⚖️ Elie...

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A casa parecia mais silenciosa do que o normal. Consegui resolver com Roberta e a tensão da discussão com Verônica e amigos pairavam no ar. 

💭 Ela somente aceitou ficar, por causa das crianças.

Ao entrar na sala, fui recebido por um abraço apertado de Caio, mas Verônica fuzilava com os olhos.

- Pai, que bom que você voltou! exclamou o meu menino, com os olhos brilhando de felicidade.

Senti um aperto no coração de tanta saudades. Fazia quinze dias que não via meu filho.

- Também senti sua falta, meu filho, respondi, retribuindo o abraço. Caio se afastou um pouco e me olhou com um sorriso radiante. 

- Pai, a Roberta é a mulher mais linda que já vi. Ela tem um sorriso que faz o nariz dela ficar todo arrebitadinho e um cheirinho de mamãe. Neste momento, o peso da culpa está dentro de mim.

As palavras de Caio me atingiram em cheio. Eu nunca tinha percebido o quanto a figura materna significava para meus filhos. Olho para minha irmã, que está chorando. Não tem nenhuma naquela sala que não esteja emocionado.

A dona Abigail percebendo que os adultos precisavam conversar levou Caio para tomar café. Fiquei sozinho com todos. 

💭 Cheiro de mãe. Verônica tem razão, ela fez bem para crianças.

- E então, Diego? Resolveu tudo com a Roberta? perguntou Verônica, ansiosa. Estou observando o jardim. Vejo Roberta passando com a mala, saindo pelo portão. Assenti com a cabeça. 

- Sim, já conversei com ela e pedi desculpas. Acredito que aceitou não por mim, mas sim, pelas crianças. Ela disse que vai visitar a família, retorna segunda de manhã.

- Graças a Deus. Estava com tanto medo dela se recusar. Lógico que foi por elas, você não é homem para conduzir aquele trator. Todos começam a rir. Ruan se aproxima, coloca a mão nos meus ombros.

- Esse é meu amigo. Precisa resolver as coisas aqui e aqui. Apontou para cabeça e no coração. Antes que pudesse me responder, todos se assustam com gritos de Elie descendo as escadas.

- Betinha, não vai embora! Por favor, não me deixe! gritando, com os olhos cheios de lágrimas. Abriu a porta e saiu correndo. Ela estava com pijama e descalço, ela passou pelo portão e pelos segurança com agilidade.

Todos nós nos levantamos, surpresos com a reação de Elie. Ela estava sem falar desse do dia da partida de Brigitte. Ela corria pela rua gritando.

- Betinha, por favor não vá embora! Não deixe sozinha, eu amo você! Naquele momento, parecia um déjà vu.

- Elie, minha filha volta aqui. Corria atrás dela, mas estava determinado a não deixá-la ir. Roberta estava a uma distância considerável e com o fone no ouvido. Até que uma pessoa parou e vez virar para trás, quando viu Elie correndo. Tirou o fone e voltou para trás.

As duas se encontram no meio da rua, Roberta se ajoelhou e a abraçou forte. Que chorava desesperadamente. Eu e todos que acompanhamos a cena estávamos impactados e emocionados. Ao me aproximar de ambas, escuto o diálogo.

- Eu não vou te deixar, meu amor, sussurrou, acariciando os cabelos da minha menina. Elie gritava.

- Não me abandone, Betinha. Como aquele dia no shopping. 

💭 Abandono no shopping. Do que, Elie está falando.

- Estava indo ver meu pai e minha mamãe. Mas minha menina está irredutível.

- Você vai me deixar sozinha. Ela agarrou o pescoço de Roberta e não soltou. Ela se levantou com Elie no colo. Cláudio pegou a mala dela. 

- Não, meu amor! Vamos voltar juntas para casa, tá bom assim! Não precisa chorar. Elas caminharam assim pelo caminho retornando para a mansão. Verônica está visualmente abalada. Ao chegar no portão, encontramos Úrsula, Osmar, D. Abigail e Caio que também estava chorando.

- Betinha, onde você estava indo? Você também ia nos deixar? Elie estava com a cabeça no ombro de Roberta. Seus olhinhos estavam vermelhos.

- Não, meu querido. Estava indo ver minha família, mas não vou mais, vamos entrar. Ela estende a mão para Caio. Que segura passa a caminhar juntos.  Osmar me questiona.

- Elie voltou a falar? Ele olha surpreso.

- Sim. Estou impactado com a cena em minha frente. Roberta carrega minha menina, de mãos dadas com meu menino.

💭 Brigitte nunca carregou eles no colo.

Nesse momento, percebi que tinha cometido um erro muito grande. Eu tinha colocado em risco a felicidade dos meus filhos por causa do meu ego. Roberta de maneira maternal e muito amorosa, os leva para o quarto das crianças, deita Elie que segura sua mão. Caio fica em pé ao lado.

- Caio, pede a dona Abigail a caixa de primeiro socorros. Ele segue o comando, passando por todos. Valentino solta da sua pérolas.

- Tem certeza que esse garoto é o seu filho, Diego? Sussurro para ele.

- Cala boca, Valentino. Ele passa a mão na boca. Estou pela abertura da porta observando tudo.

- Deixa eu cobrir você, minha caracol. Está muito quente e tremendo. Verônica ouve, pega o celular e aciona o pediatra das crianças. Vou aferir sua temperatura. Deixa eu limpar seus pezinhos. Não precisa agir assim, iria voltar na segunda. Ela passa um lenço umedecido nos pés da minha filha. Elie se levanta e senta no colo de Roberta.

-Eu amo você, Betinha! Meu coração doeu. Roberta abre um sorriso e responde.

- Eu também amo você, minha caracol! Sua voz é linda, agora não vamos mais nos comunicar com os dedinhos, mas sim com a boca, ok? Elie beija seu rosto.

- Combinado, mas você não pode me deixar, nunca mais! Aquele dia no shopping, me deixou com a Brigitte. 

- Nunca mais. Se deita. Ela colocou na cama.Caio voltou com uma maleta. Ela tirou o termômetro, colocou debaixo do braço. Ela se sentou no carpete do quarto, e puxou Caio para seu colo. Apito do aparelho indicou final da aferição. 

- Elie, você está com febre. Verônica entra no quarto.

- Já liguei para o pediatra. A equipe está vindo, Betinha. Úrsula também entra no quarto. Naquele momento eu não era necessário para meus filhos, mas sim, Roberta Antunes.

Meu amor de gizOnde histórias criam vida. Descubra agora