📌 Alinhamento

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Estamos nos servindo, quando Milena sem citar nomes começa a contar suas aventuras sensuais. Mia também compartilha sua noitada com um jovem de dezenove anos na boate. Ela viveu um grande amor. Eles se casaram, mas um ano depois ele faleceu devido a um acidente. Ele trabalhava com internet, quando subiu no poste para instalar o sistema, esbarrou em fio desencapado de eletricidade, recebeu uma carga e caiu. Sua revolta se transformou em uma mulher cujo objetivo é explorar a vida em todos os sentidos e possibilidades. Thiago era um homem de carácter e gentil, ela sofreu muito, ainda mais que ele incentiva a estudar e a amava de maneira única.

- Quando fica em silêncio, com certeza vem pedrada. Mia fala mordendo a fatia de pizza de mussarela.

- Eu? Somente estou ouvindo. Digo tentando evitar o assunto.

- Meu macho e divino, Betinha. Olha fico molhadinha por ele. A duas começam a rir.

-Não adianta, Milena. Ela não entende sobre o assunto. Neste momento respondo a altura.

- Sabe Mia, o problema não é saber, mas sim, ter experimentado algo divino, e agora se contentar com mínino, quer dizer com o resto. Digo, ela compreende perfeitamente.

- Calma, Betinha! Fica irritada com brincadeiras bobas. Milena retruca.

- Não é brincadeira, mas é uma maneira que vocês têm de me criticar minhas crenças e princípios que são diferentes da suas. Presta atenção, amo muito vocês, mas suas vidas íntimas não são problema meu.

- Nossa, Roberta. Eu não te critico. Simplesmente acho que está com muita teia de aranha. Elas começam a rir novamente. Ambas são feministas convictas, empoderadas e adoram ser donas do seu corpo, em uma época atrás também era assim, mas no momento mais difícil da minha vida, essas ideologias não me ajudaram. Olho bem para elas.

- Sabe, vocês acham que tenho inveja de fazem com o buraco que carregam no meio da perna, mas na realidade nunca me senti frustrada com nada em minha vida. Fico feliz que encontraram uma forma de ser feliz, na realidade isso não é da minha conta.

- Nossa, Betinha! Desculpa se ofendi você, se gosta de ser fudida por rapazes mais novos. Mia começa a se irritar.

- Não estou ofendida, o seu problema e da Milena que defende ser donas de si mesma, que fazem o que querem com seu corpo e que são livres para viver o relacionamento com que quiserem ou relacionamentos sem rótulos, mas estão loucas para alguém chama-las de amor, me poupe dessa besteira.

- Eu não, simples saiu. Quando me despede do meu peguete. Milena fala sem graça.

- Mentira. Tudo que deseja que seu "peguete" te chame de amor e saia com para jantar contigo. Mia agora fica com jovens para reviver os lindos momentos que viveu com Thiago. Essa é a realidade, que ninguém diz. Mas a questão não o sexo, porque pênis de plástico faz o serviço bem melhor, mas é sobre conexão e afeto, pois isso está inserido no ato carnal. Ninguém quer somente sexo, a não ser que seja uma pessoas hipersexualizada, mas vocês não são.

- Betinha, sei que às vezes sou debochada, mas não foi.... interrompo Mia.

- Sempre tem intenção. Vocês adoram tirar sarro das minha nula vida sexual, achando que não sei o que é calcinha molhada ou outros termos, de fato não tenho experiência, mas isso pode mudar, mas tem coisas que somente se agravam, pois aceitar ou confunde que um homem que está deixando claro que não quer você ou sair transando em cada espaço do planeta Terra para sufocar problemas emocionais, não muda os fatos que podem ser tão empoderadas e independente, mas estão totalmente dependentes disso para ser felizes, mesmo quando as coisas, situações ou pessoas estão sendo bastante claros com relação "os pegas" que vocês dão, só espero que usem camisinha, porque a pílula do dia seguinte, não é meio anticonceptivo, porque adoram tomar umas quando esquecem a camisinha.

O silêncio é palpável entre nós. Mia está com olhos cheios de lágrimas e Milena engole seco o pedaço de pizza. Resolvo finalizar o enterro.

- Toda a minha experiência sentimental foi acompanhada por vocês, o quanto sofre por homem que entreguei meu coração e minha alma, sem pensar duas vezes, partiu em mil pedaços. Ele era meu amigo, não um homem que conhece na esquina, e ainda assim, quando mudou de ideia ou pensamentos me descartou sem pensar duas vezes. Resolve minhas frustrações comigo mesma, aprende a me amar e me respeitar, pois não sou terreno baldio para ser depósito do lixo afetivo do outro. Minha vagina não é um aeroporto de esperma. Aquele que me fizer molhar a calcinha, será uma pessoa que desejo além de sexo, mas sim, ter uma vida com ele. E pode ter certeza, vocês serão ser as primeiras que vou buscar dicas sexuais. Tenham uma boa noite. Agradeço a hospitalidade de vocês. Me levanto da mesa.

Lavo meu prato e copo, vou até a sala me ajeito no colchão, me deito. Elas ficam extremamente sem graça. As luzes do apartamento se apagaram, escuto as portas se fechando. Estou sozinha entre meus próprios pensamentos. De tanto pensar, apago. Acordo com claridade do sol amanhecendo pela fresta da cortina. Olho no relógio, ainda está cedo. Vou até o banheiro me arrumo, desço para ir à padaria. Quando retorno faço um café e preparo a mesa. Arrumo as minhas coisas na mala. Volto a me deitar no sofá, acabo conciliando com tv ligado. Sinto umas mãos me cutucando.

- Bom dia, Betinha! Mia está se arrumando para o trabalho. Milena está no banho. Você arrumou a mesa de café, vem tomar. Vou até a mesa, me sento me servindo uma xícara de café e pão de queijo.

- Será que vai demorar muito. Estou ansiosa. Falo sem fazer contato visual com ela.

- Desculpa por ontem. Passei dos limites. Me perdoa! Olho nos seus olhos.

- Você está no seu direito, estava na sua casa. Digo.

- Betinha, amo muito você. Porque arrumou as suas coisas? Mia pergunta.

- Acho melhor encontrar outro lugar. Não ficar discutindo com ninguém ou muito menos falando sobre vida íntima dos outros. Digo secamente.

De repente, Milena me abraça por trás. Tento evitar o contato, mas Mia se junta, formando um abraço coletivo.

- Perdoa a gente, Betinha. Elas falam juntas, enquanto fazem cócegas. Não resisto a brincadeira e me rendo ao gesto de carinho delas.

- Nossa, Betinha. Coitado, do homem que casar contigo, vai ter andar na linha. Milena fala se sentando para tomar café.

- Vai mesmo, se pisar fora da linha, será eliminado. Damos gargalhada.

Terminamos de fazer a refeição juntas. Elas terminaram de se arrumar para irmos para escritório da Milena.

Meu amor de gizOnde histórias criam vida. Descubra agora