Dia seguinte...
-Papai, depois da casa do vovô, podemos tomar sorvete. Elie pergunta sentada na cadeirinha.
- Lógico, meu amor! Hoje vamos tomar três bolas. As crianças comemoram.
- Mamãe, a senhora vai com a gente, dessa vez? Caio pergunta.
- Não me chame de mamãe, odeio esse adereço e também sorvete, então podem ir com Diego. Ela continua olhando o celular.
- Então, vocês vão com o papai. Meu coração se parte em mil pedaços com desprezo de Brigitte.
O carro deslizava pela estrada ensolarada, cortando a paisagem verdejante. Minhas mãos apertavam o volante com firmeza, meus olhos fixos na estrada à frente. Ao meu lado, minha esposa, mexia no celular com desinteresse. Com a proximidade da casa do avó, no banco de trás, Elie e Caio, se agitavam, ansiosos para chegarem.
Sentia um misto de emoções ao dirigir em direção à residência dos Hayer. Era um domingo ensolarado, perfeito para um almoço em família, mas a sombra da doença pairava sobre todos, pelo menos sobre mim. Itamar, antes um homem imponente e cheio de vida, agora lutava contra o câncer terminal no pâncreas, seus dias estavam contados. Quando o carro estaciona na frente da mansão. As crianças descem ao encontro do avó.
Apesar da doença, Itamar mantinha a alegria e o amor nos seus olhos. Adora-nos receber para desfrutar de uma refeição em familiar, proporcionando-lhes momentos de felicidade e união, pelo menos a mim e aos meus filhos. As crianças o idolatravam, encantadas por sua bondade e generosidade. Realizava todos os desejos, brincava com elas no jardim e as enchia de presentes, qual criança não gosta. Quando meus pais morrem em um acidente de carro, eram recém nascido. Senhor Itamar é a única referência de amor avoengo.
Fomos recebidos com abraços calorosos. As crianças correram para o jardim, ansiosas para brincar na grama verdejante. Observa meu sogro com tristeza. A doença o havia transformado, deixando-o magro e fraco. Andar era esforço árduo, e sua voz, antes forte e vibrante, agora era quase um sussurro.
Na sala, enquanto aguardávamos o almoço, conversamos sobre a vida, os negócios, futebol e os netos. Brigitte, alheia à conversa, permanecia entretida com seu celular, ignorando o pai e a família. Caio e Elie, entretidas com seus brinquedos, brincavam no tapete, sem se importar com a tensão no ar.
A governanta anunciou que a refeição estava pronta, e todos nos dirigiramos a mesa. Com uma refeição farta era um convite à celebração da vida, com pratos deliciosos e aromas convidativos. Brigitte, preocupada com sua forma física, limitou-se a uma salada verde, enquanto os demais se deliciavam com a comida caseira.
Quando de repente, um acidente inesperado quebrou a tranquilidade. Caio, brincando com seus talheres, derrubou acidentalmente a taça de vinho. O líquido vermelho escorria pelo macacão branco, manchando-o de forma irreparável. Brigitte, tomada por um ataque de fúria, repreendeu o filho com palavras duras e gestos bruscos.
- Seu garoto idiota. Não presta para nada, nem para ficar quieto. Ela levanta a mão, mas desiste.
- Ele não fez por querer. Digo, enquanto meu filho grita.
- Desculpa, mamãe. Foi sem querer. Brigitte responde.
- Detesto que me chama assim, seu insolente. Deve ter retardado mental. Como pode dar a luz as essas crianças. Meu coração está esmiuçado neste momento.
O clima na mesa ficou pesado. Estou, constrangido com a cena, tentou me acalmar e a minha esposa, enquanto Itamar observava tudo em silêncio, seus olhos cheios de tristeza. A alegria do almoço se dissolveu em um mar de constrangimento e ressentimento.
Brigitte sobe para tomar um banho e trocar de roupa. A governanta leva as crianças para o parquinho no quintal. Itamar ainda está triste com a cena da sua única filha.
- Diego, é assim que minha filha trata as crianças, por favor não minta. Ele ergue os olhos.
- Ela tenta ser carinhosa, mas as crianças não facilitam. Tento esconder.
- Eu peço desculpas, por tê-lo incentivado se casar com a mulher cruel que criei. Achei que tinha feito bem fazendo as vontades dela, mas infelizmente eduquei um péssimo ser humano, agora meus netos sofrem.
- Não pense nisso, senhor Itamar. As crianças são muito amadas pelo avó.
- Pode deixar, vou resolver isso. Neste momento, ela desce as escadas com calça jeans, blusa pólo e salto scarpin.
- Olha o resultado de manter uma dieta e exercícios diários, as roupas de quando era adolescente ainda me serve bem. Ela olha para o pai.
- Brigitte, vamos até o escritório. Precisamos conversar. Diego aguarde aqui, por gentileza.
Eles caminham em direção a outra ala da mansão, onde fica o escritório. A conheço bem, seu que vai dizer coisas desagradáveis ao pai.
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Meu amor de giz
RomanceRoberta Antunes sempre viveu uma vida cheia de desafios. Não ter admiração da mãe, enfrentar o preconceito das pessoas e enfrentar a ingratidão daqueles que se dedicou a ajudar, podem ser motivo para desistir, mas para ela tudo é motivação para cont...