⚖️ Nossos momentos

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Diego Ribas 

A noite havia sido longa e desgastante. Um caso brutal, um pai despedaçado, a inocência de uma criança ceifada. A imagem do pequeno corpo inerte no IML me assombrava. Tentei oferecer todo o suporte possível ao meu cliente, mas a dor da perda era algo que nenhuma palavra poderia amenizar.

Ao chegar em casa, exausto tanto física quanto emocionalmente, a primeira coisa que vi foi Roberta. Sentada na escada, com a cabeça apoiada na parede, ela dormia serenamente. Seu rosto sereno contrastava com a brutalidade do dia que havia vivido. Com cuidado, toquei suas bochechas, e seus olhos se abriram, cheios de preocupação.

- Diego, aconteceu alguma coisa? Você está bem? Abracei-a com força, sentindo meu corpo relaxar ao sentir seu calor.

- Estou bem, Betinha. Foi um dia muito difícil.

Não resisti e a beijei com intensidade, sentindo seus lábios quentes e úmidos. Apertei seu corpo na parede. Sentia arrepios na minha pele. Deslizava minha mão nas curvas do seu corpo.Aquele beijo me transportou para outro lugar, onde a dor e o sofrimento não existiam. Ela me empurrou, olhava para lados, mas abracei novamente.

💭 Essa mulher é máquina. Seu corpo e tão gostoso.

- Alguém pode nos ver, Diego. Ela me repreendeu

- Que se dane quem nos ver, Roberta. Eu estava morrendo de saudades de você. Ela sorriu, mas logo me afastou.

- Não estamos namorando para ficarmos nos pegando na garagem, Senhor Ribas. Ela me olha com aquela íris brilhante.

- Então seja minha namorada, Roberta. Ela começou a rir, uma risada gostosa que ecoou pela garagem.

- É melhor fazer esse pedido direito, não sou mulher de ser pedida nas escadas de uma garagem, Senhor Ribas. Beijei-a novamente, mas dessa vez com um beijo suave e apaixonado.

- Meu pedido de namoro vai te deixar ainda mais apaixonada por mim, narizinho. Segurei a sua mão.

Subimos as escadas, de mãos dadas, sentindo a leveza de um novo começo. A noite havia sido difícil, mas o amor que sentia por Roberta me dava forças para seguir em frente. Ela mandou subir para tomar banho, enquanto iria preparar algo para me alimentar. 

Saí do banheiro enrolado na toalha, sentindo a água escorrer pelo meu corpo. Ao entrar no quarto, meus olhos encontraram Roberta, linda e radiante, preparando uma bandeja com um lanche leve. Seus olhos se fixaram na tatuagem de asas que tenho no peito, e um sorriso tímido surgiu em seus lábios.

Aproximando-me dela, senti a temperatura do quarto aumentar. Acariciei seus cabelos macios e a beijei com intensidade, sentindo seu corpo se arrepiar sob o meu toque. Mas, logo em seguida, ela se afastou, um pouco nervosa.

- Diego, se veste! Ordenou.

Percebi que ela estava desconcertada e resolvi acalmá-la. Entrei no closet e coloquei uma roupa confortável. Ao voltar para o quarto, sentei-me à mesa de estudo com aquele banquete na minha frente e a convidei para se juntar a mim.

Começamos a conversar sobre o caso que me havia deixado tão abalado. Contei a ela sobre a mãe e o padrasto do menino, sobre a crueldade do crime. Roberta ficou chocada com a história.

- Se alguém ousar fazer mal aos meus meninos, eu sou capaz de qualquer coisa.

Suas palavras me emocionaram. Nunca pensei que ela se sentisse tão ligada a Caio e Elie.

- Você os ama muito, não é? Senti suas mãos no meu rosto.Ela me olhou nos olhos e respondeu com sinceridade:

- Não consigo explicar o quanto amo Caio e Elie, Diego. É como se meu coração fosse explodir de tanto amor. E te amo também. A declaração de Roberta me pegou de surpresa.

- Você me ama? Tem certeza? Ela corou e desviou o olhar. 

