Meu amor de giz

💗 O amor é linear?

- Está linda, Betinha. Vera sorri pegando no meu cabelo.

- Realmente está divina, Robertinha. Disse a cabeleireira. Estou me olhando no espelho.

- É, D. Márcia acertou no conselho.

💭 Estou me sentindo a rainha de Sabá. Só falta meu Salomão.

Saímos da cabeleireira direto para casa. Minha mãe e papai ficaram encantados com minhas madeixas novas.

💭 Acho que Caio vai amar meu cabelo.

Vera está arrumando para sair com as meninas, enquanto vou ficar em casa. Até que recebo uma notificação no whatsapp. Para minha surpresa era Breno. Ele estava me convidando para gente sair, pois ele estaria de folga na segunda, se poderíamos sair para comer alguma coisa. Respondo que sim.

- Tenho um encontro. Grito com Vera. Ela sai enrolada na toalha.

- Quem? E bonitão do seu patrão. Revirou os olhos.

- Não. Segurança dele. E um gato. Olha a foto. Ela sorri.

- Amanhã vamos escolher um look. Por favor, vai usar salto.

💭 Deus me ajude. Salto não!

- Vera, odeio saltos. Digo implorando.

- Não, vai de salto neste encontro. Minha irmã vai se desvirginar. Jogo o travesseiro.

- Palhaça. Não vou transar com ele, vou comer alguma coisa. Ela começa a rir.

- Tomara que ele te coma, puritana. Libera a porta da felicidade, Betinha. Minha mãe entra.

- Que porta da felicidade estão falando. Começamos a rir. Você use camisinha, Betinha.

- Mãeeee, e conversa da Vera. Somente um encontro com colega de trabalho.

- Betinha, por favor! Dessa vez, pense antes de beijar minha filha. Espero que arrume um homem com os mesmos objetivos, para não ficar sustentando o sonho de ninguém. Ela disse enquanto escolhe o sapato para Vera.

- Isso mãe, esfrega sal na minha ferida. Digo,mas ela tem razão.

- Alguém precisa ter o pé no chão, mas deixa eu ver a foto. Eu mostro. Vou me deitar, estou com o corpo doendo, olha a hora de chegar em casa, senhora Vera.

- Talvez nem volte. Ela responde minha mãe.

- Aproveita fica por lá, sua ingrata. Vera beija a cabeça dela.

- Mesmo assim, amo você mamadi. Ela ri.

Depois da saída de Vera. Estou sentada no quintal dos fundos. Ao lado da pitangueira. Estou observando as estrelas, o céu está maravilhoso. Até que meu pai se aproxima.

- Achei você! Não foi com as meninas? Ele pega outra cadeira e senta ao meu lado.

- Não gosto de boates e seus derivados. Coloco a cabeça no seu ombro.

- O que está incomodando minha pretinha? Ele pergunta.

- Pai, é possível amar alguém em poucos dias? Levanto minha cabeça e olho para ele.

- O amor não é enredo linear, mas de uma complexidade tão grande, mas usa prática é simples. Você pode conviver ou ter nascido de alguém que nunca vai amar, mas pode em poucos dias ter seu coração invadido por um sentimento profundo por alguém. Você está falando das crianças, não é? Ele me olha.