🏠 Cachorro, gato... é um lar

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Diego Ribas

Décimo dia do mês de dezembro...

A sexta-feira estava chegando ao fim e, com ela, uma semana intensa de trabalho. Ao sair da minha sala, encontrei Valentino me esperando na porta.

- E aí, Diego! Bora dar uma relaxada? Bilhar e whisky te interessam?

A proposta era tentadora. Uma noite de descontração com o amigo era exatamente o que eu precisava. Respondi que sim com a cabeça e enviei uma mensagem para Roberta:

"Se diverta meu amor. Você aguentou muito coisa. Te amo, meu acessório."

Chegando ao clube de bilhar, notei que Valentino estava um pouco distante. Começamos a jogar, mas ele parecia mais concentrado em seus pensamentos do que na partida.

- O que anda te incomodando, Val? Perguntei, afundando a bola oito na caçapa. Ele suspirou.

- É que... estou pensando muito em uma mulher. Ri.

- O Valentino, o conquistador, apaixonado? Não acredito!

- É sério, Diego. Uma amiga da Roberta... a Greice. Está me deixando meio confuso.

- A Greice? Essa não tem a menor chance contigo, meu amigo.

- Ela está me deixando louco, nós trocamos um beijos na boate. A gente se conheceu naquela exposição da Disney, lembra?

- Ah, lembro. Na época, achei que rolaria alguma coisa, mas estava tão focado em conquistar a Roberta.. que esqueci de comentar.

- É, você tem razão. Mas a Greice... ela é diferente. Ela não me ligou e me trata como se não tivesse rolado entre nós.

- É o cachorrão, está sendo domesticado. Ele riu.

Enquanto jogávamos e conversávamos, encontramos alguns amigos. Um deles, Lorenzo, era um conhecido que estudou com Brigitte. Enquanto bebíamos, contei sobre meu casamento com Roberta. Ele olhou para a foto dela no meu celular e ficou impressionado.

- É linda mesmo, Diego. Mas o mais importante é que te ama de verdade, não está com você por conveniência ou interesse, como certa pessoas. Assenti.

- É, isso que me faz mais feliz. Sentir que a mulher que amo também me deseja, me defende e me valoriza. Com a Brigitte, nunca experimentei esse tipo de sentimento. Lorenzo concordou.

- A Brigitte só pensa nela mesma. Tenho certeza que você e as crianças encontraram a felicidade que merecem.

Passamos a noite conversando e bebendo, mas a saudade de Roberta e das crianças começou a me incomodar. Liguei para Eduardo e pedi para que ele me buscasse.

Enquanto esperava no estacionamento, peguei alguns petiscos e me sentei em um banco. De repente, ouvi um miado, em seguida um latido fraco vindo dos canteiros. Ao me aproximar, vi uma caixa com dois filhotes, um gatinho e um cachorrinho amarelo.

Lembrei da vontade da Roberta em ter um pet. Sorri. Seriam dois! Peguei a caixa com cuidado e me sentei novamente, esperando por Eduardo.
Quando ele chegou, mostrei a ele os filhotes. Ele ficou surpreso e encantado.

- A Roberta vai amar, senhor!, disse ele, enquanto guardávamos a caixa no carro.

Ao chegar em casa, coloquei os filhotes no chão da sala. Roberta, ao vê-los, abriu um sorriso radiante. Ela estava feliz. Os filhotes, conquistado um lugar especial em seu coração. Enquanto ela os banhava com todo o cuidado do mundo, a observava da porta do banheiro, sorrindo. Aquele era um momento mágico, repleto de amor e carinho.

Havia comprado ração em uma farmácia de animais, o suficiente para alguns dias, até levarmos os pequenos ao veterinário. A ideia de termos uma casa ainda mais cheia de vida me deixava feliz. Roberta, com um secador em mãos, secava os pelos dos animais com maior paciência. O cachorro, todo contente, lambia suas mãos. O gatinho, um pouco mais tímido, exigia mais cuidados, mas ela não se importava.

Após acomodá-los em uma manta macia, os dois filhotes se alimentam e logo adormecem. Com a casa em silêncio, finalmente podíamos aproveitar um momento a sós.

- Eles são tão lindos, Diego, as crianças vão amar, disse Roberta, se aconchegando em meus braços em abraço apertado.

- Sim, eles sempre desejaram ter animais, mas não via sentido. E você cuidando deles é a coisa mais linda que já vi, respondi, beijando sua testa.

O dia havia sido longo e cansativo, mas a felicidade que sentia ao lado de Roberta era capaz de curar qualquer fadiga. Após colocarmos os filhotes para dormir, fui até o quarto dar um beijo nas crianças, quando voltei para o quarto e encontrei Roberta terminando de arrumar a cama.

- Quer tomar um banho comigo, amor? Perguntei, sorrindo. Ela me olhou com um brilho nos olhos.

- Já tomei banho, mas agora acho que posso tomar outro, só para brincar com o cachorrão. Ri e a puxei para o banheiro.


O banho foi uma experiência única. Trocamos beijos, carícias e nos divertimos muito, não fizemos amor, apenas nos conectamos. A água quente relaxava nossos corpos e a companhia um do outro aquecia nossas almas.


Ao sairmos do banheiro, nos vestimos e nos deitamos na cama. Acomodados um nos braços do outro, começamos a conversar sobre o nosso dia. Roberta me contou sobre as novidades do trabalho e eu, por minha vez, compartilhei minha primeira semana na promotoria. Ela se aconchegou em meu peito enquanto falava, e quando terminei, percebi que já havia adormecido.


Beijei sua testa suavemente e fechei os olhos. Aquele era o momento mais feliz da minha vida. Tinha uma família linda, um trabalho que amava e a mulher dos meus sonhos ao meu lado.


Aquela noite, sob o calor do nosso amor e com o som suave da respiração dos nossos novos companheiros, senti uma paz que há muito não conhecia. Tínhamos construído uma família linda e estávamos prontos para enfrentar qualquer desafio juntos. Não percebe quando adormece.

Meu amor de gizOnde histórias criam vida. Descubra agora