Antes que pudesse responder, a beijei com paixão. Mas, assim como da última vez, ela se afastou.

- Diego, por que você faz comigo? Ela arruma sua roupa. Não entendi sua reação. Estávamos tão bem, e de repente, ela me afastava.

- Não sei, Roberta. Talvez seja porque eu te desejo tanto. Caminho em sua direção.

- Boa noite, Diego. Preciso ir dormir.

Ela saiu do quarto sem dizer mais nada. Fiquei ali sentado, confuso e frustrado. Não entendia por que ela fugia de mim quando as coisas começavam a ficar intensas.

Três dias depois…

Três dias se passaram desde aquele momento de intimidade interrompido, e a imagem de Roberta fugindo do meu toque não saía da minha cabeça. A cada dia que passava, nosso vínculo se fortalecia. Brincávamos com as crianças, assistimos filmes juntos, comíamos juntos... E a cada toque, a cada olhar, eu sentia que estávamos nos apaixonando cada vez mais. Mas, assim que a paixão esquentava, ela se afastava, como se temesse se entregar por completo.

Hoje, enquanto trabalhava no escritório, fui surpreendido pela visita de Ruan. Ele estava radiante, comemorando a reconciliação com Mia, sua namorada de adolescência. Fiquei feliz por ele, afinal, sabia o quanto ele a amava. Mas, durante nossa conversa, ele me contou algo que me deixou bastante preocupado.

Mia sabia do meu envolvimento com Milena. E, pior ainda, Milena estava apaixonada por mim, se Roberta soubesse do nosso envolvimento abriria mão de tudo pela amiga. Ruan me disse que Roberta era muito protetora com suas amigas e principalmente com a Milena, se descobrisse meu caso antigo, ela não hesitaria em defendê-la, mesmo que isso significasse me perder para Milena.

A notícia me deixou perplexo. Nunca dei esperanças a Milena, nosso envolvimento foi puramente físico. E agora, por causa de um erro do passado, tudo o que estava construindo com Roberta estava ameaçado.

Ele me aconselhou a contar tudo para Roberta, antes que alguém mais o fizesse. Ele tinha razão. Precisava ser honesto com ela, mesmo sabendo que isso poderia destruir tudo o que tínhamos. Mas como contar algo assim? Como fazer com que entendesse aquele caso sem importância? Como não machucasse sua amiga? 

O dia havia sido exaustivo. Reuniões intermináveis e a conversa com Ruan martelando em minha cabeça me deixavam cada vez mais ansioso. Ao chegar em casa, vi Roberta e as crianças brincando no jardim. Aquele momento de paz me proporcionou um breve alívio, mas a tensão logo voltou a me consumir.

Preciso desabafar, pensei. Isolei-me no escritório e servi um uísque. A bebida queimava em minha garganta, mas não era suficiente para acalmar meus nervos. Osmar e Cláudio, meus irmãos, perceberam minha aflição e vieram até mim.

- O que está te incomodando, bebendo uísque, Diego? Você está confuso. Osmar se aproximou.

💭 Vou contar tudo, e não falar do lugar onde tudo acontecia, porque meu irmão me mata.

Comecei a contar para eles sobre o caso que estava me atormentando e, principalmente, sobre a conversa que tive com Ruan. A cada palavra, a angústia aumentava dentro de mim.

- E agora, o que você vai fazer? perguntou Cláudio.

Antes que pudesse responder, ouvi a voz de Roberta vindo do jardim. Ela estava ao telefone, falando com sua irmã Vera. Hesitei em continuar a conversa, mas a curiosidade me consumia.

- ...e o Diego está tão nervoso com aquele caso. É um homem bom, Vera, mas essa profissão é muito difícil...ouvi Roberta dizer. Mas ele nem beijou hoje.

Meu coração acelerou. Ela estava preocupada comigo. Senti um aperto no peito, uma mistura de culpa e gratidão. De repente, ela desligou o telefone. 

💭 Está explicado porque se afasta de mim. Ela tão fofa.

Ficamos conversando no escritório até tarde. Então pede dona Abigail para chamar Roberta até o meu quarto.

Meu amor de gizOnde histórias criam vida. Descubra agora