Casa. A lindeza de coordenadora pedagógica caminha em minha direção com salto alto que faz som peculiar, onde exibe seu corpo sarado.

💭 Poderia torcer o pé. Perdoe- me Deus, mas ela sempre está pegando no pé dessa pobre professora.

- Roberta, em plena segunda-feira, chegou juntamente com os alunos, o que aconteceu? Ela sorri com deboche.

Meu amor de gizOnde histórias criam vida. Descubra agora